OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Paróquia de Cândido Mendes inaugura seu site

A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Cândido Mendes - MA, a partir de agora também evangeliza pela Internet através de seu site: www.pnsradaconceicao-cm.net 


Acesse e divulgue.

domingo, 25 de setembro de 2011

SENHOR BISPO, ESTÁ COCHILANDO?

Foi isso mesmo que, certa noite, antes da celebração da Missa na Catedral, uma senhora me perguntou. Eu estava num canto da Igreja, com a cabeça entre as mãos, de olhos fechados e os cotovelos apoiados nos joelhos.

De fato costumo chegar à Igreja uns trinta minutos antes do início da celebração, me coloco num canto enquanto o povo vai chegando, às vezes barulhento, se cumprimentando uns aos outros e colocando em dia as notícias do dia ou da semana, dando e tomando bênção dos compadres e comadres. Faço isso para me concentrar, refletir a Palavra de Deus que irei comunicar... afinal para preparar melhor o jeito de dizer a Palavra de Deus. Isso me dá segurança, me ajuda. O esquema da reflexão dominical já está num borrão que sempre levo comigo para não me perder no que preciso comunicar. E, quando estou preocupado para qualquer coisa - também os bispos têm preocupações! – tenho o “vício” de coçar a cabeça sem parar.

Não falei tudo isso à senhora, mas respondi simplesmente: “Que nada! Não estou cochilando e sim refletindo”. Não sei se a convenci. De qualquer forma ela beijou o meu anel e foi sentar ao lado da comadre. Já entenderam que não sou um pregador, mas, contudo, não gosto improvisar. Posso até dizer coisas não certas ou inoportunas junto com a doutrina da fé, mas o que digo também assumo porque refleti, pensei, escrevi e não improvisei não, por respeito ao povo, que sai de sua casa para rezar, escutar a Palavra de Deus: sobretudo por respeito à Palavra de Deus.

Para que tudo isso? É para dizer que hoje, dia 21 de setembro, primeiro dia da primavera... coçei bastante a cabeça antes e depois da Missa e até agora. O motivo? Eis. Pela tarde desta quarta-feira fui para a Praça do Comércio e me deparei com três ônibus da Empresa Guanabara: estavam embarcando moças, rapazes e adultos com destino ao Mato Grosso. Na calçada os parentes e amigos/as chorando; os “partentes” tentando segurar soluços e lágrimas. Alguém, perto de mim, disse: “É um chororó que não tem fim”.

Este povo estava saindo da cidade em procura de trabalho. Avisaram e convidaram através dos carros-som durante alguns dias. Uma grande firma instalada em Cuiabá precisa de mão-de-obra. Prometeu e o resultado estava aí: seguiam para Cuiabá aventurando “em nome da miséria e da fome”.

Coçando a cabeça sem parar lembrei-me de um momento parecido vivido em outros tempos, 37 anos atrás, em outro lugar do Maranhão e de outra forma.

Eu tinha chegado ao Brasil havia poucos meses. Uma noite, lá pelas 18,30 horas, pouco antes de entrar no ar com a “Voz paroquial a serviço da Comunidade”, um senhor alto, bonito, com jeito de ator, forte, esbanjando segurança me procurou pedindo de usar por alguns minutos a “Voz paroquial” para uma comunicação. Eu quis saber o que tinha para comunicar ao povo. Explicou-me que estava procurando trabalhadores para fazendas no Sul do Pará, tudo pago, tudo nos conformes como manda a Lei: prometia tudo de bom e de melhor, inclusive passagens de avião até à fazenda. Logo me dei conta que era um “gato” enviado na cidade pequena, pobre, com muita mão-de-obra à disposição. Com o meu português absolutamente insuficiente e deficiente consegui dizer, usando toda a delicadeza de que era capaz, que não podia emprestar a “Voz paroquial” para estes convites e que ele, que era da cidade, tinha outros meios para convidar trabalhadores...

Ele não insistiu e foi-se embora. Mas, depois de um mês, soube que duas lanchas (era inverno e as estradas estavam impraticáveis) saíram do porto da cidade com destino a Vizeu e, de lá, para Belém, levando muitos jovens conhecidos e amigos da gente. Sei por certo que a maioria não voltou mais; de alguns nunca mais soubemos notícias; de outros soubemos que formaram uma segunda família deixando na cidade “viúvas brancas” (é a maneira de se expressar naquele lugar!); soubemos que alguns morreram de morte violenta. Hoje chamaríamos estes amigos de “escravos”, os mesmos que a CPT (Comissão Pastoral da Terra) do Maranhão e outras Entidades estão tentando libertar nestes tempos.

