OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

terça-feira, 28 de junho de 2022

A REALIDADE DE FÉ E COSTUMES EM LLALLAGUA - BOLÍVIA

 


   Por: Diác. Manoel Junior

O município de Llallagua situado no Norte Potosíno na Bolívia, é marcado fortemente pelo trabalho mineiro, de forma muito particular na extração de Estanho. Essa é uma realidade de vida sofrida e perigosa bastante comum em meio a população local.

    Com isso surge a fé e os costumes,  transmitidos por gerações, como uma forma de conhecimento e também presença da Igreja Católica nessa realidade, Alguns membros da Rádio Pio XII, juntamente com o Pé. Gary, Diácono Manoel e o Ir. Omar, fizeram uma visita ao interior da mina de Estanho, para terem uma base de conhecimento de como é o trabalho dos mineiros e como é feito a extração do mineral. Nestas minas, por muitas vezes, os mineiros entram nas galerias agachados ou se arrastando, por ser muito pequeno o espaço, essa experiência foi vivenciada pelos visitantes onde enfrentaram, frio, calor, água e gás.


   Em meio a essa realidade encontra-se a fé e os costumes, a fé que os mineiros possuem na Mãe de Jesus, e o costume de apresentar oferendas ao Tio da mina, uma espécie de diabo que segundo eles é o dono do mineral. Antes de entrar na mina pedem a proteção de Nossa Senhora e ao chegar ao interior da mina pedem permissão ao Tio, onde oferecem velas, cerveja, coca, sacrifícios de animais etc. Podemos perceber como a necessidade de vida faz com que o homem tenha uma crença, pois acreditam que de alguma forma podem ser recompensados e no futuro mudarem de vida. 


   Assim vivem os mineiros e mineiras nos altiplanos bolivianos, homens e mulheres que lutam pela sobrevivência e sempre alimentando a fé e costumes.















domingo, 19 de junho de 2022

O CARTAZ DO CÍRIO DA IMACULADA CONCEIÇÃO 2022

A Paróquia da Imaculada Conceição de Cândido Mendes torna público na noite de hoje, 12 de junho, o Cartaz do Círio 2022, após celebração eucarística presidida pelo pároco Padre Alvelino Silva Santos e concelebrada pelo vigário paroquial Padre Antônio Ribeiro Verde e transmitida ao vivo para milhares de pessoas pelas redes sociais Pascom de Candido Mendes.

 A apresentação foi sucedida pela programação Arraial da Padroeira, espaço cultural para apresentação de danças culturais como bumba boi, quadrilha, tambor de criola e apresentação de misses caipiras. 

Veja a seguir a descrição do cartaz pelas palavras da diretoria do Cirio 2022:

O cartaz do Círio da Imaculada Conceição 2022


O Cartaz do Círio da Imaculada Conceição 2022, apresentado ao público, é rico em forma e funções. Um elemento de grande importância são os cartazes e mídias sociais, considerado como um dos ícones do Círio, a importância é revelada não só pela quantidade de cartazes impressos, mídias divulgadas, mas à cultura religiosa,  exibindo o cartaz na porta de suas casas e publicando em redes sociais. A apresentação do cartaz de cada ano merece uma cerimônia específica, assim mais um ano vivenciamos a solenidade da padroeira de nossa paróquia, este ano teremos uma benção em celebrar o ano da Família. 

A arte do cartaz é uma criação e confecção do programador Andrew Sousa. A peça trás em sua composição o tema do círio do ano "Maria, Mae da Família" e lema por uma Igreja em Família, com participação, comunhão e missão.

Nossa Senhora, tradicionalmente é representada com seu manto azul, cor da espiritualidade, da verdade, da fidelidade. Mas neste ano resgatamos a cor rosa, pois o rosa é proveniente ou secundário do vermelho e do branco. Vermelho, cor do amor, virgindade, da paixão, do sacrifício, o branco, cor da pureza. 

