“Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada”. (Lc 1, 48)
Será que a Virgem estava prevendo, nesse versículo acima, a força que a devoção a ela teria? Com efeito, nenhuma criatura deste mundo é mais digna de veneração do que a virgem Maria, pois ela é aquela que está cheia de graça (Lc 1,28); aquela cuja voz faz a criança que ainda não nasceu estremecer e o Espírito Santo se manifestar (Lc 1, 41); sua presença foi considerada uma honra, que supera o mérito: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?” ( Lc, 1,43). Ao seu nome, grandes cidades foram construídas e imponentes catedrais erigidas. Uma devoção que abrange os mais variados povos e diversas personalidades históricas, como os descobridores Colombo e Cabral, que suplicavam a proteção da Virgem em seus intentos, até conquistadores como Hernan Cortês e Francisco Pizarro, homens de certa “piedade” Mariana. Quem gosta de história sabe do que estou falando.
Não poderia entrar no tema propriamente dito, no caso, o porquê do mês de Maio ser considerado o mês de Maria, sem fazer essa breve introdução e trazendo presente a “universalidade” da devoção à Virgem. O incremento da devoção mariana no mês de Maio surgiu como uma forma de aumentar essa devoção, ou seja, aumento das rezas do Santo Terço, Novenas, visitas às famílias e coroação de Nossa Senhora. A Festa de Nossa Senhora de Fátima, dia treze de Maio que lembra a aparição de Nossa senhora, aos três pastorinhos, em Fátima, Portugal, e de Nossa Senhora Auxiliadora, dia vinte e quatro de Maio, consolidam ainda mais o fato de Maio ser considerado mês mariano.
O Mês de Maio na cultura ocidental começou a ser celebrado no século XII, com vários marcos importantes da história. A obra literária O Mês de Maria, de 1925, do Jesuíta Aniballe Dionise, inspirou mais ainda o mês de Maio como o mês mariano. Com esse livro, ele deu o pontapé inicial de como seria orientadas as devoções no mês de Maio: orações do santo terço, ladainhas diante da imagem, jaculatórias próprias, tudo isso foi fomentado no livro.
Também não podemos esquecer o rei da Castela, Alfonso X, que associou o Mês de Maio a nossa Senhora, que orientava seu povo a oferecer cantigas a Nossa Senhora, dizendo que por meio da devoção à Mãe de Deus, as Bênçãos viriam.
Em Roma, esse Mês começou a tomar forma com São Felipe Néri (+1596), que com vários cânticos, ensinava os jovens a honrar a Mãe de Deus.
Os elementos históricos apontados são importantes para situar a devoção mariana no mês de Maio. No entanto, na raiz de toda devoção autêntica está o amor à Santíssima Virgem, que com seu afeto materno, inebria os corações de seus filhos. A “Toda Santa”, concebida sem pecado, não nos abandona em momento algum, que vem a nós de maneira tão simples, mas que nos protege de maneira poderosa e confortante.
Texto: Marcinaldo Aguiar Santos.
Diácono transitório da Diocese de Zé Doca – MA.
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