Sei que os tempos mudaram, mas não pude não pensar e associar a realidade de 37 anos atrás à de hoje, 21 de setembro de 2011. E não posso não refletir, coçando a cabeça, de voz alta e até de caneta na mão: - “Que País é este”, que não consegue (ou não quer?) segurar as forças vivas e novas no lugar onde nasceram e que amam? - Será que, daqui a um ano, ou uns meses, precisará libertar estes jovens e chamá-los de “escravos resgatados?” Ou será tarde demais e as feridas serão muito profundas? Já chegaram notícias, trazidas por outros que fizeram a mesma experiência no mesmo lugar, que as condições de trabalho são inumanas e o clima, na indústria, é difícil de suportar. - O nosso Estado é grande, é rico potencialmente e na realidade. Há terra, minérios preciosos (há empresas que vêm do exterior implantando empreendimentos enormes e levando ouro... à vontade das nossas terras!), há florestas, rios, mar, chuva e sol. Como os nossos Governantes (em todos os níveis) não dão conta de segurar as forças vivas da nossa juventude? Como não investem em geração de empregos? Talvez seja por isso que continuamos sendo os últimos da Federação do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com grande parte da população na miséria. - Estes mesmo Governantes tem coragem, a cada quatro anos, de subir os poucos degraus do palanque montado na praça, sinalizar para o povo balançando os braços, pedindo palmas por poucas obras de fachada que não justificam tantos recursos recebidos, prometendo mais e mais... Um apresentador televisivo famoso diria; “Isso é uma vergonha!”. - E o sofrimento deste povo que subiu para o ônibus e dos que ficaram? Tamanha dor. Incerteza completa no futuro. Loteria mesmo. Mas... o que há de se fazer? A vida chama, a fome aperta, o futuro é sempre um “oásis” que se espera se torne realidade.

Tomara!!! Que as dúvidas se tornem experiências positivas. Que o ingressar no ônibus tenha sido o primeiro passo para o sucesso e a vida feliz. Que os nomes destes jovens não ocupem as páginas da crônica policial. Que, onde estiverem, honrem os pais que deixaram aos soluços chorando. Que engrandeçam ao Maranhão. Que o País, através de seus Governantes municipais, estaduais e federais, aprenda a não desprezar seus filhos e filhas.

Tomara!!! Que a história, que vivi anos atrás, não se repita. Que o 21 de setembro de 2011 seja bem lembrado, no futuro, para os atores deste.

E uma pergunta: não existem no Mato Grosso jovens trabalhadores? Ou já todos têm emprego? Ou recusam de se tornar, eles que conhecem melhor a situação, devido às condições de trabalho, “escravos brancos”? Mas é verdade: “O que aconteceu antigamente, acontece novamente, mas em forma diferente”. Os colonizadores antigos, saídos de suas terras pelos mesmos motivos dos jovens de hoje, produziram, enriqueceram (nem todos) a eles e ao País. Os jovens de hoje, exportados para o Mato Grosso, irão encontrar a felicidade, enriquecendo a eles e aos outros?

Bato, com a palma da mão, nos lábios dizendo: “Cala-te, boca”. Tomara que eu esteja errado demais! 
Dom Carlo Ellena
Bispo de Zé Doca - MA

