OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

Palavra do nosso Bispo Dom Carlo Ellena

POIS É, AGORA “BISPO!!!”

Não dá para esconder ou passar sob silêncio. Depois de uma notícia dessas, quer dizer que o Santo Padre o Papa Bento XVI escolheu e nomeou o nosso Mons. Sebastião, Sacerdote do nosso Presbitério, Bispo da Diocese de Viana, o pensamento continua sempre batendo na mesma tecla e a notícia e a alegria voltam continuamente a ocupar a cabeça. Também porque a todo passo, as pessoas perguntam, querem saber mais e se alegram pela feliz escolha do Santo Padre.
O Maranhão foi agraciado, nestes meses passados, com outros dois Bispos para ocupar duas Dioceses: Dom Vilson para servir à Diocese de Caxias e Dom Valdecir para servir à Diocese de Brejo. Três nomeações bem vindas para o nosso Maranhão.

Nesta ocasião volta a pergunta: “Quem é o Bispo?” “O que quer dizer ser Bispo?” “Quais as tarefas, os deveres o poder do Bispo na sua Diocese?”.

Pois é! Ser nomeado Bispo não é subir mais um degrau na “carreira” sacerdotal ou, pior, na Hierarquia eclesial. Ser Bispo é ser escolhido pelo Espírito Santo através do Santo Padre para servir ao povo de Deus. Por isso o Bispo é o sucessor dos Apóstolos. Levada a sério, esta afirmação, que é sacrossanta, faz desaparecer a fisionomia, a idade, o jeito da pessoa e fica a verdade: o Bispo é um escolhido por Deus para ser a continuação dos homens, pescadores na maioria, que ele escolheu à beira do lago da Galiléia e nas andanças dele pelas estradas poeirentas da Palestina como amigos e confidentes: a eles Jesus confiava segredos e desabafava nos momentos tristes, ensinava e repreendia, exigia comportamentos e louvava, os enviava a pregar a todo mundo e falar de um Reino que não era deste mundo, com valores e princípios novos e até revolucionários. A todos prometia luta, sofrimento, austeridade, pobreza junto com alegrias e felicidades sem limites.

Sucessor dos Apóstolos! Desta vez não numa grande cidade e sim num canto da imensa Amazônia legal, num lugar e numa região por muitos brasileiros desconhecida. Um sucessor dos Apóstolos enviado a pessoas simples, pobres, à margem, muitas vezes, da grande sociedade; enviado a pessoas dignas da dignidade de filhos e filhas de Deus. Eles precisam de um sucessor dos Apóstolos que os garanta na fé e os confirme nesta mesma fé, como Jesus Cristo fez com Pedro; que os faça crescer na consciência de pertencer ao povo eleito; um sucessor dos Apóstolos que faça sentir e perceber materialmente que Jesus os ama como amou os doze e que está disposto a morrer todos os dias na Eucaristia para a salvação de todos: “ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos”.

Pois é, agora Bispo! O que quer dizer ser Bispo? Na minha mente passam algumas palavras e cenas do Evangelho: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”. “Se eu, mestre e senhor, lavei os pés de vocês... vocês também devem lavar os pés uns dos outros... Pois eu deu o exemplo pra que vocês também façam a mesma coisa que eu fiz, lavar os pés uns dos outros”. Terminando a parábola do Bom Samaritano, Jesus diz: “Vai e faze a mesma coisa” (Lc 10,37). Pregado na cruz, Jesus exclama: “Tudo é consumado”. Na celebração da Ceia, que é a nossa Eucaristia, Jesus diz: “Isto é o meu corpo que será entregue por vós” e também diz: “Este é o cálice do meu sangue... que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados...”. Todo mundo entende que é um serviço pesado, um jugo não fácil de ser levado. Mas há outras palavras de Jesus que consolam: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30). É ele que dá a força.

Pois é, agora Bispo! E quais as tarefas, além de ser servidor? A Igreja, que deve ser a grande servidora da humanidade, indica que o Bispo deve:

- em primeiro lugar ENSINAR (a Igreja chama: múnus docendi). Hoje esta é tarefa particularmente importante, pois vivemos em uma grande confusão sobre as escolhas fundamentais da nossa vida. As interrogações sobre o que é o mundo, de onde ele vem, para onde nós vamos, o que temos de fazer para realizar o bem, como devemos viver, quais são os valores realmente verdadeiros, estão na boca de todos e o Bispo é aquele que, com os seus sacerdotes, deve ensinar, esclarecer, iluminar do mesmo jeito como fazia Jesus e os Apóstolos depois dele. Existem muitas filosofias opostas: elas nascem e desaparecem, criando uma confusão sobre as decisões fundamentais. Nesta situação, realiza-se a palavra do Senhor, que “teve compaixão da multidão porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34). O Bispo não ensina idéias próprias, uma filosofia que ele mesmo inventou; o Bispo não fala a partir de si mesmo para criar admiradores ou um partido próprio, mas ele ensina em nome de Cristo. O Bispo anuncia a Palavra de Cristo, a fé da Igreja e não suas próprias idéias. Ele baseia o seu ensinamento sobre a Sagrada Escritura, os escritos dos Padres e dos Doutores da Igreja, o Catecismo da Igreja Católica, obedecendo ao mandamento de Cristo: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai a Boa Nova a toda a criação (Mt 16,15).

