Saúdo ao Excelentíssimo Dom João Kot, OMI, e os Reverendos Padres, Religiosos e Religiosas, os Seminaristas, os Animadores e Catequista e todo o povo da diocese de Zé Doca.
Queridos filhos e filhas de Deus da Diocese de Zé Doca, por meio desta mensagem tenho a oportunidade entrar em vossas casas e lhes dá um abração tocando os vossos corações e lhes desejando felicidades, que páscoa nos traz. Reforçando assim nossa amizade
A Quaresma terminou ela não foi apenas, como nós frequentemente imaginamos, um tempo de tristeza, de sacrifício, de cinzas sobre a cabeça lembrando os nossos pecados e pedindo perdão ao Bom Deus. Ela foi sim, um tempo de austeridade, de seriedade, de essencialidade, de colaboração com os mais pobres e de oração... A Igreja chama a Quaresma de tempo propício, para ser aproveitado, desfrutado, explorado, tempo para realizar aquela “mudança para melhor” que continuamente nós precisamos.
Estamos vivendo os três dias mais importantes e mais intensamente vividos por Jesus Cristo, que no Brasil esses dias são simplesmente chamados “os dias santos”.
A reflexão e a contemplação dos sofrimentos de Jesus Cristo, que meditamos nas Vias-sacras e nas reflexões, nos introduziram no mistério mais profundo da nossa fé, que é o da Salvação da humanidade alcançada através da Paixão cruel, da Morte verdadeira e da Ressurreição gloriosa de Jesus. Aos pés da Cruz entendemos melhor o quanto Deus nos amou, Ele enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele, derramando assim a última gota do seu sangue.
Neste tempo, a Igreja, por meio da Palavra de Deus, nos conduziu a entender a atitude do verdadeiro cristão, essa atitude deveria coincidir com a de Jesus Cristo, que si fez não apenas nosso vizinho, e sim nosso próximo.
Esta palavra “próximo” é extremamente comprometedora, pois ela é muito mais do que simplesmente “vizinho”.
“Vizinho” significa estar ao lado, perto do outro, como, por exemplo, quando nós estamos de ónibus ou num avião: depois de algumas horas sentados um ao lado do outro, no fim da viagem cada um vai para os seus afazeres e... quem si viu se viu; ou ainda a situação de quem frequenta a mesma escola, pode até nascer uma amizade, um companheirismo... mas a vida de cada um, em seguida, se separa e cada um vive a sua; ou até o caso de pessoas ou famílias que partilham a vizinhança de residência, eles, às vezes, nem se conhecem, nem se cumprimentam, quando não têm até desentendimentos. S& atilde; o vizinhos, um perto do outro na vida, no trabalho, no lazer... mas nada mais.
Ser “próximos” é outra coisa. Próximo significa se ajudar uns aos outros, dedicar-se ao vizinho, dar-se ao vizinho, saber perder um pouco de tempo com o vizinho, carregar voluntariamente os problemas dos outros, as dificuldades, as alegrias, os sofrimentos e se inteirar com os seus problemas.
Nesta Páscoa de 2017 precisamos resolver: será que nós queremos ficar apenas vizinhos dos outros (isso não custa nada, mas não deixa o coração em paz) ou será que queremos mesmo ser próximos dos outros (isso custa bastante, mas deixa o coração em paz e a alegria na nossa vida)?
O suficiente custa tão pouco!! Às vezes, faz a gente se tornar próximo o fato simples de cumprimentar alguém que, de fato, não esperaria cumprimento algum; ou agradecer alguém que nos fez um favor... ou alguém que nos deixou entrar primeiro pela porta ou nos deu a precedência na estrada ou na calçada... Poderia até ser um que mora longe, como quando se ajuda alguém, no outro lado do mundo, com uma oferta missionária...
Eu tenho a convicção, o bem hoje, é maior do que nós pensamos, é bem maior do que o mal, de que somos noticiados e que infelizmente faz mais barulho do que o bem.
Amigos todos da querida Diocese de Zé Doca, nesta Páscoa sejamos todos mais próximos do que apenas vizinhos. E fiquem com este dizer:
Queira o bem
Plante o bem
O resto vem!!!
Um abração em todos e Feliz Páscoa do amigo e irmão
+ Dom Carlo Ellena
Bispo emérito da Diocese de Zé Doca - MA
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