Há algum tempo a Diocese de Zé Doca adotou uma nova dinâmica pastoral para os diáconos transitórios, no exterior, ou seja, na Bolívia. Na qualidade de Vigário Geral da Diocese de Zé Doca e Reitor do Seminário Maior, eu Raimundo Brito dos Santos, com muita alegria e fé, acolhi o convite do Bispo Dom João Kot, para conhecer e visitar formalmente as áreas pastorais dos nossos diáconos transitórios, em Bolívia, por ocasião da festa da Padroeira Nossa Senhora de Assunção em Llallagua e acompanhar o termino dos trabalhos do nosso Diácono Manoel Junior. Nesta empreitada esteve comigo o Pe. Josivaldo Rodrigues (Reitor do Seminário Propedêutico). Foram duas semanas de muitas bênçãos, graças, alegrias, emoções e descobertas.
Fomos acolhidos em Cochabamba pelo nosso Diácono Manoel Junior. Nesta primeira cidade resolvemos questões de documentos e visitamos o Cristo da Concórdia, o Santuário de Urkupinha e outras belezas daquela cidade.
Dois dias após a nossa chegada à Bolívia, fomos para a Cidade de Llallagua onde a festa da padroeira estava começando. Fomos acolhidos na Casa Paroquial pelo Pároco Pe. Gary, Oblato de Maria Imaculada. No dia seguinte, chegou também para prestigiar a festa, a comitiva OMI: o Provincial da Bolivia-Peru, Pe. Roberto Carrasco, Pe. Guillermo Siles, Diácono Gonsallo e o seminarista Cristian.
Com a grandiosidade da festa da virgem de Assunção, a cidade de Llallagua se transforma; os habitantes se multiplicam; a cidade toda respira o mesmo ar religioso e de todos se ouve a mesma profissão de fé: “estamos celebrando a festa da mamita assunta, nossa rainha”. Pelo que percebi, a festa religiosa carrega sentimentos fortes de gratidão à Virgem Maria. Por isso “todos dançam para a Virgem”. Nesta festa os aspectos religiosos e culturais se entrelaçam e se completam e ninguém se preocupa em distinguir o que é religioso e o que é cultural.
Durante os dias em que estive na Paróquia de Nossa Senhora de Assunção em Llallagua, percebi a gratidão que aquele povo tem pelos trabalhos realizados por os diáconos de nossa Diocese de Zé Doca que já estiveram em missão nessa paróquia: Adriano, Josivaldo e Manoel Junior. Todos são lembrados com carinho pelos seus trabalhos. Já ansiosos, perguntavam: “quando vão chegar novos diáconos do Brasil?”.
Foi um tempo de muitas emoções. Na festa de despedida do Diácono Manoel Junior, teve muita comida e apresentações de danças típicas. Nós aproveitamos da melhor maneira possível tudo isso. Pois para nós como Diocese é gratificante ver e perceber os frutos positivos da missão realizada por cada um dos nossos diáconos enviados em missão no exterior.
Ainda no altiplano Boliviano, tivemos a oportunidade de visitarmos a cidade Oruro e o Belíssimo Santuário da Virgem de Socavón, também visitamos as pequenas cidades de Catave e Uncia.
Depois da despedida da Cidade de Llallagua com seu frio e altitude bem elevada, subimos um pouco mais para a histórica cidade de Potosí, com o objetivo de visitarmos o Bispo Diocesano Dom Renán Aguilera. Fomos bem recebidos por ele; o mesmo agradeceu muito pelos trabalhos dos diáconos da Diocese de Zé Doca em Llallagua. Aproveitamos a oportunidade e o convidamos para visitar a nossa Diocese também. Em Potosí visitamos o museu da casa da moeda, a Cáritas diocesana, o museu e o mosteiro das irmãs Carmelitas. Também participamos da missa dominical na catedral com Dom Renán.
Depois desta visita, retornamos a Cochabamba para pegar o avião para regressar ao Brasil. Para mim esta viagem foi um grande desafio devido o frio intenso, altitude e o choque cultural. Porém, foi muito enriquecedor, pois conheci uma nova cultura e suas diversas riquezas, provocante e envolvente. Meus conceitos de religiosidade popular e de missão foram ampliados. Muitos preconceitos que estavam formados em minha cabeça sobre cultura, caíram por terra. Sinto-me mais aberto para acolher novas culturas e missões. Por tudo o que vivi e passei, só tenho que agradecer a Deus e ao Bispo por me proporcionar esta nova experiência de vida e missão.
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