OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Toda a humanidade tem que lutar sem cessar contra a pobreza" diz Bento XVI


Celebra-se esta quarta-feira, 17 de outubro, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Na Audiência Geral desta quarta-feira, o papa Bento XVI saudou os que estavam presentes na Praça São Pedro, encorajando-os em seu compromisso de proteger a dignidade e os direitos dos que são condenados a sofrer a chaga da miséria, “contra a qual toda a Humanidade deve lutar sem cessar”. 

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), para promover a conscientização sobre o problema e para motivar os esforços de erradicação da pobreza em todas as partes do mundo. 

Em 17 de outubro de 1987, em Paris, o padre Joseph Wresinski, fundador do "Movimento Agir Todos pela Dignidade do Quarto Mundo" inaugurou, na presença de 100 mil pessoas, uma placa de pedra em memória das vítimas da pobreza. Nela, estava gravada a seguinte mensagem: "Onde homens e mulheres estão condenados a viver em extrema pobreza, direitos humanos são violados. Unir-se para fazer com que sejam respeitados é um dever sagrado”. 

Na última década, milhões de pessoas saíram da pobreza, e obtiveram um melhor acesso à saúde e à educação. Todavia, apesar destes avanços importantes, há ainda lacunas críticas a serem preenchidas. O tema para o Dia Internacional de 2012 é "Pôr fim à violência que a extrema pobreza representa: promover a responsabilização e construir a paz". 

Isabelle Perrin, diretora-geral do Movimente, em sua mensagem do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, afirmou: "É um dia para recusar o inaceitável. (...) 17 de outubro é uma data para honrar os milhões de pessoas que enfrentam o impossível, aqueles cuja coragem e cuja existência desafiam nossas certezas, nossos modos de pensar e agir”. 

Nessa mesma data, os salesianos da Região Interamérica estão empenhados na 10ª reunião regional de opção preferencial. Uma semana de conferências sobre o empenho da Congregação no continente americano e a opção preferencial pelos pobres. Responsabilizar quem vive na pobreza, especialmente os jovens, é um dos principais temas discutidos durante este encontro. 


SAUDAÇÃO AO NOVO BISPO DE PINHEIRO (MA)


Na manhã desta quarta-feira, 17 de outubro, a Santa Sé anunciou oficialmente a nomeação do novo bispo de Pinheiro (MA). Trata-se do padre Elio Rama, superior provincial do Instituto Missões Consolata (IMC). A nomeação ocorreu após o papa Bento XVI acolher o pedido de renúncia de dom Ricardo Pedro Paglia, por motivo de idade, conforme prevê o cânon 401.1 do Código de Direito Canônico.
Padre Elio Rama nasceu na localidade da Rocinha, município de Tucunduva (RS), aos 28 de outubro de 1953. Em 1967, ingressou no antigo seminário de Três de Maio (RS). Cursou o segundo grau em Erexim (RS) e fez os estudos de Filosofia em São Paulo. Após o noviciado, emitiu os votos religiosos em 1978, e foi enviado a Roma, ao Seminário Maior dos Missionários Consolata, onde cursou Teologia. Ainda em Roma, especializou-se em missiologia na Universidade Urbaniana.
Foi ordenado presbítero em 1984, partindo no ano seguinte para as missões em Moçambique, na África, onde trabalhou por 18 anos. De volta ao Brasil, em 2002, foi reitor do Seminário Teológico do IMC, em São Paulo e atuou no Centro de Animação Missionária, em Cascavel (PR). Em 2009, foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Penha, região norte de São Paulo, função que deixou de exercer, em setembro de 2011, ao ser eleito superior dos Missionários da Consolata da Província do Brasil.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/alteracao-no-episcopado/10566-papa-nomeia-novo-bispo-para-diocese-de-pinheiro-ma

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
PEDRO EDUARDO SILVA LIRA
e Ordenação diaconal de
SARIS REBEIRO VERDE
Zé Doca, 12 de outubro de 2012


