OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

QUANTO TEMPO AINDA RESTA!?




"Bendirei o Senhor o Tempo todo! Os meus lábios sempre o louvarão" Sl 34, 1

   Durante séculos a Filosofia se debruçou sobre o que o TEMPO significa à nossa Vida, envolvendo a questão Ontológica, Epistemológica e o caráter de tempo e espaço!    Santo Agostinho, ao dedicar-se à noção de TEMPO, classicamente afirmou: "Se não me perguntam o que é o TEMPO, eu sei o que é o TEMPO. Mas se me perguntam o que é o TEMPO, eu não consigo explicar!" De outro modo, Einstein, trabalhou muito a noção de Relatividade, não de relativismo, isto é, vale qualquer coisa! Relatividade no sentido de que as coisas valem de acordo com outras referências que elas tenham! 
    O TEMPO é uma * “Percepção", sendo uma realidade para um dos parâmetros da física, marcando uma Relatividade! Quando algo é desfavorável à pessoa humana, tem-se uma "Percepção" de durabilidade quase infinita de "passar o TEMPO"; quando algo é favorável (deleites), percebemos o TEMPO com uma 'pressa' jamais vista!

   Nosso relacionamento com o TEMPO acontece a partir da vivência de várias situações existenciais, passíveis de alteração com o 'lugar' ou circunstância que estejamos vivenciando! Assim, o TEMPO passa mais devagar, quando temos a sensação de perda, sofrimento, medo, pânico, risco, ameaça à vida...! Ele passa mais veloz, quando estamos vivendo uma sensação de plenitude maior, ou seja, de bem estar!

   Temos que analisar o TEMPO como a noção dos gregos antigos (cf. Kairós e Cronos); eles viam o TEMPO como uma dupla dimensão: Medida e Ocasião! De acordo com a circunstância, nossa percepção de TEMPO sempre altera-se! Por isso, nos dedicamos à leitura, descansamos, assistimos ao noticiário e a programas que elevam nossa auto-estima! A medida do TEMPO, também está conectada à ideia de natureza! Nós humanos 'medimos' o TEMPO, por que ele nos favorece no ordenamento das coisas! A primeira forma de medir o TEMPO foi pelas estações do ano, depois pelo aspecto solar, pela influência lunar e através do clima!

     Para que o TEMPO passe de maneira menos árida, vez por outra, precisamos nos distrair com algo que positivo e não nos leve a perigo! Tudo isso para não se ficar num estado de inquietude, pois há hoje, diante da pandemia, uma 'falta de previsão certa' de quando as coisas vão melhorar! Daí decorre incertezas, dúvidas e muitos questionamentos nos surgem! Quanto tempo falta? Quando as coisas vão realmente se recompor? Temos passado por essa inquietude urgente! Algo que nunca tínhamos vivenciado antes, agora nos é apresentado! Lidamos com o imponderável, uma incerteza sobre quase tudo! Aguardamos a realização das constantes previsões, do chamado pico, que ao deixar de ocorrer, produz em nós a ideia indefinida de quanto tempo ainda vamos ter que travar tal batalha! Ficamos em estado de retenção e firmeza, enquanto não vem o momento da virada evanescente, ocasiona-se uma inquietude avassaladora, adensando ainda mais nosso sofrimento!



    Na concepção bíblica religiosa, o TEMPO foi sempre uma ao longo da caminhada do Povo de Deus! Recordemos o texto clássico, onde evidencia-se que há um TEMPO certo para TUDO em nossa Vida (cf. Ecle 3, 1-8). Deus faz TUDO no TEMPO certo! Ele não tarda e nem falha! O TEMPO de DEUS é PERFEITO! Não resta dúvida de que o nosso TEMPO de Vida é o nosso TEMPO, isto é, nossa Vida é o TEMPO que temos e que ainda nos resta!

     Mas o que realmente podemos fazer aproveitando melhor esse nosso TEMPO de agora? Várias iniciativas proativas são neste TEMPO necessárias! Podemos aumentar ao máximo o potencial possível do nosso Conhecimento; investir no nosso Equilíbrio Interior, trabalhado o aspecto Corporal (exercícios e saudável alimentação), Mental (leitura e capacitação)* e Espiritual (leitura, reflexão, meditação e contemplação da Palavra de Deus, a hagiologia, Doutrina Eclesial - cf. 1Tess 5, 23); abandonar a melancolia, aproveitando a trajetória e jornada contínua, tornando-nos sempre "necessários a alguém, como disse certa vez o filósofo americano do século XIX, Ralph Waldo Emerson: "Torna-te necessário a alguém!”Tenhamos a nítida Percepção de que estamos o TEMPO todo a Serviço, temos uma serventia na Vida do outro, somos capazes de ajudar ao próximo e a nós mesmos”...!

    Por fim, relembramos com otimismo o compositor Renato Russo, que numa de suas belas canções denominada Índios, assim canta: “... O futuro não é mais como era antigamente!" Aprendamos: quando tudo isso acabar, vamos ter deixado para trás o TEMPO da dor, do sofrimento, do trauma...! Veremos que fomos totalmente ATENTOS a quem 'Caminha ao nosso lado, mesmo que este (a) esteja do outro lado, e que principalmente não perdemos TEMPO...! Sairemos fortalecidos e com a sensação perceptiva: "Que TEMPO Bom, que não volta nunca mais...!”

Pe. José Raimundo Pinheiro, padre diocesano de Zé Doca e Vigário Paroquial  em Carutapera


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