- depois, o Bispo deve SANTIFICAR (a Igreja chama: múnus sanctificandi). Penso no dever difícil, mas também muito gratificante, de transmitir a todo homem a graça dos Sacramentos. Em outras palavras, a missão de santificar é a de ser portador da amizade de Deus para os homens e, com isso, a salvação que é a grande riqueza que Jesus mereceu, ganhou e alcançou para todos morrendo na Cruz. Quem se faz de ponte entre a riqueza da cruz e os homens que dela precisam é, hoje, a Igreja e, na Igreja particular ou Diocese, o grande santificador é o Bispo com os seus sacerdotes. Toma valor e beleza, assim, a Concelebração anual, na Catedral, da Consagração dos Óleos e a distribuição deles aos Sacerdotes Párocos, que irão administrar os Sacramentos nas Paróquias durante o ano todo.

- por fim, o Bispo tem a tarefa de GOVERNAR (a Igreja chama: múnus regendi), dirigir, orientar; deve ser quase que um supervisor, um bom pai de família preocupado com o bom êxito da evangelização, porque só ela pode aproximar a humanidade a Deus e Deus ao humanidade; porque só ela pode ser o alicerce forte e seguro de uma vida social respeitosa, justa e pacífica.

Santo Inácio de Antioquia escreve: “Convém, então, sermos cristãos não só de nome, mas de fato. Ora, há quem tenha o nome do bispo na boca, porém, tudo faz sem ele. Estes tais não me parecem possuir consciência reta, porque não se reúnem com lealdade, segundo o preceito” (Inácio de Antioquia, bispo e mártir: 2ª leitura do Ofício das Leituras do 16º Domingo do Tempo Comum).
Na solene Celebração da Ordenação do Bispo aparecem elementos muito significativos; a Bíblia aberta é colocada sobre a cabeça do Bispo; a ele são entregues a Cruz peitoral e o anel, símbolos de compromisso; a ele é confiado o cajado, símbolo do governo que ele deve exercer como servidor; e a mitra, símbolo do dever de ser santo e de santificar através da administração dos sacramentos nas Paróquias da Diocese a ele confiada.
Essas “coisas” não são enfeites e sim sinais de empenho para com Deus e para com o povo.

Toda oração para os Bispos é ato devido dos cristãos e é a melhor colaboração para o serviço ao povo de Deus.
+ Dom Carlo Ellena
Bispo de Zé Doca

“QUE ALEGRIA
QUANDO OUVI QUE ME DISSERAM...” (Sl 121):
o Papa Bento XVI nomeou o Mons. Sebastião Lima Duarte
como Bispo da Diocese de Viana – MA.!!!

É uma alegria tão grande que de dentro empurra para ser anunciada a todos, em todas as cidades da nossa Diocese de Zé Doca através dos alto-falantes e das Rádios ou Televisões; mas o “segredo pontifício” não permite ainda esta explosão. Por isso aguardamos a publicação para expressar também externamente a nossa alegria.
Escrevo estas palavras no dia 22 de junho de 2010, o dia seguinte ao telefonema do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, anunciando, em nome do Papa Bento XVI, a nomeação do nosso Padre Mons. SEBASTIÃO LIMA DUARTE como Bispo diocesano da Diocese de Viana – MA.

Quando a nossa Igreja particular começou a evangelizar nesta Região ela era ainda Prelazia, quer dizer “porção de área geográfica e de povo de Deus” entregue aos Padres Religiosos, os Padres do Sagrado Coração de Jesus de Pinheiro. A Região era imensa por área e pelas distâncias; comportava enormes dificuldades para o povo e os Padres se deslocarem de uma Comunidade para outra ou até de uma cidade para outra.
Por isso foi dividida e a parte que nos pertence se tornou Prelazia de Cândido Mendes. O Primeiro Bispo foi Dom Guido Maria Casullo, que morava quase que continuamente em São Luís devido às dificuldades de saúde e das estradas, (melhor chamá-las veredas), a serem percorridas.
Nesse tempo, 1965-1968, foi construída, pelo Exército Brasileiro, a estrada Nacional BR-316. Ao longo dela muitos povoados, insignificantes até àquela altura, tiveram um desenvolvimento extraordinário e si tornaram, aos poucos, vilarejos e cidades.
Dom Guido deixou o seu serviço nessa Prelazia de Cândido Mendes, que se tornou Diocese de Cândido Mendes em 1983, entregue, agora, aos Padres diocesanos. Mas padres diocesanos nativos, naqueles anos, não existiam; o trabalho pastoral evangelizador estava aos cuidados de uns padres vindos da Itália. Com Dom Guido iniciou-se uma tímida pastoral vocacional para providenciar ao povo de Deus, sedento de fé, religião e apegado aos sacramentos, uma assistência espiritual.
Tomou posse da Diocese de Cândido Mendes, a esta altura, Dom Walmir Alberto Valle, dos Missionários da Consolata. A virada foi grande e providencial: a Diocese de Cândido Mendes mudou de nome e se tornou Diocese de Zé Doca com sede nesta Cidade; a pastoral vocacional teve um impulso muito forte e iniciou a funcionar o Seminário Menor em Zé Doca com boa presença de jovens vindos de diversas localidades. Para os estudos filosóficos e teológicos, importantíssimos e essenciais para um sacerdote, os jovens foram enviados a São Luís junto com os seminaristas de todas as 12 Dioceses do Maranhão.
A nossa Diocese, no ano de 1991, se alegrou com a Ordenação Sacerdotal do primeiro jovem seminarista nascido na nossa Região: Pe. Sebastião Lima Duarte, natural de Carutapera. Daí em diante os frutos – quero dizer os Sacerdotes nativos – chegaram com uma certa abundância, graças a Deus. No ano de 1993 outros dois jovens subiram ao altar e, nos anos a seguir, as Ordenações sacerdotais continuaram a ritmo variável. Hoje os padres nativos já alcançam o número de 20, número quase suficiente para as necessidades religiosas e espirituais do nosso povo. Sacerdotes maranhenses e zedoquenses evangelizando o povo maranhense e zedoquense.