2 1.  Faz poucos dias a nossa Igreja de Zé Doca ordenou Presbíteros dois jovens da nossa terra: Pe. Márcio Júnior e Pe. Elinaldo Nunes. Naquela ocasião eu quis esclarecer para o povo de Deus alguns aspectos da vida do Padre, pois nem sempre é bem entendida e, por isso talvez, ela seja freqüentemente criticada, às vezes com motivos e às veze sem motivos. Em Godofredo Viana parei sobre a grande e única tarefa di Cristo nos dias que passou aqui na terra e nossa também: a evangelização em primeiro lugar; já em Cândido Mendes parei um pouco para refletir sobre a disposição fundamental do Padre da Igreja católica: o serviço integral e a disponibilidade total ao povo. Hoje gostaria fazer mais um passo nestas reflexões para entender melhor a vida do Sacerdote e afirmar que o trabalho dele é trabalho pastoral. De fato Cristo disse a Pedro – três vezes – e, por ele aos Apóstolos (hoje somos nós os destinatários dessas palavras), “apascenta as minhas ovelhas”. Estas palavras abrem a nossa vontade para o trabalho próprio do padre e que nós chamamos de trabalho pastoral.
2.      Muitas vezes nos Evangelhos (Novo Testamento) e nas Escrituras do Antigo Testamento, a Palavra de Deus faz referência ao pastor, às ovelhas, ao rebanho e ao redil. A comparação insinua e indica claramente que Ele é o Pastor e as ovelhas somos nós, os cristãos. Poucos, infelizmente, no meio do mundo que, nas sua grande maioria, não conhece ainda o pastor, que não obedece ao pastor. Moisés reza assim: “Ó Senhor, Deus dos espíritos... estabelece sobre a comunidade alguém que tome iniciativas ... a fim de que a comunidade do Senhor não seja como ovelhas sem pastor (Núm 27,16-17)

3.      Jesus se apresenta como o bom pastor e condena os que vieram antes dele como “ladrões e assaltantes” (Jo. 10,8): de fato nem sempre os pastores foram e são verdadeiros pastores, que apascentam com amor as ovelhas: alguns não amam as ovelhas e, mais do que pastores, parecem com os mercenários; outros pensam mais em si do que nas ovelhas; outros exploram; outros não defendem dos lobos; outros ainda não curam as ovelhas doentes e feridas. Há também, a certa altura, a vontade firme de Deus de tirar o pastoreio dos pastores-mercenários e ele mesmo tomar conta pessoalmente das ovelhas.... para que se forme, em fim, “um só rebanho com  um só pastor”. Ele, Jesus, é o “bom pastor que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).

4.  As indicações, quase comandos, do verdadeiro pastor aos pastores colaboradores;
 
- o pastor conhece as ovelhas e as chama pelo nome; precisa conhecer o ambiente e as condições sociais, econômicas, religiosas... numa palavra, precisa conhecer o mundo onde vivem as ovelhas;
- precisa curar as doentes e feridas ou desnutridas sem descuidar das que estão passando bem; o amor para as ovelhas é a solução;
- precisa oferecer pastos substanciosos para o rebanho: nós diríamos hoje:   oferecer cursos e encontros, palestras e estudos, possibilidades de externar os seus sentimentos e necessidades;
- precisa vigiar para os mercenários não tomar conta do rebanho com propostas enganosas e ilusórias; a confusão é grande demais nos nossos dias;
- precisa defender o rebanho dos lobos sempre prontos para devorar, distrair, estragar; as ovelhas não podem e nem devem ser exploradas,  encurraladas, obrigadas,  pois são pessoas que gozam da liberdade, dom de Deus, respeitada por Deus mesmo e, muito mais, deve ser respeitada  por nós.
- o pastor, o sacerdote, precisa ser disposto a dar a vida para defender as    ovelhas, a exemplo do Senhor Jesus Cristo, o bom pastor; o trabalho do pastor é trabalho de dedicação extrema e inteligente, pois não é apenas um conjunto de ações ou iniciativas postas uma ao lado da outra sem   interdependência: as iniciativas devem propor e apontar para um   programa ou plano pastoral inteligente;
- precisa privilegiar as perdidas: deixar as 99 e procurar a que se perdeu:   Jesus fez assim e foi ao encontro dos pequenos, das prostitutas, dos   pecadores, dos doentes e afastados.

5.  Este é o trabalho do sacerdote que, evidentemente, não exclui o trabalho de conscientização social: o Evangelho, que Cristo manda pregar e que de fato pregamos, tem o poder de transformar a sociedade para melhor, comunicando os valores da honestidade, da verdade, da partilha, da justiça, do respeito e do amor verdadeiro. Esses valores são fermento: pois por eles mesmos mexem com a sociedade qualificando os poderes dos governantes, dos legisladores, dos juízes dispensando os sacerdotes de entrar em partidos políticos, agremiações e atividades onde trabalham muito bem os leigos e as leigas devidamente preparados/as, usando a capacidade e a liberdade que lhes pertence e iluminados pelo Evangelho anunciado com a nossa ação pastoral.

