OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AINDA EXISTE TRABALHO ESCRAVO NO MARANHÃO

No artigo “Senhor Bispo, está cochilando?” o nosso Bispo Dom Carlo Ellena fala de buscas de jovens da nossa região por empregos em outros Estados, como o Mato Grosso, e, por conseguinte, da preocupação desta busca por melhores condições de vida terminar em trabalho escravo.
De fato, as preocupações do bispo são justas pois, dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário revelam que o Maranhão ainda lidera o ranking de trabalho escravo no Brasil. Embora o Governo tenha melhorado sua atuação neste campo, com o incremento das ações de fiscalização pelo Ministério do Trabalho e pela Delegacia Regional do Trabalho, há ainda falhas no sistema judiciário.
Dados de pesquisas desde 2006 mostravam que o Maranhão exportava muita mão de obra para este tipo de trabalho. E o pior é que não tem havido mudanças neste sentido. Até hoje o Maranhão lidera o ranking de trabalho escravo e ainda exporta muita mão-de-obra.
Desta forma, podemos nos questionar: Quais são os fatores sociais que contribuem para o trabalho escravo e seu aumento no nosso Estado? Esta é uma questão difícil, mas talvez um dos motivos seja a situação vivenciada por suas famílias no local de origem, que é marcada pelo não acesso à propriedade da terra. Portanto, pode-se afirmar que o fenômeno do deslocamento para o trabalho escravo está, em grande parte, associado à concentração da propriedade da terra e da inexistência de outras perspectivas de trabalho (urbano) nos locais de origem desses trabalhadores.
No entanto, nós, enquanto sociedade civil ou religiosa, podemos intervir nessa situação, por exemplo, através do apoio à medidas que estão sendo propostas, tais como a Proposta de Emenda Constitucional PEC 438/2001, que prevê o confisco de terras de quem foi identificado como praticando trabalho escravo. A votação dessa medida foi e está sendo obstruída no Senado Federal por políticos ligados à chamada bancada ruralista, e somente a mobilização da sociedade pode fazer com que ela seja aprovada.
Então, a preocupação do bispo e a divulgação destes fatos, que estão acontecendo no Alto Turi e em todo Maranhão, são preocupações de um verdadeiro pastor: sou solidário através destas palavras, pois "se calarmos as pedras falarão".
Elinaldo Nunes Botelho.
Seminarista da Diocese de Zé Doca-MA

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