Diante do crescente fenômeno da proliferação das seitas cristãs que se
apresentam aos homens como novas herdeiras da Igreja de Jesus Cristo, e também
diante da difusão de um incoerente ecletismo que leva a pensar que todas as
religiões se equivalem como se não houvesse diferença entre a verdade e o erro,
o Magistério da Igreja Católica sustenta e reafirma a verdade da unicidade da
Igreja, porque assim como existe um só Cristo, também existe uma só Igreja que
Cristo fundou e que subsiste na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Portanto, os católicos são obrigados a
professar que existe uma continuidade histórica entre a Igreja
fundada por Jesus Cristo e a Igreja Católica. Há cinquenta anos, o Concílio
Vaticano II afirmou que a única Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica,
governada pelo sucessor de Pedro (Papa) e pelos Bispos em comunhão com ele. A
Santa Sé explica que com esta expressão “subsiste”, o Concílio Vaticano II quis
harmonizar duas afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de
Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só
na Igreja Católica e, por outro, a de que existem numerosos elementos de
santificação e de verdade fora da sua composição, isto é, nas Igrejas e
comunidades eclesiais que ainda não vivem em plena comunhão com a Igreja
Católica. O Magistério da Igreja afirma que “os fiéis não podem, por
conseguinte, imaginar a Igreja de Cristo como se fosse a soma -
diferenciada e, de certo modo, também unitária - das Igrejas e comunidades
eclesiais; nem lhes é permitido pensar que a Igreja de Cristo hoje já não
exista em parte alguma, tornando-se, assim, um mero objeto de procura
por parte de todas as Igrejas e comunidades. Os elementos desta Igreja já
realizada existem, reunidos na sua plenitude, na Igreja Católica e, sem essa
plenitude, nas demais comunidades” (Roma, Congregação para a Doutrina da Fé:
Declaração Dominus Iesus n° 17).
As promessas de
Jesus Cristo de nunca abandonar a sua Igreja (Mateus 16,18; 28,20)
e de guiá-la com o seu Espírito (João 16,13) comportam que,
segundo a fé católica, a unicidade e unidade, bem como tudo o que concerne a
integridade da Igreja, jamais virão a faltar.
O devido respeito pela liberdade religiosa e a sua promoção de modo
algum podem justificar uma indiferença perante a história bimilenar da Igreja.
Pelo contrário, é o próprio amor à Deus e ao próximo que incita os católicos a
anunciar a todos a verdade sobre Cristo e sobre a unicidade e subsistência de
sua Igreja que para todos permanece una, santa, católica e apostólica. Neste
caso não se trata de proselitismo, no sentido negativo atribuído a este termo.
Citando o Papa Bento XVI, recentemente o excelentíssimo Arcebispo Metropolitano
de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, afirmou que “a Igreja Católica cresce
não por proselitismo, mas por atração” . Segundo a legislação canônica da
Igreja, “jamais é lícito a alguém levar os homens a abraçar a fé católica por
coação, contra a própria consciência” (Código de Direito Canônico, cânon 748 §
2).
Luís Eugênio Sanábio e Souza
ESCRITOR
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