6.  O nome “Pastoral” vem do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas que Cristo lhe confiou. Toda atividade e iniciativa terá em vista a construção, já aqui na terra, do Reino de Deus. Este é o grande e sublime objetivo: difícil de ser alcançado porque comporta muito sacrifício e bastante dedicação. Mas ele é fonte de alegria e de paz que moram em quem sente de ter cumprido com o seu dever e ter realizado sua missão.

.   7. Agora entendemos melhor certas palavras de Jesus: Lc 9,57-62; “..as raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça... Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus... Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.  Jesus, quando se trata de falar dos pastores é extremamente severo e exigente; ele não tem medo de eliminar, excluir do trabalho para o Reino. Se ele não encontrar pastores de qualidade e decididos, está disposto a ficar só: “... vós também quereis ir embora?”. Naquele tempo muitos saíram das fileiras dos discípulos de Cristo; mas Pedro falou por si e em nome dos outros: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna”. E acompanharam Jesus até à morte.

8.  Neste momento estão na minha frente dois jovens: o Seminarista Saris que vai ser ordenado Diácono e o Diácono Pedro Eduardo que vai ser Ordenado Sacerdote. Estas reflexões valem para os dois e também para nós já sacerdotes e em pleno trabalho pastoral.  Mas ninguém desanime olhando para objetivos tão altos. Deus não costuma carregar pesos em alguém que não tenha condições de levá-los. Jesus, o Pai e o Espírito Santos são o nosso sustento e a nossa força. A oração dos parentes, amigos, do povo de Deus ao qual seremos enviados somam com as nossas forças, nos dão a coragem de que precisamos. E se a infidelidade bater à nossa porta, nós sabemos que o povo entende e Cristo é bom, perdoa e dá força depois da caída. Esta é uma realidade documentada milhares de vezes pelos nossos santos que veneramos e pelos santos do nosso povo que não cansam de rezar para os sacerdotes. Olhem quanta gente está ao vosso redor, torcendo e rezando.

  9.  Mais uma observação: a Pastoral não é apenas obra de conservação de quantos já estão na Igreja e nas nossas pastorais, ela é atividade de “ataque”, de missão para espalhar a Boa Notícia. Na realidade à Pastoral interessam mais as ovelhas que estão lá fora do que ás ovelhas que já estão no redil. A elas nós devemos ir; são elas que precisam mais da nossa ação, seja porque, talvez, nunca conheceram Jesus e a Igreja dele, seja porque saíram do redil, a casa do Pai, procurando outros abrigos que só alimentam ilusões. Elas precisam voltar à casa do Pai, ser bem acolhidas e recebidas, estimadas nos valores que elas têm e precisam ser colocados à disposição de todos. É também a justificativa do mês missionário (outubro) que estamos vivendo.

10.  Na casa do Pai, a Igreja, as ovelhas encontrarão alimento em abundância e para todas as necessidades. Os Sacramentos, que Jesus Cristo inventou, são para sustentar, enriquecer, fortalecer a nossa vida. O trabalho pastoral leva o cristão a descobrir os sacramentos e aproveitar a riqueza destes dons divinos.

11.  Amigos ordenandos e Sacerdotes do nosso presbitério: neste trabalho de pastoral não irá faltar a ajuda materna de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de todos os Brasileiro. Com ela ao nosso lado nada poderá nos vencer ou desanimar. O trabalho é muito, não fácil, mas bonito. O nosso povo reconhece e agradece, como eu vos agradeço agora, de coração.



HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
ELINALDO CARDOSO NUNES
Cândido Mendes, 30 de setembro de 2012


1.    A nossa Igreja de Zé Doca, neste ano de 2012, está sendo agraciada com a ordenação de três Sacerdotes que concluíram os estudos, a formação Oficial (porque a verdadeira formação nunca acaba, todos sempre estamos em estado de formação). A experiência pastoral nas periferias de São Luís e numas das nossas Paróquias: a nós nos parecem prontos para abrir as asas e iniciar o grande vôo pelo qual se prepararam: a grande e bonita aventura do Ministério ordenado a completo serviço dos fiéis.