A representação da Imaculada Conceição de Maria é rica em significados, entretanto, antes de compreendermos todos os simbolismos contidos na imagem, vamos saber mergulhar no significa que a arte do cartaz da Imaculada Conceição.

Desde as comunidades primitivas, os séculos que sucederam a morte de Jesus, os cristãos atribuíam um significado místico às rosas. Neste contexto se tem relatos que as catacumbas de São Calisto, que foram achadas em Roma no século III, indicam o antigo costume dos cristãos de desenhar rosas para representar o paraíso. 

Alguns Santos na vida da Igreja como São Cipriano de Cartago,  usava a rosa para simbolizar o martírio. Assim a partir do século V, a rosa se tornou símbolo da Virgem Maria, fato que pode ser constatado ao olharmos as representações de Maria mais antigas do oriente, que representam Nossa Senhora com o Menino Jesus em seus braços e uma rosa em sua mão.

Foram em moldura do quadro, estamparam as representações mais famosas, pintadas no período medieval por  Tiziano e Cantarini e outros artistas, conhecida como Madona Rosa.

Com a oração do Santo Rosário, iniciada com os monges na Idade Média, conjunto de rosas ou flores de Maria, as Famílias podem simbolizar e rezar contemplando os mistérios da vida de Jesus, como símbolo muito presente na devoção católica pela intercessão de Maria.

São João Paulo II afirmou que : “Contemplando os Mistérios da vida de Cristo, numa perspectiva mariana é  afirmar que ‘Maria é, ao lado do seu Filho, a imagem mais perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos. É para ela, pois, que a Igreja, da qual ela é mãe e modelo, deve olhar para compreender, na sua integralidade, o sentido de sua missão’”.

A piedade popular refletida pelo Papa São Paulo VI na encíclica Evangelii Nuntiandi, “conduz-nos a pensar na necessidade de uma religiosidade popular que bem orientada, com uma pedagogia da evangelização, que traduza a sede de Deus, que somente aos pobres e simples podem experimentar” , assim  que um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, na forma singela de almas subindo continuamente até o Céu. 

 Recordamos Maria Santíssima invocada em vários títulos, milagres acontecem pela graça de Deus, a intercessão da Imaculada Conceição, assim como narra as escrituras sagradas nas duas famílias, a desconhecida em Caná da Galileia no casamento e a família de Zacarias e Isabel.

Neste contexto salientamos o Tema e Lema do Círio 2022, pois cuidar e proteger a família, são características da Virgem Maria, se preocupa com todos, é prestativa e sempre disponível para cuidar da vida e do bem comum. 

Quando Maria reconhece que Deus a escolheu para participar de seu projeto de salvação, coloca-se a caminho, num processo sinodal, suas experiências narradas pelas sagradas escrituras, balizam o encontro de gerações, na partilha de experiências de vida em Família, aonde o Deus da vida é reconhecido e louvado.

Suas palavras e seu agir são uma seta que aponta sempre para Jesus, seu Filho. A coragem, a escuta, o compromisso e o cuidado que vemos em Maria, inspira a todos nós e nos provoca estar em famílias com participação e comunhão, a discernir, a ter coragem, a escutar os sinais dos tempos, a comprometer-nos com um mundo novo, cuidando uns dos outros e vivendo a vida como missão.

Neste pensamento queremos suplicar a soberano e autor das nossas vidas, Deus, Uno e Trino, neste ano 2022, pelas Famílias e rezar, meditar e celebrar no novenário, clamando a intercessão da consoladora dos aflitos e refúgio dos pecadores pelas realidades das famílias humanas.

Bem Aventurada Virgem Santíssima, Imaculada Conceição,  rogai por nós.  



















segunda-feira, 13 de junho de 2022

IV ENCONTRO DA IGREJA CATÓLICA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA EM SANTARÉM-PA

Em um clima de colegialidade, sinodalidade e comunhão, realizou-se em Santarém o IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Brasileira para comemorar o 50º aniversário do Documento de Santarém. O mesmo aconteceu de 06 a 09 de junho de 2022, no Seminário São Pio X. Participaram deste encontro mais de 100 pessoas, dentre elas, cardeais, bispos, presbíteros, vida religiosa, leigos (as), indígenas e comunidades tradicionais. 

