Padre Ednaldo
TEMA DO DIA:
PENITÊNCIA
“Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida nós a trazemos “em vasos de argila” (2Co 4,7). ...Estamos ainda “em nossa morada terrestre, sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. Esta nova vida de filhos de Deus pode se tornar debilitada e até perdida pelo pecado.
O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos” (CIC N. 1420).
“Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para a sua conversão com caridade, exemplo e orações (CIC n.1422).COMO SE CHAMA ESTE SACRAMENTO ?
Chama-se sacramento da Conversão, pois realiza sacramentalmente o convite de Jesus à conversão, a inversão da rota percorrida até o presente, o caminho de volta aoPai, do qual a pessoa se afastou pelo pecado.
É chamado sacramento da Confissão porque a declaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote, é um elemento essencial desse sacramento. Num sentido profundo esse sacramento também é uma “confissão”, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador.
A CONFISSÃO HOJE. CRISE?
“É indisfarçável que estamos diante do que se pode chamar ‘uma crise da confissão’. Basta dar uma olhada ao redor e procurar sentir, neste ponto, a nossa experiência paroquial, ou, mais amplamente, a nossa experiência pastoral: a dificuldade de encontrar confessores, a carência da catequese ou da pregação sobre o tema, a pouca sensibilidade da consciência moral diante do pecado pessoal, a facilidade com que muitos católicos se dispensam da confissão individual, seja em troca de uma anticanônica confissão “comunitária” com absolvição geral e sem acusação individual dos pecados graves; seja em troca de nenhuma confissão ou de uma “confissão direta a Deus”, que legitimariam, a seus olhos, a comunhão eucarística, mesmo depois de muitos meses sem sequer irem à missa dominical, ou depois de muitos adultérios, ou de transar com a namorada ou o namorado etc.etc....
Daí por que os Bispos recomendam uma “aprofundada catequese, mas também uma não menos aprofundada análise de caráter teológico, histórico, psicológico, sociológico e jurídico acerca da penitência em geral e do Sacramento da Penitência em particular (Reconciliatio et paenitentia, n. 28 Cfr. CIC - Catecismo da Doutrina Católica, nn.1482-1484)
Somos seres chamados a viver em comunhão com Deus. E o nosso Deus é um Deus Uno e Trino. Sem essa comunhão estaremos espiritualmente mutilados. Ora o pecado original impede e não permite nossa união amorosa com Deus. Por isso o Batismo, que, convenientemente recebido, apaga em nós o pecado original, é tão importante e indispensável.
Acontece, porém, que a fraqueza humana permanece em nós e tende a nos levar ao pecado. Nós chamamos esta inclinação ao mal de “concupiscência”... Essa “concupiscência”, esse acúmulo de desejos indisciplinados dentro de nós, pode-nos levar, mesmo depois de batizados, à infidelidade, ao rompimento do diálogo filial com Deus, à fratura da aliança de amor que ele fez conosco. E o homem volta a pecar. Uma e muitas vezes.
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