2.      O Seminário foi um momento – quero dizer: anos – de bastante reflexão, de trabalho formativo junto com os formadores, de oração. Não sempre foi fácil porque a formação exige também cortar na própria carne para modificar atitudes, aceitar rumos novos, disciplina que freqüentemente mortifica a nossa liberdade e a nossa vontade. Mas o trabalho e os resultados estão aí, na frente do povo de Deus. Nos pareceu a nós e nos parece que o Espírito Santo aprova e aprovou os resultados, que ainda não terminaram e estão ainda imperfeitos, mas estão bem encaminhados: todos sabemos que a formação de todos nós é contínua e só termina com a morte. Aí será o bom Deus que nos aprovará na nossa formação e no nosso trabalho. Mas um trabalho bonito e sério foi feito no Seminário: é o que nos alegra e dá a garantia humana e moral da preparação em vista do Sacerdócio.

3.      Ontem foi o Márcio Junior que se tornou Padre; hoje é a vez do companheiro dele Elinaldo a ser Ordenado. Estão cheios de poderes: consagrar a Eucaristia, perdoar os pecados, ser anunciadores da Palavra de Deus... cheios também de deveres: oração que se concreta na reza do Ofício Divino rezado todos os dias para eles mesmos, para os fiéis e para a Igreja toda; trabalho desinteressado; dedicação total e irrestrita ao povo a eles confiado pela Igreja. Não faltará a ajuda de Deus, do Espírito Santo que continua trabalhando de forma incansável na Igreja. Não faltará a amizade sacerdotal do Presbitério, quer dizer do Bispo e dos outros Padres da nossa Diocese. Não faltará a oração constante do povo de Deus das Paróquias, dos Seminários, Religiosos/as e dos familiares. Por isso dá para começar esta caminhada, confiar nos bons resultados...  tudo para a Maior Glória de Deus, como dizia Santo Inácio de Loyola.     

4.      Se ontem à noite, na homilia pela Ordenação do Padre Márcio Junior aqui presente, eu quis frisar a dimensão mais importante do sacerdote da Igreja Católica, que é a evangelização, hoje gostaria me deter sobre a atitude essencial do Sacerdote, atitude que faz dele o verdadeiro sacerdote de Cristo que imita o Mestre e se torna ele mesmo um “alter Christus”, um outro Cristo.

- Estou me referindo à atitude essencial do sacerdote: o serviço, a disponibilidade, o sentir com os fiéis as mesmas dores e as mesmas alegrias.
- Estou me referindo ao fato que o Sacerdote não é tal para si mesmo, e sim para o povo.
- Estou me referindo ao fato que o Sacerdote não pode e não deve viver isolado, ilhado, preocupado apenas  em si e nos seus interesses. Ele é feito para os outros. São Paulo, na I Coríntios, 3,5 escreve: “Pois o que é Apolo? O que é Paulo? Não passam de servidores, pelos quais chegastes à Fe”. Numa palavra: o Sacerdote é servidor do Evangelho.

   5.    Domingo passado Jesus, se dirigindo aos Apóstolos que “tinham discutido quem era o maior..., chamou os doze e lhes disse: se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos. Em seguida, pegou uma criança, (a criança naquele tempo representava os mais desamparados, pobres, desprotegidos) colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolhe está acolhendo não a mim, mas aquele que me enviou” Mc 9,35.

6.  Na I Cor: 4,1-16 Paulo escreve: “Irmãos, que todo mundo vos considere como servidores de Cristo e   administradores dos mistérios de Deus. A este respeito, o que se exige      dos administradores é que sejam fiéis... Irmãos, apliquei  esta doutrina a mim e a Apolo, por causa de vós, para que o nosso exemplo vos ensine a não vos inchar de orgulho, tomando o partido de um contra outro... O que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?... Escrevo-vos tudo isso, não com a intenção de vos envergonhar, mas para vos admoestar como meus filhos queridos...”

7.   Qualquer atividade pastoral e evangélica ela deve ser encharcada de espiritualidade bíblica; ela deve transmitir as verdades do Catecismo da Igreja Católica. Ele, Elinaldo, se preparou para ser lançado no meio do povo com um espírito e uma formação que possa ajudar o povo a se tornar ele também servidor, altruísta, compartilhador das dores e alegrias dos outros.

