OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
PEDRO EDUARDO SILVA LIRA
e Ordenação diaconal de
SARIS REBEIRO VERDE
Zé Doca, 12 de outubro de 2012


2 1.  Faz poucos dias a nossa Igreja de Zé Doca ordenou Presbíteros dois jovens da nossa terra: Pe. Márcio Júnior e Pe. Elinaldo Nunes. Naquela ocasião eu quis esclarecer para o povo de Deus alguns aspectos da vida do Padre, pois nem sempre é bem entendida e, por isso talvez, ela seja freqüentemente criticada, às vezes com motivos e às veze sem motivos. Em Godofredo Viana parei sobre a grande e única tarefa di Cristo nos dias que passou aqui na terra e nossa também: a evangelização em primeiro lugar; já em Cândido Mendes parei um pouco para refletir sobre a disposição fundamental do Padre da Igreja católica: o serviço integral e a disponibilidade total ao povo. Hoje gostaria fazer mais um passo nestas reflexões para entender melhor a vida do Sacerdote e afirmar que o trabalho dele é trabalho pastoral. De fato Cristo disse a Pedro – três vezes – e, por ele aos Apóstolos (hoje somos nós os destinatários dessas palavras), “apascenta as minhas ovelhas”. Estas palavras abrem a nossa vontade para o trabalho próprio do padre e que nós chamamos de trabalho pastoral.
2.      Muitas vezes nos Evangelhos (Novo Testamento) e nas Escrituras do Antigo Testamento, a Palavra de Deus faz referência ao pastor, às ovelhas, ao rebanho e ao redil. A comparação insinua e indica claramente que Ele é o Pastor e as ovelhas somos nós, os cristãos. Poucos, infelizmente, no meio do mundo que, nas sua grande maioria, não conhece ainda o pastor, que não obedece ao pastor. Moisés reza assim: “Ó Senhor, Deus dos espíritos... estabelece sobre a comunidade alguém que tome iniciativas ... a fim de que a comunidade do Senhor não seja como ovelhas sem pastor (Núm 27,16-17)

3.      Jesus se apresenta como o bom pastor e condena os que vieram antes dele como “ladrões e assaltantes” (Jo. 10,8): de fato nem sempre os pastores foram e são verdadeiros pastores, que apascentam com amor as ovelhas: alguns não amam as ovelhas e, mais do que pastores, parecem com os mercenários; outros pensam mais em si do que nas ovelhas; outros exploram; outros não defendem dos lobos; outros ainda não curam as ovelhas doentes e feridas. Há também, a certa altura, a vontade firme de Deus de tirar o pastoreio dos pastores-mercenários e ele mesmo tomar conta pessoalmente das ovelhas.... para que se forme, em fim, “um só rebanho com  um só pastor”. Ele, Jesus, é o “bom pastor que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).

4.  As indicações, quase comandos, do verdadeiro pastor aos pastores colaboradores;
 
- o pastor conhece as ovelhas e as chama pelo nome; precisa conhecer o ambiente e as condições sociais, econômicas, religiosas... numa palavra, precisa conhecer o mundo onde vivem as ovelhas;
- precisa curar as doentes e feridas ou desnutridas sem descuidar das que estão passando bem; o amor para as ovelhas é a solução;
- precisa oferecer pastos substanciosos para o rebanho: nós diríamos hoje:   oferecer cursos e encontros, palestras e estudos, possibilidades de externar os seus sentimentos e necessidades;
- precisa vigiar para os mercenários não tomar conta do rebanho com propostas enganosas e ilusórias; a confusão é grande demais nos nossos dias;
- precisa defender o rebanho dos lobos sempre prontos para devorar, distrair, estragar; as ovelhas não podem e nem devem ser exploradas,  encurraladas, obrigadas,  pois são pessoas que gozam da liberdade, dom de Deus, respeitada por Deus mesmo e, muito mais, deve ser respeitada  por nós.
- o pastor, o sacerdote, precisa ser disposto a dar a vida para defender as    ovelhas, a exemplo do Senhor Jesus Cristo, o bom pastor; o trabalho do pastor é trabalho de dedicação extrema e inteligente, pois não é apenas um conjunto de ações ou iniciativas postas uma ao lado da outra sem   interdependência: as iniciativas devem propor e apontar para um   programa ou plano pastoral inteligente;
- precisa privilegiar as perdidas: deixar as 99 e procurar a que se perdeu:   Jesus fez assim e foi ao encontro dos pequenos, das prostitutas, dos   pecadores, dos doentes e afastados.