Na missa de abertura os participantes foram acolhidos pelo bispo anfitrião Dom Irineu.  Também durante esta celebração foi acolhida a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Rainha da Amazônia proveniente de Belém-PA. Após a missa Dom Raimundo Possidônio, bispo coadjuntor de Bragança.  Fez um memorial do Documento de Santarém de 1972 destacando que este documento foi um “encarnar na realidade” foi e é uma grande luz para a caminhada da Amazônia, ele também marca uma evangelização inculturada e libertadora. 

O Papa Francisco enviou uma carta e bênção Apostólica aos participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Brasileira, onde o santo padre expressou sua alegria e comunhão com a Igreja na Amazônia. Nesta carta o papa pede que “sejam corajosos e audaciosos, abrindo-se confiadamente à ação de Deus que tudo criou...”, o final do encontro lhe foi enviado uma carta de agradecimento e encorajamento na missão. 

Dom Mario, arcebispo de Cuiabá   represente da REPAM em sua fala frisou que “quando estamos reunidos o Espírito Santo vem... caminhemos juntos, na fé e no anuncio do reino de Deus, unidos em rede vamos mais longe”. 

Dom Leonardo arcebispo de Manaus (cardeal nomeado) foi muito aplaudido como o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. Em uma de suas intervenções ele disse “Hoje estamos reunidos como Igreja Sinodal, esta Igreja precisa retomar a caminhada avaliando nosso ser Igreja viva”. 

Dom Erwin (bispo emérito de Xingu) fez sua participação no encontro de forma online, destacando a importância do Documento de Santarém para a formação dos leigos, para as comunidades de Base como primeiro núcleo de evangelização.  

Ir. Inês presidente da CRB nacional falou destacando a grandeza do documento de Santarém de 1972 para a vida religiosos (as) nesta região amazônica. 

Cardeal Pedro Barreto do Peru e presidente da CEAMA (conferencial eclesial amazônica), em sua fala frisou “aqui em Santarém estamos vivendo um Kairós de Sinodalidade, onde precisamos recordar, viver e olhar o futuro com amor, estamos aqui vivendo tempo de gratidão, comunhão e Esperança”. 

Foi feita uma análise da conjuntura por Dr. Luís Fernandes que destacou os impactos do capitalismo desordenado sobre a Amazônia e a dificuldade de novas alternativas para superar a crise de mentalidade e de sustentação. 

Durante o Encontro além de refletir   o documento de Santarém de 1972 foi elaborado um novo documento afim de reafirmar e atualizar a ação evangelizadora na Amazônia, este novo documento tem como título: “Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e profecia”.

Este novo documento destaca as necessidades da Igreja, (encarnação na realidade e uma evangelização libertadora). Apresenta “A querida Amazônia” como lugar de beleza e desafio, demonstra a necessidade de uma Igreja com rosto amazônico em seguida apresenta novos caminhos de evangelização traçando linhas prioritárias;

     - Fortalecimento das comunidades de base;

    - Formação dos discípulos e missionários na Amazônia;

    - Defesa da vida dos povos da Amazônia;

  - Cuidado com a casa comum (migração, mineração e megaprojetos de infraestrutura); 

   - Evangelização das juventudes. 

Ao término do encontro, foi dirigida uma mensagem ao povo de Deus afirmando a necessidade de “continuar a semeadura do evangelho em nossa Querida Amazônia”. 

Iluminados pelo Espírito Santo, com muita alegria e fé   se concluiu este abençoado Encontro que foi expressão de forte sinodalidade em nossa Igreja. No encerramento os participantes cheios de esperança se comprometeram a vivenciar e divulgar tudo o que o novo documento orienta. 







Por Mon. Raimundo Brito dos Santos