terça-feira, 20 de setembro de 2011

11º ROMÁRIA DA TERRA E DAS ÁGUAS

AS DORES DE PIQUIÁ SÃO AS DORES DO MARANHÃO


Nos dias 10 e 11 de Setembro aconteceu a 11ª Romaria das Terras e das Águas no Distrito de Piquiá, Açailândia. Piquiá é um dos lugares-símbolo dos impactos da cadeia de mineração e siderurgia do Programa Grande Carajás. A 11ª Romaria de Terra e das Águas do Maranhão mostrou as diversas situações de agressão, de sofrimento e de destruição pelas quais passam o ambiente e a população deste nosso Maranhão. A realidade de dor que nós, romeiros e romeiras, constatamos em Piquiá, nos fez lembrar outras situações vividas pelo Estado a fora. Portanto, as dores de Piquiá são reflexos das dores de todo o Maranhão: aqui queremos destacar algumas delas.
1º DOR: PLATAÇÃO DE EUCALIPITOS 
Antes mesmo de nós, romeiros e romeiras, chegarmos no Distrito de Piquiá no deparamos diante de uma dura realidade ao longo das margens da Estrada de Ferro Carajás. Além das pastagens existem várias plantações de eucalipto plantado em milhares de hectares pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). As árvores de eucalipto são transformados em carvão vegetal, usado para aquecer os altos-fornos siderúrgicos que transformam o minério de ferro em ferro-gusa.Além de contribuir para a poluição do ar, o eucalipto prejudica muito o solo e os lençóis freáticos. Tudo porque ele se adapta muito bem nas regiões semi-áridas e é muito resistente às secas, pois ele tem a capacidade de procurar água a dezenas de metros com suas raízes profundas, que acabam secando os lençóis freáticos. Suas folhas são dificilmente biodegradáveis e, mesmo depois de sua decomposição, o húmus resultante não é favorável para o aproveitamento de outras culturas.


2º DOR: A POLUÍÇÃO: trabalho sim, mas sem poluição! 

Os moradores da comunidade de Piquiá de Baixo sofrem com a poluição causada pelas carvoarias e usinas siderúrgicas de ferro-gusa que operam a poucos metros de suas casas. A poluição do ar é tão grande que, apesar da Romaria acontecer nas primeiras horas de um dia de Domingo, nós, romeiros, experimentamos uma certa dificuldade para respirar. Imaginemos quem mora naquela comunidade em que se pode olhar o próprio ar que respira. Diante desta situação o certo seria as siderúrgicas adotarem mecanismos efetivos para reduzir a emissão de fuligem. Mas isto é difícil e, ainda mais, as próprias empresas apostam na frouxidão da fiscalização do Estado. No final da Romaria o presidente da Associação de Moradores de Piquiá de Baixo mostrava aos Bispos meio saco cheio de fuligem que tinha ajuntado dos bancos e mesas das casas na comunidade: dá para perceber o dano que isto faz e já fez àqueles que estão respirando diariamente aquele ar.

3º DOR: A TRANSFERÊNCIA DO POVOADO PIQUIÁ DE BAIXO
Na Romaria foi lembrado que, nos últimos três anos, a Associação de moradores local, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e a Paróquia São João Batista de Açailândia estão organizando a resistência e fazendo propostas alternativas.
De uma forma que, em 2009, o Ministério Público Estadual formou uma equipe multidisciplinar para definir as condições de um deslocamento do povoado para uma área digna, próspera e saudável.
A solução proposta de transferência das cerca de 300 famílias de Piquiá de Baixo vem sendo negociada aos trancos e barrancos, com omissões do Ministério Público de Açailândia que procura atender interesses de alguns setores locais.
No entanto, é importante dizer que as entidades e a Associação de moradores de Piquiá não estão contra o desenvolvimento e a geração de empregos e renda. Acreditam, porém, que isso deve e pode acontecer com respeito à saúde e à dignidade do povo, bem como com a preservação do meio ambiente, até hoje saqueado sem controle: nós, romeiros, vimos com os nossos olhos.