Hoje me emociona poder dizer que o bom Deus, por meio do querido Papa Bento XVI, olhou para nossa Diocese, pobre de tudo e até esquecida, e nela escolheu um Sacerdote, o primeiro que foi ordenado; viu nele as qualidades necessárias e o Papa o nomeou Bispo da Diocese vizinha, Viana (MA).
Dizer e afirmar que estamos alegres e agradecidos é bem pouca coisa. Dizer que esta nomeação nos honra a todos, Bispo, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, Animadores/as e Leigos/as é a realidade que nos dá um santo orgulho. Tenho certeza que o orgulho maior é o de Mons. Mário Racca, que acompanhou, ao longo de diversos anos, este jovem e para ele foi exemplo de Sacerdote dedicado, doado à oração, comprometido com o bem da sociedade e com os mais esquecidos. Obrigado Deus, obrigado Papa Bento XVI, obrigado Mons. Mário Racca.
Um “obrigado” particular e especial vai, de coração mesmo, ao recém-nomeado Bispo, Dom Sebastião: pelo trabalho desenvolvido nestes dezenove anos na nossa e sua Diocese, como Vigário Geral, como Pároco de Zé Doca por duas vezes e, agora, Pároco de Carutapera; pela sabedoria dispensada aos seminaristas como professor no IESMA (faculdade de Filosofia e Teologia); pelo amor e atenção ao Pe. Mário; pela amizade dispensada ao Bispo, a todos os Padres, Religiosos/as e Agentes; pela simpatia para com todo o nosso povo; por ter vivido o dia-a-dia com muita simplicidade e dedicação com todos os mais humildes; pela ajuda dada à nossa Igreja particular; enfim, por ter colocado nas mãos do Papa a generosa aceitação para um novo trabalho pastoral em prol da Igreja. Obrigado, Mons. Sebastião, pelo “sim” dado sabendo e sendo consciente das dificuldades que irá encontrar: se a cruz, que cada Bispo leva pendurada ao pescoço tem um sentido, este se concretiza no dia-a-dia de vida de cada Bispo.
E a cidade de Carutapera, que está vivendo a véspera de mais uma Ordenação Sacerdotal, damos os mais sinceros parabéns. Agora em Carutapera é só alegria, aquela verdadeira, e muito trabalho para preparar o acontecimento da Consagração do filho mais ilustre: Dom Sebastião Lima Duarte.
Nós acompanhamos com a oração. O campo em que o novo Bispo irá trabalhar, a Diocese de Viana, já está à espera; lá já tem um trabalho sério realizado, que deve ser continuado e aperfeiçoado. Como em todo canto, não faltarão dificuldades que só a força de Deus pode ajudar a superar.
A Diocese de Viana, agora mais vizinha ainda, acolha este novo Bispo, preparado com cura na nossa Região, como um presente de Deus e desta humilde Diocese de Zé Doca, que se alegra muitíssimo, mas também se comove até às lágrimas, pois vai sentir muito a ausência deste pastor. Mas Deus sabe, Deus quis e nós aceitamos com fé.