   8.  O Sacerdote não é, na mente da Igreja, aquele que chegou a ter um “status”, uma posição privilegiada na sociedade, de honra e, por isso, gozar ou pretender submissão irrestrita, obediência cega priva de qualquer possibilidade de discussão ou respeitosa discordância. Ele deve ser o conciliador, sem colocar em risco a verdade; ele deve ser o amigo de todos com aquela amizade verdadeira que chega até ao ponto de chamar atenção, fazer uma discreta e amigável pressão, orientando sempre aos valores evangélicos.

9.  A composição, que vou propor, diz, em forma muito poética e com poucas palavras, quem é, quem deve ser o Sacerdote. É um texto manuscrito do século XI, mais ou menos 800 anos atrás, mas válido até agora e para sempre.

O SACERDOTE
Um sacerdote deve ser ao mesmo tempo pequeno e grande,
nobre de espírito, como de sangue real,
simples e natural, como de raiz sertaneja,
um herói da conquista de si mesmo,
um homem que lutou com Deus,
uma fonte de santificação,
um pecador que Deus tenha perdoado,
de seus desejos o senhor,
um servidor dos tímidos e fracos,
que não se abaixa diante dos poderosos,
mas se curva diante dos pobres,
discípulo de seu Senhor,
guia de seu rebanho,
um mendigo de mãos generosamente abertas,
um portador de inúmeros dons,
um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes,
com a sabedoria da idade
e a confiança de um menino,
voltado para o alto,
os pés na terra,
feito alegria,
revestido de gratidão,
especialista do sofrer,
longe de toda inveja,
visionário profeta,
que fala com franqueza,
um amigo da paz,
um inimigo da inércia,
fiel para sempre...
Assim tão diferente de mim!  
                                                     (Manuscrito medieval)
HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
MÁRCIO JUNIOR DE JESUS SODRÉ
Godofredo Viana, 29 de setembro de 2012


1.        Esta celebração, organizada e bem preparada desde muitos meses, muito bem frequentada e, espero, também participada com proveito e com verdadeiro espírito cristão, oferece também a oportunidade de conhecer melhor alguns aspectos da vida do padre:
– a caminhada percorrida, durante 8-10 anos, pelos jovens chamados à vida sacerdotal e que se prepararam e formaram em vista do sacerdócio;
- as dificuldades encontradas: como foram vivenciadas, enfrentadas e superadas com a ajuda dos formadores, dos companheiros e, sobretudo, do Espírito Santo;
- neste momento, mais do que para os sacerdotes aqui presentes, estou refletindo junto com o povo de Deus, que está aqui reunido e deseja conhecer melhor e aprender melhor. Os Sacerdotes estão ao par do sentido desta celebração porque a estão vivendo no dia-a-dia, quem mais anos quem menos anos e, penso eu, com alegria, como se fosse hoje o início do seu sacerdócio. Foi um “sim” dado conscientemente e que vai valer pela vida toda;
- afinal: o que quer dizer chegar a ser Ordenado Ministro de Deus como Sacerdote? Todos nós sabemos que este acontecimento da Ordenação não modifica o caráter, a personalidade; a Ordenação não faz deste jovem um santo embora o ser santo seja uma exigência importante na vivência deste  Ministério; este trabalho é feito no tempo dos estudos, do Seminário e da formação (e são oito anos ou mais!!). A Ordenação de hoje apenas dá poderes extraordinários e sobrenaturais a Márcio Júnior, como: perdoar os pecados, celebrar a Eucaristia, administrar e dirigir a comunidade.
- e a tarefa do sacerdote é, sobretudo e antes de tudo, a de evangelizar, visto que Jesus nunca batizou, nunca fez casamentos, nunca crismou, nunca deu a Unção dos Enfermos, nunca ordenou, mas unicamente evangelizou. Nos evangelhos aparece sim que Jesus tenha inventado os sacramentos para transmitir a graça da redenção e da salvação. Eles, os sacramentos, devem ser administrados pelos seus sucessores, mas não tem sombra que ele, Jesus, tenha administrado os sacramentos. Ele era o verdadeiro sacramento. Por isso “Cristo instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres... (Ef, 4,11-13). É o caso desta Celebração de Ordenação de Màrcio Júnior.