4º DOR: OS DIREITOS HUMANOS 

Em maio deste ano de 2011, a Federação Internacional de Direitos Humanos e de Justiça Global, publicou o relatório intitulado: “Quanto Valem os Direitos Humanos? – Os impactos sobre os direitos humanos da indústria mineira e siderúrgica em Açailândia”. O relatório analisa os impactos da mineração e da siderurgia na saúde e no meio ambiente das comunidades estudadas e, por outro lado, esquece os projetos de desenvolvimento deste tipo.
As conclusões do relatório destacam as dificuldades no acesso a informações sobre estudos de impacto ambiental, as dificuldades de obtenção de reparação judicial, bem como o assédio moral e judicial enfrentados pelos defensores dos direitos humanos que denunciam os impactos negativos ligados às atividades da Vale.
O relatório também cobra da Vale e de seus parceiros comerciais ações imediatas de reparação às comunidades, e até mesmo o reassentamento das famílias de Piquiá de Baixo.
E AGORA A ROMÁRIA ACABOU? 
De forma alguma! Pois o que nós, romeiros e romeiras, vimos em Piquiá com os nossos próprios olhos: a poluição do ar, as enormes áreas plantadas com eucaliptos, a exploração do trabalho de operários “descartáveis” quando a empresa os considera supérfluos, a expulsão forçada de moradores antigos e atingidos pela poluição, não são apenas dores do Distrito de Piquiá, mas de todo o Maranhão, pois não são fatos restritos aquela comunidade, mas um verme que se espalhou por todo o nosso Estado.
Podemos nos lembrar das plantações de soja que expropriam quilombolas e lavradores de suas plantações, ou das madeireiras que acabam com as matas nas quais vivem as populações mais antigas como os indígenas.
Mas, no meio de tantas dores, existem alternativas: sabemos que é possível reconstruir uma nova sociedade; que é possível produzir alimentos sem uso de venenos; que o desenvolvimento econômico não nega o desenvolvimento humano.
Tudo isto é possível, pois Deus está conosco. Portanto, todos os excluídos do Maranhão: indígenas, quilombolas, trabalhadores rurais e operários da cidade e favelados vamos nos unir, à exemplo do povo de Deus contado no livro do Êxodo, à procura de uma “Terra melhor”: o povo clamou a Deus e Este veio em seu socorro; o êxodo existiu, existe e existirá enquanto houver excluídos que gritam a Deus.
A luta continua e muito axé a todos! 
Elinaldo Nunes Botelho
Seminarista da Diocese de Zé Doca-Ma

domingo, 18 de setembro de 2011

1 ANO DE SAGRAÇÃO EPISCOPAL


Hoje, lembramos um acontecimento muito importante para as duas Dioceses; Viana e Zé Doca. Nesta mesma data (18 de setembro), um ano atrás estávamos celebrando a Sagração Episcopal de Dom Sebastião Lima Duarte. Uma multidão de pessoas presenciou este momento marcante de sua vida e da igreja particular do Maranhão. Dom Sebastião primeiro padre nativo ordenado da diocese de Zé Doca e que anos mais tarde: Quem diria! Bispo, sucessor dos Apóstolos. Parabéns, que Deus continue dano força para ensinar, santificar e governar o povo de Deus.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Arquidiocese de São Paulo e CNBB acolhem símbolos da JMJ-2013

arquidiocese de São Paulo e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promovem, no domingo, 18, no Campo de Marte (zona Norte da capital paulista), das 9h às 21h, o Bote Fé, primeiro evento preparatório à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no Rio de Janeiro em 2013. O Bote Fé marca a chegada ao Brasil da Cruz dos Jovens (também conhecida como Cruz da Jornada Mundial da Juventude) e do Ícone de Nossa Senhora - símbolos da jornada, enviado pelo Vaticano ao país que se tornará a nova sede do maior evento mundial da juventude católica. Com início marcado para as 9h, o evento contará com as presenças do arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, do presidente da CNBB, cardeal dom Raymundo Damasceno. Durante todo o dia, até às 21h, o evento apresentará testemunhos de jovens que participaram de jornadas anteriores, espetáculo teatral, lançamento oficial do site JMJ Rio-2013, além de shows com vários cantores católicos como padre Fábio de Mello, padre Reginaldo Manzotti, padre Juarez Castro, Dunga, Vida Reluz, Eliana Ribeiro entre outros. "A Cruz é sempre um indicativo de Jesus Cristo para convocar os jovens a se encontrarem com Cristo. Da mesma forma o Ícone de Nossa Senhora indica a presença materna da Mãe de Jesus junto aos seguidores de Cristo”, lembra o cardeal Odilo Scherer. Os missionários da Canção Nova vão se encarregar da animação nos períodos da tarde e noite. Dunga, Eliana Ribeiro, Adriano Gonçalves, Ricardo Sá e Ministério de Música Amor de Adoração irão preparar o público para o ponto alto do encontro: a chegada da Cruz dos Jovens, ou Cruz da Jornada, com 3,8 metros, e o Ícone de Nossa Senhora. Ponto alto da festa, os símbolos da JMJ sairão do Colégio Liceu Coração de Jesus em carro aberto do Corpo de Bombeiros, entre 14h30 e 15h. A partir das 16h, entrarão no Campo de Marte acompanhados das bandeiras de todos os estados brasileiros para o início da missa presidida pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelos bispos e padres presentes. A Cruz e o Ícone vão percorrer 275 dioceses no Brasil até a vinda do papa Bento XVI, em julho de 2013, para a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Os símbolos da Jornada devem passar por todas as 17 Regionais da CNBB. Estão também previstas 19 grandes festas nas capitais brasileiras, todas com o nome "Bote Fé". Em dezembro de 2012, a Cruz e o Ícone deixam o Brasil e visitam Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina. Eles retornam em janeiro de 2013 para o Sul do Brasil. A etapa final acontecerá no Sul de Minas, no Vale do Paraíba (SP) e, finalmente, no estado do Rio de Janeiro, onde chegam em abril de 2013.
 Fonte:CNBB Nacional
http://www.cnbb.org.br