Um abraço

+ Dom Carlo Ellena
Bispo de Zé Doca

A DIOCESE DE ZÉ DOCA
ESTÁ EM FESTA

A Diocese de Zé Doca, de ponta a ponta, de Bom Jardim a Boa Vista do Gurupi, de Cândido Mendes a Carutapera, 20 Municípios ao todo, está em festa desde o dia 7 de junho. Simples o motivo: o Papa Bento XVI nomeou o nosso primeiro padre “nativo”, MONSENHOR SEBASTIÃO LIMA DUARTE, Bispo diocesano da Diocese de Viana – MA.
Quando a notícia, secreta até o dia 7 de julho, se espalhou pelas Paróquias da Diocese, foi um só grito misturado a lágrimas de alegria: “Viva Padre, aliás, Mons. Sebastião, novo Bispo de Viana”; “Ele merece, ele merece”; “Estava na hora, já demorou demais” etc.
Ele, Mons. Sebastião, é “filho da terra”, pois nasceu em Carutapera, 46 anos atrás, onde moram ainda os pais, os irmãos, as irmãs e todos os familiares que são muito numerosos. Pessoa simples que viveu sempre em lugares simples servindo o povo como Padre e Pastor, amigo e conselheiro. É fácil fazer amizade com ele, pois o bom humor, a sinceridade da conversa e da brincadeira sabem cativar a qualquer pessoa. Mas também a seriedade e o compromisso fazem dele um bom companheiro que não dispensa o puxão de orelhas na forma mais amável. Ele sabe bem o que quer e quer o que pensa e sabe ser o caminho ou a iniciativa melhor. E vai à frente, como fazia também Jesus puxando a comitiva de seus discípulos e apóstolos: ele vai abrindo caminho.
A nomeação é motivo de orgulho para a nossa Diocese: Diocese tão nova e humilde que já pode dar à Igreja um sucessor dos Apóstolos. Orgulhosa, com certeza e, sobretudo, é a Cidade de Carutapera, que viu por muitos anos o pai e os irmãos de Sebastião remando nas águas do Rio Arapiranga para trazer para casa o peixe de cada dia. E Sebastião não recusava, durante as ferias dos estudos, e toda vez que lhe era possível, descer ou subir o rio na canoa junto aos familiares levando a isca de serdinha no “cofo” para prender os peixes, remando até cansar, satisfeito por poder ajudar na despesa da casa.
O silêncio do rio, o barulho das ondas e o bater rítmico dos remos inspiravam versos, poesias e cantos que louvavam a Deus: quem sabe que os cantos que ele compôs e o amor à Liturgia não tenham nascido nestes momentos de pescaria? Como para os Apóstolos, desde o 1991 com a Ordenação sacerdotal, a pescaria mudou de rumo e, agora de vez: “serás pescador de homens”.
A Diocese de Viana recebe um Bispo à altura: é o dom melhor que Deus, e também nós da Diocese de Zé Doca, podíamos oferecer à Igreja de Viana. Nós iremos sentir a falta, evidentemente, mas confiamos em Deus, pois sabemos que “quem doa com generosidade empresta a Deus”. Um canto das nossas Comunidades Eclesiais de Base diz: “fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas”, como também temos a convicção que “é dando que se recebe”. E o dom é de coração mesmo.
Parabéns, Dom Sebastião. Parabéns Diocese de Viana, Alegria pra todos nós da Diocese de Zé Doca.