Proponho alguns textos que evidenciam e enaltecem a missão do Sacerdote: a missão de evangelizar em primeiro lugar:
* Pertinente a escolha da leitura de Jeremias 1,4-9: “...Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te....Eu ponho minhas palavras na tua boca...”
* Lc 4,44: “...eu devo anunciar a boa-nova do reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado...”
* Lc 5,3: “Depois, sentou-se e, da barca, ensinava as multidões”
* Jesus aplica a si mesmo as palavras lidas na Sinagoga de Nazaré: Lc 4,18-19:  “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor...”
* I Cor 1,1-2: S. Paulo declara publicamente aos Coríntios: “Irmãos, que todo mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. A esse respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis... De fato, - continua São Paulo poças linhas depois -Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho – sem sabedoria de palavras, para não esvaziar a força da luz de Cristo” (I Cor 1,17).
*por isso mesmo também nos enviou a evangelizar, antes de tudo: “Ide pelo mundo inteiro, anunciar a todos a boa-nova e batizai a todos em nome do Pai...  Eis que eu vos envio como ovelhas no meio dos lobos...       Cristo nos lança no mundo para anunciar a todos que o Reino de Deus     está próximo. O risco é grande, mas a aposta é bem superior e   compensa qualquer sacrifício e dificuldade.
- Atos dos Apóstolos: 5,41-42: “Os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de           ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo”.

2.        Fica claro que a tarefa principal do Sacerdote não é celebrar os sacramentos – inclusive a Eucaristia – e sim anunciar a boa-nova do evangelho através de cursos, encontros, palestras, homilias, catequese, círculos bíblicos, liturgia orante, atividades evangelizadoras as mais variadas, usando todos os meios, inclusive eletrônicos, que estão a nossa disposição. Tudo deve concorrer e favorecer o anúncio do evangelho. (Aí funciona a criatividade do sacerdote, a pastoral verdadeira que leva as pessoas ao encontro com Cristo...).  É através dessas atividades que nasce a fé nas pessoas e fica preparado o terreno para receber com proveito os sacramentos que, inventados por Cristo, oferecem ao povo cristão a salvação, pois eles são os canais que nos comunicam a salvação. Fica também preparado o terreno para a construção de uma sociedade justa e fraterna, onde os valores verdadeiros e perenes do evangelho formam o alicerce de uma sociedade especial que Cristo chama de Reino de Deus.
3.        Encontrei algumas frases que dizem a grandeza do sacerdote e as dificuldades do trabalho no meio do povo. Elas não são poesia, nem fantasia, sentimentalismo em vista de uma comoção barata.


O SACERDOTE
O Sacerdote vive e opera no mundo, mas não pertence ao mundo.
Ele é filho dos homens, mas tem a autoridade de fazer os homens ”filhos de Deus”.
Ele é (deve ser) pobre, mas tem o poder de comunicar aos irmãos riquezas infinitas.
É fraco, mas fortifica os fracos com o pão da vida.
É servo, mas na sua frente ajoelham-se os Anjos.
É mortal, mas tem a tarefa de transmitir a imortalidade.
Caminha sobre a terra, mas seus olhos estão fixos ao céu.
Colabora ao bem-estar dos homens, mas não os tira da meta final que é o Paraíso.
- Ele pode fazer coisas que nem Maria e os Anjos podem fazer: pois ele celebra a Eucaristia e perdoa os pecados.
Quando celebra, está uns degraus mais alto, mas sua ação alcança o céu.
Quando perdoa, revela a potência de Deus, que perdoa os pecados e devolve a vida.
Quando ensina, propõe a Palavra de Jesus: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida”
Quando ora para nós, o Senhor o escuta, porque o constituiu “Pontífice”, isto é ponte que une Deus e os irmãos.
Quando o acolhemos, se torna o amigo mais sincero e fiel.
- Ele é o homem mais amado e mais incompreendido; o mais procurado e o mais recusado.
É a pessoa mais criticada, porque precisa confirmar com o seu exemplo a autenticidade da mensagem.
É o irmão universal, cuja tarefa é apenas a de servir, sem nada querer de volta.
- Se ele é santo, nós o ignoramos;
Se é medíocre, o desprezamos.
Se é generoso, o exploramos;
Se é “interesseiro”, o criticamos.
Se estamos na necessidade, o procuramos;
Se acabam as necessidades, o esquecemos.
- Somente quando nos será tirado compreenderemos quanto nos era indispensável e precioso.

