HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
PEDRO EDUARDO SILVA LIRA
e Ordenação diaconal de
SARIS REBEIRO VERDE
Zé Doca, 12 de outubro de 2012
2 1. Faz poucos dias a nossa Igreja de Zé Doca ordenou Presbíteros dois
jovens da nossa terra: Pe. Márcio Júnior e Pe. Elinaldo Nunes. Naquela ocasião eu
quis esclarecer para o povo de Deus alguns aspectos da vida do Padre, pois nem
sempre é bem entendida e, por isso talvez, ela seja freqüentemente criticada,
às vezes com motivos e às veze sem motivos. Em Godofredo Viana parei sobre a
grande e única tarefa di Cristo nos dias que passou aqui na terra e nossa também:
a evangelização em primeiro lugar; já em Cândido Mendes parei um pouco para
refletir sobre a disposição fundamental do Padre da Igreja católica: o serviço integral
e a disponibilidade total ao povo. Hoje gostaria fazer mais um passo nestas
reflexões para entender melhor a vida do Sacerdote e afirmar que o trabalho
dele é trabalho pastoral. De fato Cristo disse a Pedro – três vezes – e, por
ele aos Apóstolos (hoje somos nós os destinatários dessas palavras), “apascenta
as minhas ovelhas”. Estas palavras abrem a nossa vontade para o trabalho próprio
do padre e que nós chamamos de trabalho pastoral.
2.
Muitas vezes nos Evangelhos (Novo Testamento) e nas Escrituras do Antigo
Testamento, a Palavra de Deus faz referência ao pastor, às ovelhas, ao rebanho
e ao redil. A comparação insinua e indica claramente que Ele é o Pastor e as
ovelhas somos nós, os cristãos. Poucos, infelizmente, no meio do mundo que, nas
sua grande maioria, não conhece ainda o pastor, que não obedece ao pastor. Moisés
reza assim: “Ó Senhor, Deus dos espíritos... estabelece sobre a comunidade
alguém que tome iniciativas ... a fim de que a comunidade do Senhor não seja
como ovelhas sem pastor (Núm 27,16-17)
3.
Jesus se apresenta como o bom pastor e condena os que vieram antes dele
como “ladrões e assaltantes” (Jo. 10,8): de fato nem sempre os pastores foram e
são verdadeiros pastores, que apascentam com amor as ovelhas: alguns não amam
as ovelhas e, mais do que pastores, parecem com os mercenários; outros pensam
mais em si do que nas ovelhas; outros exploram; outros não defendem dos lobos; outros
ainda não curam as ovelhas doentes e feridas. Há também, a certa altura, a
vontade firme de Deus de tirar o pastoreio dos pastores-mercenários e ele mesmo
tomar conta pessoalmente das ovelhas.... para que se forme, em fim, “um só
rebanho com um só pastor”. Ele, Jesus, é
o “bom pastor que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).
4.
As indicações, quase comandos, do verdadeiro pastor aos pastores
colaboradores;
- o pastor conhece
as ovelhas e as chama pelo nome; precisa conhecer o ambiente e as condições sociais, econômicas, religiosas... numa
palavra, precisa conhecer o mundo
onde vivem as ovelhas;
- precisa curar as
doentes e feridas ou desnutridas sem descuidar das que estão passando bem; o amor para as ovelhas é a solução;
- precisa oferecer
pastos substanciosos para o rebanho: nós diríamos hoje: oferecer cursos e encontros, palestras e estudos, possibilidades de externar os seus sentimentos e
necessidades;
- precisa vigiar
para os mercenários não tomar conta do rebanho com propostas enganosas e ilusórias; a confusão é grande demais
nos nossos dias;
- precisa defender
o rebanho dos lobos sempre prontos para devorar, distrair, estragar; as ovelhas não podem e nem devem ser
exploradas, encurraladas,
obrigadas, pois são pessoas que gozam da
liberdade, dom de Deus,
respeitada por Deus mesmo e, muito mais, deve ser respeitada por nós.
- o pastor, o
sacerdote, precisa ser disposto a dar a vida para defender as ovelhas, a exemplo do Senhor Jesus Cristo, o
bom pastor; o trabalho do pastor é
trabalho de dedicação extrema e inteligente, pois não é apenas um conjunto de ações ou iniciativas postas uma ao lado da outra sem interdependência: as iniciativas devem propor
e apontar para um programa ou plano
pastoral inteligente;
- precisa
privilegiar as perdidas: deixar as 99 e procurar a que se perdeu: Jesus fez assim e foi ao encontro dos
pequenos, das prostitutas, dos pecadores,
dos doentes e afastados.
5.