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

“QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA”

ROMARIA DA TERRA E DA ÁGUA
Açailândia – Piquiá
10-11 de setembro de 2011
Diocese de Imperatriz -
Maranhão
Amigos do Maranhão, valeu a pena estar presentes nesta Romaria.

Ao término desta bonita representação, feita com compromisso, fé e amor pelos jovens de Zé Doca, com a colaboração do prof. Nonato, aos quais agradeço bastante, tenho algumas poucas comunicações a fazer a respeito da nossa realidade.

Sou Dom Carlo Ellena, bispo da Diocese de Zé Doca que já foi sede da Romaria da Terra e das águas no ano de 2005.

1. Zé Doca está presente nesta Romaria Regional. Zé Doca se preparou mais do que alguém pensou. As 1300 cartilhas foram estudadas em grupos paroquiais e viemos em doze conduções, entre vans e ônibus. Estamos alegres: unimos os nossos gritos aos gritos do Maranhão todo; lamentamos o que o Maranhão todo lamenta e choramos sobre os males que afetam a natureza, as pessoas na saúde delas, as famílias por causa da ganância de poucos e a exploração de muitos. Deus tenha pena dos sofredores e converta os que causam tantas desgraças aos pobres.

2. Sentimos que os problemas que atingem a nosso povo são muito pesados:

· O desmatamento continua com métodos cada vez mais aperfeiçoados. As clareiras deixadas pelas árvores abatidas estão aumentando dia a dia.

· A droga, desde aquela mais leve até às mais destruidoras, marcam presença em todos os níveis da sociedade zedoquense: nas portas dos colégios, nos fundos de quintal, nas esquinas das ruas... com uma capacidade e perspicácia de organização que faz medo. Os usuários, jovens e menos jovens, começam querendo experimentar e, quando se dão conta do estrago no corpo, na alma e na vida toda... as curas se tornam difíceis se não impossíveis. Aí quem começa a sofrer é a família: verdadeiros casos de desespero e enlouquecimento, de profunda depressão.

· A violência, em todas as suas formas, se apresenta aos olhos de todos:

- assaltos em casa particulares e pelas ruas,

- destruição do patrimônio comunitário,

- roubos para alcançar poucos Reais suficientes para comprar uma pedra de crak, um cigarro de erva ou uma dose de qualquer tipo de droga,

- assassinatos de visual horrendo e indescritível,

- trânsito veicular (motos e carros) suicida e homicida, onde não se respeita a mão direita ou a mão esquerda, o senso ou o contra-senso, ultrapassando pela direita e pela esquerda, cortando de improviso na frente de qualquer veículo... freqüentemente o motorista ou motoqueiro não tem carteira de habilitação. Isso tudo favorecido pela completa falta de sinalização seja ela vertical ou horizontal, pela falta de fiscalização ou até pela corrupção na fiscalização...

- sem falar da violência sexual e da bebida alcoólica distribuída sem dor de consciência para pessoas de qualquer idade,

- e o pior: isso tudo incentivado, promovido, propagandeado a todo volume pelos meios de comunicação. Escutando o som automotivo que grita: “na festa tal haverá mulheres bonitas à vontade, haverá cerveja aos baldes” todo mundo entende que tudo é liberado, tudo é lícito, tudo é dominado; até o incentivo ao sexo livre é promovido, basta ter no bolso ou na carteira a camizinha que, freqüentemente, é doada de graça pela Prefeitura ou secretaria ou outra instituição. E não se dão conta que é a melhor e maior causa de adolescentes (e meninas) grávidas, de famílias que se desfazem e fracassam, de homicídios e sofrimentos que só Deus sabe.

