Por Dom Fernando Arêas Rifan*
José é um nome hebraico, muito comum
entre nós, cujo significado é “aumento, acréscimo, Deus dê aumento” (Gn 30,24).
E que belo nome! Nome honrado, sobretudo por dois grandes personagens bíblicos:
no Antigo Testamento, José, o grande provedor do Egito, vendido por seus irmãos
e depois vice-rei, figura de Jesus Cristo, e no Novo, São José, esposo da Virgem
Maria e pai adotivo de Jesus. O mês de março é a ele dedicado e sua festa, no
próximo dia 19.
São José era de família nobre, a família
real de Davi. Se a sua família ainda estivesse reinando, ele seria um príncipe.
Mas a sua nobreza veio principalmente por ter sido escolhido para esposo e
guarda da honra e virgindade daquela que viria a ser a mãe do Filho de Deus
feito homem, Jesus.
Quando ele tinha apenas desposado Maria,
primeira parte do casamento hebraico, mas antes de recebê-la em casa, ocorreu a
Anunciação e a Encarnação do Filho de Deus. Maria objetou ao Anjo mensageiro a
impossibilidade de ter um filho, pois “não conhecia varão” (Lc 1,34), isso
apesar de ser noiva de José, o que claramente indica o seu voto de virgindade,
de pleno conhecimento do seu futuro esposo. O Anjo, da parte de Deus, lhe
garantiu que a concepção daquele filho não seria por obra humana, mas sim “por
virtude do Espírito Santo” (Mt 1,18). O próprio José, em sonho, foi advertido
pelo anjo do que ocorrera. E ele teria como missão ser o guarda daquela Virgem
Mãe e pai nutrício daquele Filho, que era realmente o Filho de Deus. E Jesus
lhe dava o nome de pai, sendo conhecido como “o filho do carpinteiro” (Mt
13,55), tido por todos “como sendo filho de José” (Lc 3,23).
São José protegeu a Sagrada Família,
sobretudo na fuga para o Egito, quando da perseguição de Herodes ao Menino
Jesus. Como chefe e protetor da Sagrada Família, ele se tornou o patrono de
todas as famílias. E seu modelo de amor, humildade, paciência e obediência a
Deus. : “Do exemplo de São José
chega a todos um forte convite a desenvolver com fidelidade, simplicidade e
modéstia a tarefa que a Providência nos designou” (Bento XVI).
São José é também o padroeiro dos
trabalhadores porque, como carpinteiro, sustentava a Sagrada Família com o seu
suor e o trabalho de suas mãos. A festa de São José, como padroeiro dos
trabalhadores, se comemora no dia 1º de maio, dia do trabalho.
Antigamente havia uma festa especial
para honrar o Patrocínio de São José, ou seja, sua proteção, seu amparo. Daí o
nome muito comum a pessoas e cidades, Patrocínio e José do Patrocínio, em honra
do patrocínio de São José.
Tendo tido a mais bela das mortes, pois
morreu assistido por Jesus, que ainda não tinha começado a sua vida pública, e
por Maria Santíssima, São José é invocado como padroeiro dos moribundos e
patrono da boa morte.
O Papa Pio IX proclamou São José patrono
da Igreja, que é a família de Deus. Por tantos gloriosos motivos, São José faz
jus à honra e à devoção especial que lhe tributamos.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João
Maria Vianney
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