“Se eu encontrasse ao mesmo tempo um Anjo e um Sacerdote, cumprimentaria primeiro o Sacerdote, pois ele é “um outro Cristo” (São Francisco de Sales)
Efésios, 4,11-13:
“Cristo instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude”.

Efésios, 2,19-22:
“Já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. É nele que toda construção se ajusta e se eleva para formar um Templo santo no Senhor. E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito”.



terça-feira, 9 de outubro de 2012



HISTÓRICO DO DIÁCONO QUE SERÁ ORDENADO PRESBITÉRIO E DO SEMINARISTA A DIÁCONO NESTE FERIADO DIA 12 


PEDRO EDUARDO SILVA LIRA
Nasceu aos vinte e nove de Junho de 1986, em Zé Doca – MA. É o segundo dos três filhos do casal Francisco Edilson de Oliveira Lira e Maria das Graças Silva Lira. 
Em 12 de Dezembro de 1998, foi batizado solenemente por D. Walmir Alberto Valle, tendo como padrinhos, o casal Hermínio Freire da Silva Filho e Ana Lúcia Alves de Oliveira Freire. A sua primeira comunhão se realizou na capela Nossa Senhora Imaculada Conceição em Zé Doca – MA. Foi crismado nesta Catedral Diocesana em 03 de Junho de 2001 por D. Walmir Alberto Valle. 

Iniciou os estudos em 1992 e concluiu o Ensino Médio em 2003, pelo Instituto Fundamental Brasileiro. 

Sendo Acólito e Vocacionado nesta Paróquia Santo Antônio e orientado pelo seu Pároco Pe. Sebastião Lima Duarte, hoje Bispo de Viana, Pedro Eduardo ingressou no Seminário Menor Sagrada Família em Zé Doca no dia 26 de Janeiro de 2002, onde realizou sua formação para ingressar no Seminário Maior Dom Guido Maria Casullo em São Luís. De 2004 a 2007 realizou a sua Licenciatura Plena em Filosofia na cidade de São Luís do Maranhão. E de 2008 a 2011, realizou os estudos do Bacharelado em Teologia na cidade do Rio de Janeiro, residindo no Seminário Arquidiocesano de São José. Atualmente, realiza seu estágio pastoral em Boa Vista do Gurupi com o Pe. José Raimundo da Silva. E ordenado diácono dia 20 de abril do ano corrente na Catedral de Santo Antônio.


SARIS RIBEIRO VERDE

Nasceu aos vinte e dois de Abril de 1984, em Governador Newton Bello – MA. É o quinto dos seis filhos do casal Antonio José Ribeiro Verde. É irmão do Padre Antônio Máximo Ribeiro Verde e da Religiosa Irmã Jardiane Ribeiro Verde. 

Foi batizado no dia 13 de Maio de 1990, solenemente por D. Walmir Alberto Valle, tendo presente como padrinhos, Teodoro Palhano da Silva e Maria Ramos da Silva. A sua primeira comunhão foi realizada no dia 03 de Dezembro de 1995 em Governador Newton Bello-MA, na Igreja de Nossa Senhora Imaculada Conceição por padre Raimundo Pereira de Sousa Almeida. Foi crismado na Paróquia de São Francisco de Assis em Bom Jardim- MA, aos 20 de novembro de 2004 por Dom Carlo Ellena. 

Iniciou os estudos em 1994 e concluiu o Ensino Médio em 2004, pelo Instituto Fundamental Brasileiro em Zé doca- MA. 

Sendo Vocacionado, trabalhando na pastoral da Criança, pastoral da Juventude e Acólito na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição orientado pelo Pároco Pe. Raimundo Pereira de Sousa Almeida, e pela religiosa Irmã Silvia, Saris Ribeiro Verde ingressou no Seminário Menor Sagrada Família em Zé Doca no dia 26 de Janeiro de 2002, tendo como formador Pe. Cosmo de Sousa Almeida, onde realizou sua formação para ingressar no Seminário Maior Dom Guido Maria Casullo em São Luís – MA. De 2004 a 2007 realizou a sua Licenciatura Plena em Filosofia na cidade de São Luís do Maranhão. E de 2008 a 2011, realizou os estudos do Bacharelado em Teologia em São Luís, no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA). Desde o início do ano de 2012, está realizando seu estágio pastoral na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição em Maracaçumé com o Pe. Alvelino da Silva Santos.