+ Dom Carlo Ellena
Bispo da Diocese de Zé Doca - MA


CURRICULUM
DE MONSENHOR SEBASTIÃO LIMA DUARTE

Nasceu em Carutapera (MA), aos 03 de abril de 1964, filho de Idemir Altino Duarte, pescador, e Maria Raimunda Lima Duarte, lavradora. Primogênito de 12 irmãos, dos quais cinco já falecidos.
Fez o Ensino Fundamental em sua cidade natal.
Em 1982 ingressou no Seminário Menor de Zé Doca (MA), onde fez o ensino médio.
Estando no Seminário Maior em São Luís (1985-1991), cursou Filosofia e Teologia no Centro Teológico do Maranhão, hoje Instituto de Ensino Superior do Maranhão (IESMA).
Formado em Teologia e Ciências Patrísticas pelo Instituto Patrístico “Augustinianum” de Roma, Itália.
Foi diácono do Papa João Paulo II, na ocasião de sua visita ao Maranhão.
Foi Ordenado Presbítero no dia 30 de novembro de 1991, em Carutapera, o primeiro padre da Diocese de Zé Doca.
Atividades exercidas
• Foi por 10 anos Pároco da Paróquia e da Catedral de Santo Antônio, em Zé Doca.
• Foi Coordenador de Pastoral por vários anos e também Administrador Diocesano da mesma Diocese.
Atualmente é:
• Pároco da Paróquia São Sebastião, em Carutapera, MA.
• Membro do Colégio dos Consultores.
• Idealizador do I Kairós diocesano de Liturgia que se realizará nos dias 23 a 24 de julho 2010.
• Professor de História da Igreja Antiga e Patrística, no IESMA.
• Vigário Geral da Diocese de Zé Doca.
Cari Amici di Torino,
non ho mai scritto uma lettera del genere, anche perché il fatto é unico nella mia vita.
Sono giunto in Brasile nel 1974 per servire l’antica Prelazia de Cândido Mendes, che si é ingrandita inglobando tre Parrocchie della Diocesi di Viana, che é diventata Diocesi di Cândido Mendes, que é diventata, infine, Diocese de Zé Doca. Ho seguito questi passi personalmente, con momenti di allegria e di preoccupazione, ma soprattutto com momenti di gioia grande. Il Signore, si vedeva chiaramente, aveva un piano su questa terra del Maranhão, si serviva anche di noi e, quando Dio vuole, le cose capitano nel modo e al momento giusto: le righe possono anche essere storte, ma la scritta é dritta e lineare.
Abbiamo lottato perché questa regione del Maranhão, facente parte dell’Amazzonia legale, potesse essere servita , nella evangelizzazione, dai suoi Sacerdoti, Religiosi/se, Animatori e Catechisti. In quei primi momenti vi erano, nella gerarchia (che parola brutta!!!) della Diocesi solo sacerdoti italiani. Perció tutti abbiamo lavorato e servito, seminato e raccolto, speso le nostre energie e speso i denari che non avevamo (ma donati con abbondanza dalla caritá cristiana di altre chiese piú ricche e da amici anonimi, ma veramente cristiani praticanti della caritá) perché la Diocesi diventasse autonoma nella evangelizzazione.
Ci siamo quasi arrivati.
Ora stiamo raccogliendo il frutto piú ambito e che ci rallegra fino alle lacrime, perché anche i Vescovi ogni tanto piangono: tra i nostri sacerdoti della umile, povera e anche dimenticata Diocesi di Zé Doca, il Papa Benedetto XVI ha posto gli occhi su uno, che ha chiamato all’Episcopato nominandolo Vescovo della Diocesi di Viana, confinante con la nostra.
Scrivo queste cose quando tutto é ancora sotto segreto pontificio e le invieró solo dopo la pubblicazione della notizia e della nomina: il giorno 7 luglio, alle ore 12, in Roma. Da noi, in Brasile, saranno le sette del mattino e faremo chiasso, suoneremo le campane attraverso gli altoparlanti annunciando a tutti che MONS. SEBASTIÃO LIMA DUARTE, il primo sacerdote locale ordinato nella nostra Diocesi il 30 novembre 1991, é stato nominato VESCOVO DELLA DIOCESI DI VIANA - MA, confinante con la nostra.
Mons. Sebastião é conosciuto in Torino dagli amici che “girano” attorno a Dom Carlo Ellena: lo abbiamo accolto per pochi mesi alla Parrocchia di São Gioacchino (per avere il primo contatto con la lingua e la cultura italiana) quando venne in Italia per fare gli studi di Patristica in Roma; con una certa frequenza ci visitava in occasione delle feste natalizie e pasquali e...in altri momenti. Molti lo hanno conosciuto, apprezzato e l’amicizia non fu difficile, perché Padre Sebastião é estroverso: a lui piace la compagnia allegra, lo scherzo, il canto e la musica e, per conseguenza, la danza, brasiliana soprattutto.
Ho ricevuto la notizia dalla Nunziatura il 21 giugno, il giorno seguente alla Festa della Consolata, sotto segreto pontificio. Non vi nascondo la difficoltá di blindare la notizia: la voglia era di dirla a tutti, rallegrandosi e benedicendo a Dio, ma... Per questo vi avviso solo a nomina avvenuta.
E lo dico anche a tutta la Diocesi di Torino, come un annuncio evangélico di una buona notizia, che deve essere comunicata. In fondo la nostra Diocesi di Torino ha fatto molto per Mons. Sebastião. Lui lo sa ed é riconoscente.
In altra opportunitá vi avviseró della data di Ordinazione episcopale, che sará a Carutapera, cittá natale e anche Parrocchia che Mons. Sebastião sta attualmente amministrando. In altra data, invece, sará celebrata la Messa con l’entrata solenne e ufficiale nella Diocesi di Viana.
Questa nomina, ve lo confesso, accanto alla gioia mi porta anche qualche problema: voi sapete che non é facile sostituire un sacerdote di quel “peso” (era anche il Vicario Generale della Diocesi) in una cittá grande e esigente come Carutapera: comporta veramente qualche mossa non facile nella “scacchiera” diocesana, soprattutto per la mancanza de sacerdoti, di cui ancora sofriremo per qualche tempo. Ma il Signore, che ha iniziato l’opera, non mancherá di completarla.
Grazie, amici e grazie, Chiesa di Torino. Rallegratevi com me e con la “Diocesi-sorella” di Zé Doca. Penso di interpretare i sentimenti di Mons. Sebastião inviandovi il suo abbraccio e la sua prima benedizione.
Da me un grande ciao.

+ Dom Carlo Ellena
Vescovo della Diocesi de Zé Doca - Ma


Carta de Dom Carlo para os Sacerdotes e Diáconos da Diocese de Zé Doca.

ENCERRAMENTO DO ANO SACERDOTAL
19 de junho de 2009 – 11 de junho de 2010
Carta de Dom Carlo aos Padres e Religiosos da
Diocese de Zé Doca

Zé Doca, 09 de junho de 2010
Caros Presbíteros e Diáconos da Diocese de Zé Doca,
a vocês todos o meu abraço muito carinhoso e de agradecimento!!!

É bom aproveitar as ocasiões que Deus coloca a nossa disposição e que nós chamamos até de Kairós, tempo oportuno.

Eis algumas ocasiões boas para eu enviar a vocês uma carta que, na verdade, fazia tempo estava na ponta do lápis, mas que teimava em não sair, não por falta de tempo e sim por um certo temor e pudor.

A primeira é o próximo encerramento do Ano Sacerdotal (19/06/2009 – 11/06/2010) que o nosso Papa Bento XVI quis que fosse celebrado no mundo todo, lembrando o 150° aniversário da morte do Santo Cura d’Ars, São João Maria Vianney, padroeiro dos Párocos e de todos os Sacerdotes. A nossa Diocese não organizou grandes celebrações, mas tenho certeza que muitas orações subiram a Deus pedindo em favor de todo o clero da Diocese e do mundo.