5.  Este é o trabalho do sacerdote que, evidentemente, não exclui o trabalho de conscientização social: o Evangelho, que Cristo manda pregar e que de fato pregamos, tem o poder de transformar a sociedade para melhor, comunicando os valores da honestidade, da verdade, da partilha, da justiça, do respeito e do amor verdadeiro. Esses valores são fermento: pois por eles mesmos mexem com a sociedade qualificando os poderes dos governantes, dos legisladores, dos juízes dispensando os sacerdotes de entrar em partidos políticos, agremiações e atividades onde trabalham muito bem os leigos e as leigas devidamente preparados/as, usando a capacidade e a liberdade que lhes pertence e iluminados pelo Evangelho anunciado com a nossa ação pastoral.

6.  O nome “Pastoral” vem do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas que Cristo lhe confiou. Toda atividade e iniciativa terá em vista a construção, já aqui na terra, do Reino de Deus. Este é o grande e sublime objetivo: difícil de ser alcançado porque comporta muito sacrifício e bastante dedicação. Mas ele é fonte de alegria e de paz que moram em quem sente de ter cumprido com o seu dever e ter realizado sua missão.

.   7. Agora entendemos melhor certas palavras de Jesus: Lc 9,57-62; “..as raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça... Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus... Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.  Jesus, quando se trata de falar dos pastores é extremamente severo e exigente; ele não tem medo de eliminar, excluir do trabalho para o Reino. Se ele não encontrar pastores de qualidade e decididos, está disposto a ficar só: “... vós também quereis ir embora?”. Naquele tempo muitos saíram das fileiras dos discípulos de Cristo; mas Pedro falou por si e em nome dos outros: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna”. E acompanharam Jesus até à morte.

8.  Neste momento estão na minha frente dois jovens: o Seminarista Saris que vai ser ordenado Diácono e o Diácono Pedro Eduardo que vai ser Ordenado Sacerdote. Estas reflexões valem para os dois e também para nós já sacerdotes e em pleno trabalho pastoral.  Mas ninguém desanime olhando para objetivos tão altos. Deus não costuma carregar pesos em alguém que não tenha condições de levá-los. Jesus, o Pai e o Espírito Santos são o nosso sustento e a nossa força. A oração dos parentes, amigos, do povo de Deus ao qual seremos enviados somam com as nossas forças, nos dão a coragem de que precisamos. E se a infidelidade bater à nossa porta, nós sabemos que o povo entende e Cristo é bom, perdoa e dá força depois da caída. Esta é uma realidade documentada milhares de vezes pelos nossos santos que veneramos e pelos santos do nosso povo que não cansam de rezar para os sacerdotes. Olhem quanta gente está ao vosso redor, torcendo e rezando.

  9.  Mais uma observação: a Pastoral não é apenas obra de conservação de quantos já estão na Igreja e nas nossas pastorais, ela é atividade de “ataque”, de missão para espalhar a Boa Notícia. Na realidade à Pastoral interessam mais as ovelhas que estão lá fora do que ás ovelhas que já estão no redil. A elas nós devemos ir; são elas que precisam mais da nossa ação, seja porque, talvez, nunca conheceram Jesus e a Igreja dele, seja porque saíram do redil, a casa do Pai, procurando outros abrigos que só alimentam ilusões. Elas precisam voltar à casa do Pai, ser bem acolhidas e recebidas, estimadas nos valores que elas têm e precisam ser colocados à disposição de todos. É também a justificativa do mês missionário (outubro) que estamos vivendo.

10.  Na casa do Pai, a Igreja, as ovelhas encontrarão alimento em abundância e para todas as necessidades. Os Sacramentos, que Jesus Cristo inventou, são para sustentar, enriquecer, fortalecer a nossa vida. O trabalho pastoral leva o cristão a descobrir os sacramentos e aproveitar a riqueza destes dons divinos.

11.  Amigos ordenandos e Sacerdotes do nosso presbitério: neste trabalho de pastoral não irá faltar a ajuda materna de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de todos os Brasileiro. Com ela ao nosso lado nada poderá nos vencer ou desanimar. O trabalho é muito, não fácil, mas bonito. O nosso povo reconhece e agradece, como eu vos agradeço agora, de coração.


2 comentários:

  1. Olá! Sou Maria Helena, coordenadora do Curso Luz e vida, núcleo Madureira- Rio de Janeiro, e ex-aluna do nosso querido professor, agora, Pe Pedro Eduardo. Estamos muito felizes por sua ordenação, as alunas lamentaram muito em não poder comparecer, mas prometemos uma viagem até essa cidade para conhecermos e matarmos a saudade de nosso estimado professor!

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  2. A Diocese de Zé Doca se enconta em festa pelas Ordenaçoes Sacerdotais.Que Deus ilumine a todos os ordenados para que possam servir ao Senhor com alegria todos os dias de suas vidas.A Dom Carlos Hellena desejo muita paz, alegria e forças para conduzir suas ovelhas.Um forte abraço a todos Ir. Jardiane R.Verde.

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