* Por fim: os nossos irmãos índios: explorados, literalmente chutados, caçados, afugentados, procurados por fazendeiros e madeireiros para acabar com eles: este é um testemunho dado por eles mesmos no acampamento indígena acontecido em Zé Doca no ano passado 2010. As terras invadidas, os rios poluídos, as caças dizimadas...

O que resta ao índio da Diocese de Zé Doca? Resta a cachaça, a doença, o pedir esmola, a falta de instrução, o desespero, a depressão e o abandono por parte da sociedade.

O que a Diocese de Zé pode fazer ou está fazendo? A luta é grande, o inimigo está com muito poder. A nós resta gritar, gritar e gritar junto com todos vocês até que a nossa voz seja ouvida. O Evangelho está aí e nos diz que o Reino se constrói aos poucos, com poucas pessoas, com o fermento do amor e da disponibilidade.

“Fazendo coisas pequenas
Em lugares não muito importantes
Produzindo coisas grandiosas e maravilhosas!”
(Prov. Chinês – Dom Moacyr – XII° Intereclesial das CEBs – Porto Velho – RO)


A ladainha dos grandes e graves problemas poderia continuar; outras Dioceses ou instituições já disseram, outras ainda irão nos informar.

“QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA”

Por: Dom Carlo Ellena
Bispo de Zé Doca-MA

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Aconteceu em São Luis - MA, nos dia 2 a 4 de setembro de 2011 Assembleia Eletiva da Pastoral da Criança, onde estavam presentes todos os coordenadores da Pastoral da Criança das 12 Dioceses do Maranhão. Também esteve presente Dom Sebastião Lima Duarte Bispo referencial da Pastoral da Criança no MA, onde presidiu a missa de Encerramento e anunciou a nova coordenadora da Pastoral da Criança do Estado do Maranhão, sendo Maria Eunice Candido a sucessora de Ir. Adiles, nos próximos 04 anos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Encontro Diocesano de Catequese

Paróquia de São Francisco de Assis – Bom Jardim – MA
Diocese de Zé Doca


Encontro Diocesano de Catequese

Realizou-se, nos dias 29, 30, 31 de julho, na paróquia de Santa Terezinha do Menino Jesus, no município de Presidente Médici o nosso encontro diocesano de formação para catequistas tendo como tema: a missão do catequista. Este ministério é de fundamental importância: dai vem nossa preocupação com a formação dos agentes de catequese. O Diretório Nacional da catequese, nº233, relembra-nos que devemos suscitar nas paróquias e nas comunidades Cristãs vocações para a catequese e promover animadores responsáveis pela ação catequética que assumam responsabilidades a nível Paroquial, Diocesano e Regional.Foi um encontro rico em partilhas e aprendizado; fizeram-se presentes as paróquias de Bom Jardim, Zé Doca, Araguanã, Nova Olinda, Presidente Médici e Cândido Mendes por um total de 39 participantes. Lamentamos pelas Paróquias ausentes que não souberam aproveitar este momento formativo.Colaborou conosco, na assessoria, a Irmã Marinalva que, pra nossa sorte, estava presente para um período de férias. Foi bem valiosa a contribuição dela porque tanto já nos ajudou com a formação dos Catequistas de nossa Diocese.
Trabalhamos assuntos de grandes interesses da catequese, entre eles: o Diretório geral e nacional de catequese; iniciação a vida cristã; um estudo da CNBB, que será trabalhado também no simpósio de catequese Regional a realizar-se nos dias 16, 17, 18 de setembro na paróquia de Santa Inês, Diocese de Viana.

Na oportunidade a assessora irmã Marinalva destacou a importância do plano anual paroquial de catequese tendo como objetivo geral: O que fazer? Para que? Como? Onde? Quando? Quem assume passos importantes para uma boa educação na fé? Destacamos também a presença do nosso Bispo Dom Carlo Ellena que enriqueceu o encontro com informações importantes a respeito da Diocese, e nos alegrou mostrando seu apoio incentivo e confiança.

Que possamos caminhar fortalecidos pelos Dons do Espírito santo e a presença carinhosa e fiel de Maria Catequista por excelência.

Ir. Deusení Matos FJC