A segunda ocasião é o VI° aniversário da minha Ordenação Episcopal (12/06/2004) e trabalho pastoral nestas terras do Maranhão, junto com o clero e Religiosos/as que Deus, na sua bondade, nos confiou para evangelizar. É evidente que o bispo, sem a ajuda e a disponibilidade do clero, não tem condições de evangelizar, de administrar os sacramentos e responder às necessidades espirituais duma diocese. O Clero é o coração da Diocese e as mãos do bispo no exercício dos três múnus ou deveres: docendi, santificandi et regendi. Espero que algumas das vossas orações tenham chegado ao coração de Deus pedindo para o Bispo.

Uma terceira ocasião é a festa de Santo Antônio, Padroeiro da Paróquia, da Cidade de Zé Doca e da Diocese toda. Os organizadores da Festa escolheram, como tema: “Santo Antônio sacerdote missionário”e como Lema: ”Por uma Igreja fiél a Cristo Salvador”.

Não última ocasião é o grande clamor suscitado na mídia lida, ouvida e televisada pelo escândalo da pedofilia na Igreja por parte de alguns sacerdotes, no mundo todo.
Como estão vendo, tudo aponta, no bem e no mal, para o sacerdote e o seu ministério ordenado.

Neste contexto, eu tenho uma palavra para vocês, meus caros sacerdotes e diáconos. Partilho plenamente a carta dos Bispos da Conferência Episcopal Italiana (CEI) publicada uns dias atrás e dirigida aos Sacerdotes daquele País. Eis algumas expressões que faço minhas e que escrevo até na primeira pessoa singular:
“Eu, dom Carlo, sou orgulhoso de vocês”, padres e Diáconos da Diocese de Zé Doca.
Contra os sacerdotes em geral foram difundidas ”acusações generalizadas, que puderam produzir amargura e dor”, mas “eu sou orgulhoso de vocês”.

Nesta perseguição “que produziu amargura e dor e jogou suspeitas sobre todo o mundo eclesial, eu rezei e convidei a rezar para vocês”.

“Não faltaram ocasiões de escuta e de diálogo para partilhar a graça e a bênção do ministério ordenado. Agora, eu quero expressar-lhes a minha cordial estima; dizer-lhes que estou perto de vocês: tudo isso inspirado na comum responsabilidade eclesial”.

“A minha palavra quer ser, antes de tudo, uma palavra de agradecimento”. “Eu sou orgulhoso de vocês”. “O bem que vocês oferecem às nossas comunidades no exercício do ministério quotidiano do ministério, é incalculável e, junto com os fiéis da nossa Diocese, eu vos agradeço”.

“O mal não terá a última palavra”. “Nós nos convidamos uns aos outros a perseverar no caminho da conversão e da penitência”. “A consagração presbiteral não nos coloca ao reparo dos ataques do maligno, nem nos faz impecáveis, mas nos assegura que o mal nunca terá a última palavra, porque quem assume o peso do seu pecado, sempre pode se reerguer e retomar o caminho”.

“O chamado, que nos prendeu e plasmou, nos ajudará a plasmar também as tribulações deste tempo, correspondendo com renovado ardor ao mandato que nos foi confiado”.

Lembro uns encontros muito importantes: coloquem-nos logo na agenda;
1. 24 de julho: Kairós em Carutapera e Ordenação Presbiteral do Diácono Agnaldo às 19,00 horas;
25 de julho: às 09,00 horas Ordenação Presbiteral do Diácono André em Cândido Mendes.

2. Retiro anual para o Clero e os/as Religiosos/as, em Castanhal (todos/as convocados/as):
- chegada: 16 de agosto: início com a janta e, logo após, o 1° encontro
- Pregador: Pe. Hélio Pacheco, Reitor do Seminário Maior “São José” do Rio de Janeiro. Tema: Ano sacerdotal.
- Término: 19 de agosto com a janta.

3. Haverá também:
* dia 19 de junho: Posse de Dom Vilson Basso em Caxias do Maranhão – 17,00 horas
* dia 21 de agosto: Consagração Episcopal de Dom Valdeci, em Ararí, às 18,00 horas
* dia 28 de agosto: Posse de Dom Valdeci, em Brejo – 17,00 horas.

Mais uma vez desejo um bom, feliz e próspero ministério com o povo que Deus nos confiou. Um abraço.

+ Dom Carlo Ellena
bispo


Na última Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), um dos temas abordados pelos Bispos foi: “As Comunidades Eclesiais de Base e sua realidade”. Depois da apresentação do tema foi possibilitado aos Bispos intervir para comentar o assunto. Também Dom Carlo tomou a palavra e aqui vai a intervenção dele.

CEB's - 48ª Assembléia Geral da CNBB

4-13 DE MAIO DE 2010 - BRASÍLIA

1, Agradeço a Presidência pela escolha do tema “CEBs” nesta 48ª Assembléia Geral da CNBB.

2. Sou o Bispo de Zé Doca. Fui escolhido como Bispo referencial das CEBs no Regional NE 5 - Maranhão.

3. ZÉ Doca é Diocese do interior mesmo, interior bravo, mas com centenas de Comunidades CEBs nas Cidades, nas periferia das Cidades, na mata e nas ilhas.

