Para muitos, um feriado; para outros,
uma devoção; para o comércio, oportunidade fantástica de vendas; para outros
ainda, um momento especial de meditação, oração e renovação da fé. E para você,
o que significa “viver a semana santa”?
Existe
um jeito, um lugar, um momento muito especial no qual aprendemos a “viver a
semana santa”. É o que nos aponta o saudoso Papa VI: “Se há uma liturgia que
deveria encontrar-nos todos juntos, atentos, solícitos e unidos para uma
participação plena, digna, piedosa e amorosa, esta é a liturgia da grande
semana. Por um motivo claro e profundo: o Mistério Pascal, que encontra na
Semana Santa a sua mais alta e comovida celebração, não é simplesmente um
momento do Ano Litúrgico: ele é a fonte de todos as outras celebrações do
próprio Ano Litúrgico, porque todas se referem ao mistério da nossa redenção,
isto é, ao Mistério Pascal”.
Eis
o sentido do que significa “viver a semana santa”: fazer memória do mistério do
amor de Deus que se manifestou na entrega confiante de Jesus ao Pai, até a
morte de cruz, por fidelidade à sua missão. Mais ainda, significa celebrar o
mistério do amor de Deus que sustentou Jesus em seu calvário e o ressuscitou ,
Messias e Senhor.
“Viver
a semana santa” significa fazermos memória destas ações maravilhosas de Deus.
Mais, saber que estamos “revivendo” todos estes fatos. “De geração em geração,
cada um de nós é obrigado a ver-se a si próprio, com os olhos penetrantes da
fé, como tendo ele mesmo estado lá no Calvário, na primeira sexta-feira santa,
e diante do sepulcro vazio, na manhã da ressurreição. Hoje, todos nós, aqui
reunidos para celebrar a eucaristia, estávamos lá, prontos a morrer na morte de
Cristo e a ressuscitar em sua ressurreição. Será exatamente nossa comunhão com
o corpo sacramental do verdadeiro Cordeiro que nos tornará realmente presentes
àquele eterno presente”.
Concluo
com uma parte da homilia de S. Gregório de Nazianzo, bispo do séc. IV que
certamente também nos dá uma dica de como “viver a semana santa”: “Se és Simão Cireneu, toma a cruz e segue a
Cristo. Se, qual o ladrão, estás
crucificado com Cristo, como homem íntegro, reconhece a Deus. Adora aquele foi
crucificado por tua causa. Se és José de
Arimateia, pede o corpo a quem o mandou crucificar; e assim será tua a
vítima que expiou o pecado do mundo. Se és Nicodemos,
aquele adorador noturno de Deus, unge-o com perfume para a sua sepultura. Se és Maria, ou a outra Maria, ou Salomé, ou
Joana, derrama tuas lágrimas por ele. Levanta-te
de manhã cedo, procura ser o primeiro a ver a pedra do túmulo afastada, e a
encontrar talvez os anjos, ou melhor ainda, o próprio Jesus” (Liturgia das
Horas, vol. II,p.352).
Aí sim, poderemos exclamar: “FELIZ PÁSCOA!”
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO:
LITURGIA EM MUTIRÃO II
Autor do texto:
Pe. Carlos Gustavo Haas
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