Este é o trabalho do sacerdote que, evidentemente, não exclui o trabalho
de conscientização social: o Evangelho, que Cristo manda pregar e que de fato pregamos,
tem o poder de transformar a sociedade para melhor, comunicando os valores da honestidade,
da verdade, da partilha, da justiça, do respeito e do amor verdadeiro. Esses
valores são fermento: pois por eles mesmos mexem com a sociedade qualificando
os poderes dos governantes, dos legisladores, dos juízes dispensando os
sacerdotes de entrar em partidos políticos, agremiações e atividades onde
trabalham muito bem os leigos e as leigas devidamente preparados/as, usando a
capacidade e a liberdade que lhes pertence e iluminados pelo Evangelho
anunciado com a nossa ação pastoral.
6.
O nome “Pastoral” vem do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas
que Cristo lhe confiou. Toda atividade e iniciativa terá em vista a construção,
já aqui na terra, do Reino de Deus. Este é o grande e sublime objetivo: difícil
de ser alcançado porque comporta muito sacrifício e bastante dedicação. Mas ele
é fonte de alegria e de paz que moram em quem sente de ter cumprido com o seu
dever e ter realizado sua missão.
8.
Neste momento estão na minha frente dois jovens: o Seminarista Saris que
vai ser ordenado Diácono e o Diácono Pedro Eduardo que vai ser Ordenado
Sacerdote. Estas reflexões valem para os dois e também para nós já sacerdotes e
em pleno trabalho pastoral. Mas ninguém
desanime olhando para objetivos tão altos. Deus não costuma carregar pesos em
alguém que não tenha condições de levá-los. Jesus, o Pai e o Espírito Santos
são o nosso sustento e a nossa força. A oração dos parentes, amigos, do povo de
Deus ao qual seremos enviados somam com as nossas forças, nos dão a coragem de
que precisamos. E se a infidelidade bater à nossa porta, nós sabemos que o povo
entende e Cristo é bom, perdoa e dá força depois da caída. Esta é uma realidade
documentada milhares de vezes pelos nossos santos que veneramos e pelos santos
do nosso povo que não cansam de rezar para os sacerdotes. Olhem quanta gente
está ao vosso redor, torcendo e rezando.
9.
Mais uma observação: a Pastoral não é apenas obra de conservação de
quantos já estão na Igreja e nas nossas pastorais, ela é atividade de “ataque”,
de missão para espalhar a Boa Notícia. Na realidade à Pastoral interessam mais
as ovelhas que estão lá fora do que ás ovelhas que já estão no redil. A elas
nós devemos ir; são elas que precisam mais da nossa ação, seja porque, talvez,
nunca conheceram Jesus e a Igreja dele, seja porque saíram do redil, a casa do
Pai, procurando outros abrigos que só alimentam ilusões. Elas precisam voltar à
casa do Pai, ser bem acolhidas e recebidas, estimadas nos valores que elas têm
e precisam ser colocados à disposição de todos. É também a justificativa do mês
missionário (outubro) que estamos vivendo.
10.
Na casa do Pai, a Igreja, as ovelhas encontrarão alimento em abundância
e para todas as necessidades. Os Sacramentos, que Jesus Cristo inventou, são
para sustentar, enriquecer, fortalecer a nossa vida. O trabalho pastoral leva o
cristão a descobrir os sacramentos e aproveitar a riqueza destes dons divinos.
11.
Amigos ordenandos e Sacerdotes do nosso presbitério: neste trabalho de
pastoral não irá faltar a ajuda materna de Nossa Senhora Aparecida, padroeira
do Brasil e de todos os Brasileiro. Com ela ao nosso lado nada poderá nos
vencer ou desanimar. O trabalho é muito, não fácil, mas bonito. O nosso povo
reconhece e agradece, como eu vos agradeço agora, de coração.
Olá! Sou Maria Helena, coordenadora do Curso Luz e vida, núcleo Madureira- Rio de Janeiro, e ex-aluna do nosso querido professor, agora, Pe Pedro Eduardo. Estamos muito felizes por sua ordenação, as alunas lamentaram muito em não poder comparecer, mas prometemos uma viagem até essa cidade para conhecermos e matarmos a saudade de nosso estimado professor!
ResponderExcluirA Diocese de Zé Doca se enconta em festa pelas Ordenaçoes Sacerdotais.Que Deus ilumine a todos os ordenados para que possam servir ao Senhor com alegria todos os dias de suas vidas.A Dom Carlos Hellena desejo muita paz, alegria e forças para conduzir suas ovelhas.Um forte abraço a todos Ir. Jardiane R.Verde.
ResponderExcluir