4. Se o problema é EVANGELIZAR (Objetivo geral do nosso Plano pastoral nacional):
- as CEBs são as que mais ajudam:
- lá, nas CEBs, o Evangelho é pregado na maior simplicidade e também vivido;
- lá a gente tem o gosto de anunciar o kerigma, as verdades fundamentais e fundantes da nossa fé; e são bem recebidas;
- lá a gente tem o prazer e a alegria de encontrar tantas pessoas nas Celebrações, e outras depois das Celebrações, batendo aquele papo gostoso nas calçadas, nas ruas e nos becos de rua: este papo cria amizade;
- lá a gente pode encontrar pessoas que perguntam e interrogam e querem saber e tirar dúvidas sobre verdades anunciadas, sobre o sentido de certas passagens do Evangelho e regras de vida.

5. Nós, lá no interior, não temos a possibilidade de fazer grandes e eruditas palestras, organizar encontros, às vezes meio complicados ou de alta cultura (necessários em outra cultura e realidade), mas, praticamente, todas as iniciativas têm algo das CEBs: cantos, liturgia unindo fé e vida, defesa dos direitos da pessoa, iniciativas caritativas em mutirão (que é o cartão postal das CEBs).

6. Diria, tomando emprestada uma frase italiana muito usada e eficaz em certos momentos ou para defender certas ideias: “Giú le mani” ... das Cebs. Não é bom mexer negativamente ou apagar a realidade das CEBs; não se crie o clima do “já foram importantes”; “já eram”; já serviram”... seria muito prejudicial. Seria ofensa aos milhares de fiéis que as inventaram, as construíram e viveram os valores inegáveis que elas estão trazendo, por elas sofreram e alguns (não poucos) morreram.

7. Nem todas as CEBs têm ou obedecem ao mesmo script como num roteiro de film ou novela, mas é bom deixar a elas um pouco de criatividade, inventiva, alegria de louvar, cantar, rezar ao Senhor do jeito que o povo gosta, na maior espontaneidade.

8. Nós, mais do que reformar, precisamos corrigir a rota, como faz o mot5orista de carro calibrando o volante até nas estradas mais retas; precisamos animar, oferecer novas ideias, metas e motivos animadores; precisamos acompanhá-las, nos unir às CEBs. São fontes de verdadeira espiritualidade também para Párocos, Religiosos/as e Bispos.


DON LUCIANO GARIGLIO


No dia 4 de junho de 2010 será celebrado o 40° saniversário da morte de Padre Luciano Gariglio. É bom lembrar estas datas que marcaram a vida e a evengelização na nossa Diocese. Carutapera celebrará a data com Santa Missa no Cemitério da cidade. O Bispo escreveu um artigo para o jornal semanal da Diocese de Turim (Itália). Colocamos a disposição, em língua italiana, o que o Dom Carlo refletiu, nesta ocasião, com o povo de Turim.


DON LUCIANO GARIGLIO
A 40 anni dalla morte
Venerato come un santo e protettore della cittá di Carutapera
Maranhão – Brasile


Moriva il 4 giugno de 1970, a 33 anni di etá, nelle acque che bagnano il villaggio di pescatori e agricoltori chiamato Barreira. Il motivo di questo nome e anche, forse, la causa della morte di Don Luciano, sono le barriere fatte a gradini dalla bassa e alta marea dell’oceano Atlantico. Essa giunge fino a Barreira e va molto oltre, due volte al giorno, puntuale como un orologio svizzero: le onde sbattono contro la parete e formano gradini che, quando la marea é al massimo di altura, non si vedono e... diventano pericolosi per chi non é nuotatore o non conosce la geografia subacquea.

I pescatori conoscono bene questo fenomeno naturale basato sulla forza di attrazione lunare. Di fatto, ogni giorno, tutti lo sanno da queste parti, la marea ritarda puntulmente di circa 45 minuti obbedendo alle fasi lunari: ma non erra.

Quel giorno, il 4 giugno 1970, la marea, a mezzogiorno, era ancora alta e Padre Luciano volle controllare personalmente se, nel pomeriggio, ci sarebbe stata la possibilitá di portare i ragazzi a fare il bagno. I ragazzi e le ragazze, ai quali aveva regalato il passeggio como premio per la bella partecipazione al mese di maggio dedicato alla Madonna, desideravano tanto tuffarsi in quelle acque, anche se, a causa del rimescolio della corrente della marea nel fondo del letto del fiume, queste erano color sabbia.

Tutti erano andati a rifocillarsi gustando il “pranzo al sacco” servito dalle catequiste e dalle Suore. Padre Luciano entró nelle acque e... scomparve. Qualcuno, una ragazzina in particolare, se ne accorse, diede l’allarme e con coraggio si buttó in acqua cercando di portare soccorso. Riuscí ad aggrappare i capelli del Padre, ma non ebbe la forza di trattenerlo. Affioró una o due volte, poi scomparve. Giunsero i pescatori che, dopo diverse immersione, ricorsero all’aiuto de una rete di pesca. Lo localizzarono e lo portarono a terra. La respirazione bocca-a-bocca non ebbe sucesso. Padre Luciano era morto.

La disperazione si diffuse tra i ragazzi, le catechiste, le Suore e, soprattutto scosse Padre Mario Racca, presente in quella gita catechistica.

I giorni seguenti furono traumatici per la cittá di Carutapera, che entró in lutto ufficiale a tutti i levelli. Le lacrime furono tante. Quel prete, quel Padre, era un punto di riferimento per tutti, anche se da poco tempo viveva a Carutapera insieme con Padre Mario. Padre Luciano era un camminatore: ogni fine settimana, a piedi, faceva i 29 Km per raggiungere Luís Domingues, villaggio alla vigilia de essere eretto a Parrocchia. Ancora a piedi, ritornava il lunedí mattino; era un amico allegro, era un evangelizzatore, sapeva fare e tutti lo ricambiavano con affetto e gli volevano bene.


40 anni fa. La nostra diocesi di Zé Doca, allora ancora Prelazia, stava dando i primi passi per portare a tutti il Vangelo, i suoi valori e le ricchezze spirituali dei Sacramenti. I poveri, tanti!, si sentivano amati, attesi nelle loro necessitá, stimati e ben voluti. Tutti, a Carutapera, guardavano alla Chiesa, solenne e architettonicamente bella, come i pescatori del luogo guardavano al faro o a una qualsiasi luce orientatrice.

Alla Messa feriale quotidiana delle 7,30 del mattino, la Chiesa era gremita di bimbi, ragazzi e studenti: tutti allegri, puliti nei loro vestiti bianchi e dopo il bagno con la “cuia”, pronti per frequentare la scuola. Ma, prima, un incontro con il Signore e la “bênção” di Dio trasmessa dal Padre.

Non fa stupire se, dopo 40 anni, la tomba, dove riposa il corpo di Padre Luciano, sia sempre molto frequentata e davvero molto curata. Non fa stupire se, dopo 40 anni, frequentemente vi siano persone che fanno celebrare la Messa per Padre Luciano al fine di ringraziare per grazie ricevute. Non fa stupire che Padre Luciano sia ricordato como um patrimonio della cittá di Carutapera.

Padre Luciano faceva parte di quei sacerdoti chiamati “Fidei Donum”, imprestati ai paesi del terzo mondo, in via di sviluppo e scarsi di sacerdoti locali. Fu alle Chiese “ricche” di sacerdoti che il Papa si rivolse chiedendo la disponibilitá di sacerdoti per tale missione. Don Luciano rispose: “eccomi”.

La finalitá era di prestare, alle nazioni ospitanti, l’aiuto per far nascere, sul posto, la necessaria Chiesa locale con i ministeri consacrati, la struttura umana di catequisti e animatori, e anche un minimo di struttura materiale necessaria per una evangelizzazione efficace.

Furono diversi i sacerdoti di Torino a chiedere all’Arcivescovo di partire per diverse parti del mondo, ma soprattutto per l’America Latina e l’Africa.
Oggi, i preti Fidei Donum torinesi in attivitá sono pochi: alcuni sono rientrati dopo un servizio prezioso donato con coraggio, altri sono ancora sul posto di lavoro, ma tira aria che l’esperienza Fidei Donum stia chiudendo. E con onore dei sacerdoti partiti e, soprattutto, della Chiesa che li ha inviati e accompagnati con preghiere, con spirito missionario autentico, con aiuti materiali e, soprattutto, con amore. É un capitolo bello della nostra Chiesa torinese, che ora soffre per mancanza de sacerdoti.

Da noi, in Brasile, tutto cominció con l’arrivo del Vescovo Dom Guido Maria Casullo, che rinunció al governo della Diocesi di Nusco e si uní a Mons. Ungarelli per governare, come Ausiliare, la Prelazia di Pinheiro. Questa, date le dimensione geografiche ampie e le difficoltá dei trasporti e viaggi per accompagnare l’evangelizzazione di quel popolo, fu divisa e nacque la Prelazia di Cãndido Mendes affidata, appunto, a Dom Guido. Egli giunge con alcuni pochi sacerdoti del Sud Italia ai quali si unirono Padre Luciano, affiancato fin dall1inizio da Padre Mario Racca nel 1969 e, nel 1974 giunse anche il sottoscritto come una pezza di appoggio.

In quel tempo i sacerdoti locali, nella Prelazia di Zé Doca, letteralmente non esistevano. Il lavoro fu molto e con difficoltá a tutti i livelli. Si dovette accettare e abbracciare la cultura locale, la nuova lingua, le difficoltá dei trasposrti, del cibo, degli orari, del distacco dalla propria diocesi e famiglia. Ma la grazia del buon Dio sempre ci accompagnó.

E i frutti giunsero in abbondanza. Con una pastorale vocazionale presa sul serio, giá nel 1991 fu ordinato il primo sacerdote locale; nel 1993 altri due salirono l’altare e, negli anni seguenti, le ordinazioni se susseguirono a ritmo variabile. Il fatto bello, di cui dobbiamo ringraziare il buon Dio e la Chiesa torinese, é che ora i sacerdoti locali giá raggiungono la quota di 20, contando i due Diaconi che saranno ordinati sacerdoti nel prossimo mese di luglio. Ció significa que la Chiesa locale, nei suoi ministri ordinati, é quasi autonoma. Ormai sono i sacerdoti de Zé Doca che evangelizzano il popolo della Diocesi di Zé Doca. Noi italiani possiamo dire: missione compiuta.

Quanche giorno fa mi ha fatto un enorme piacere sentire uno dei sacerdoti locali dire: adesso possiamo anche noi diventare Fidei Donum in altri paesi, magari di lingua portoghese o, perché no?, di lingua italiana. E aggiunse: io sono pronto.