"Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se ninguém lhes pregar? E como pregarão, se não forem enviados? Assim está escrito: Quão belos são os pés daqueles que anunciam as boas novas!" (Romanos 10:14-15)
"Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16,15)
Dia 06 (seis) de fevereiro de 2025, Eu Gilmakes Sousa Carvalho (leigo) juntamente com o Diácono Transitório Jakson da Silva Alves e o Pe. André Brás Lima, ambos da Diocese de Zé Doca, Estado do Maranhão/Brasil, fomos enviados pelo Bispo Diocesano Dom João Kot – OMI., em missão para o Perú, país da América do Sul, localizado na região andina, mais precisamente fomos direcionado à cidade de Orcotuna, para a Parroquia San Francisco de Asis, em média 3.200 km de altitude, na Cordilheira dos Andes, onde o clima é seco e úmido com uma temperatura baixíssima que varia de 0º ou até menos, sofrendo alterações no decorrer do ano, apresentando nevasca, chuva de granizo, etc., o Pe. André retornou à sua Paróquia no Brasil após 20 dias.
A Parroquia San Francisco de Asis, foi fundada no ano de 1600, por padres franciscanos, em frente a praça principal do distrito de Orcotuna, onde desempenha um papel fundamental na vida da comunidade, aonde todas as atividades giram em torno da Igreja. Esta foi umas das primeiras Igrejas fundadas pelos franciscanos, sua arquitetura inicial provém de argila (barro) e madeira, hoje sofreu algumas modificações frente a modernização. Na atualidade a paróquia é administrada pelo Pároco Pe. Elio Dennis Lopez Paredes - OMI, tendo como Vigário, Pe. Leonardo Aguirre Zapata - OMI, fazendo experiência comunitária o irmão Walter Quispe Antonio, ambos do Perú, e os seminaristas Juan Andrés Vásquez Gutiérrez, da Colômbia e Maurício Cháves Vidal, da Bolívia, juntos formamos uma comunidade de sete pessoas de países e culturas diferente.
A cidade de Orcotuna/Perú, dispõe de uma economia em sua maioria agrícola, onde a população cultiva papas(batata) em grande quantidade e variedade, além de: trigo, cevada, alcachofra, cenoura, etc., intercalada com a criação de ovelhas e gado para a produção de leite e carne, há também criação de porcos e frangos para corte, além da produção artesanal. A população utiliza os espaços entre os vales e montanhas para o plantio e também para o pastoreio, uma atividade constante em todos os dias da semana e praticada por pessoas de idades distintas.
Mesmo diante dos desafios de sobrevivência, a população apresenta uma rica tradição cultural, com a celebração de grandes festas patronais e também devocionais. Isso mostra uma herança cultural milenar herdada de seus colonizadores holandeses e também da população nativa destas terras como, a civilização Quéchua e os Inca, dos quais se originaram e se mantém até os dias atuais. Nesse contexto, se apresentam os desafios da missão nestas terras. Devido ao trabalho constante e duradouro e os costumes, as Igrejas estão quase sempre vazias de pessoas, isso durante a maior parte do ano. A presença de pessoas dá-se em ocasiões como: exéquias, missas de honras, missas de saúde, missas devocionais e patronais, ou quando durante a celebração dos sacramentos, que também não são constantes. Sendo que, o que deveria ser devoção, tornou-se patrimônio cultural e é celebrado com bandas e bebidas por vários dias, onde faz-se pouco caso da celebração litúrgica.
Com a nossa chegada nesta terra peruana, procurei me inserir nas atividades religiosas, mesmo diante dos desafios como, o idioma (Espanhol), uma liturgia distinta, clima, temperatura, culinária, etc., e também, o desafio da inserção do leigo nas atividades litúrgicas e ministeriais, tendo em vista que é um papel desconhecido nesta comunidade como: o Ministério da Palavra e Extraordinário da Sagrada Eucaristia, e por isso, sou carinhosamente chamado de “padre”. Aos poucos fui “servindo” naquilo que me era destinado e ao mesmo tempo conquistando novos espaços e mostrando que a minha presença missionária, traz eficácia a este povo, a esta Paróquia.
Hoje já tenho papéis bem definidos dentro da Paróquia que facilita a evangelização e contribui com o crescimento pastoral, como: já promovi visitas às famílias, aos enfermos, idosos, formação com catequistas, participação no conselho paroquial, assistência à liturgia, participação no grupo de oração do Santo Rosário, além da celebração da Palavra, promoção de via-sacra na quaresma e o serviço litúrgico de leitor e ministerial nas Santas Missas. Além de presente nas atividades Arquidiocesanas e Vicariais.
Neste mês de maio iniciei a oração do Santo Rosário com as famílias da Paróquia de Nosso Senhor da Ascensão na cidade de Mito/Perú, onde também é dado assistência pelos padres da cidade de Orcotuna, e o povo está respondendo positivamente com sua participação.
No começo foi bastante desafiador, tudo é novo e ao mesmo tempo parece quase impossível, mas o princípio da missão é fé, oração, doação, amor e perseverança, é isso que me manteve de pé e posto à prova; hoje os desafios continuam, mas já tenho consciência de minha atuação. Isso não significa que a missão está mais fácil, pelo contrário, isso mostra que tenho aprendido um pouco mais para dar continuidade à missão.
Texto: Gilmakes Sousa Carvalho
Fotos: Gilmakes Sousa Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário