Irmã Adélia (Maria da Luz, 16.12.1922 – 13.10.2013)
A vida é cheia de surpresas. As vezes encontramos as pessoas muito especiais e não sempre percebemos a graça que a gente tem.
Nos primeiros dias do nosso retiro, chegou a notícia que a Santa Sé reconheceu Irmã Adélia como Serva de Deus, iniciando o processo rumo a beatificação. Compartilhamos da alegria das Irmãs da Congregação da Ir. Adélia (Religiosas da Instrução Cristã, também conhecidas como Irmãs Damas), porque elas que nos acolheram nos dias da nossa passagem por Pernambuco. Irmã Adélia era uma das videntes das aparições de Nossa Senhora no Sítio Guarda, paróquia de Cimbres, na Diocese de Pesqueira, ocorridas em 1936. O pregador do nosso retiro, Dom Genival Saraiva, escolheu como tema do retiro: Santidade sacerdotal e perfeição evangélica. Tudo isso foram os sinais da graça divina que nestes dias vivenciamos.
No domingo, alguns dos nossos padres visitaram o colégio das Damas, no Recife, celebraram a Missa, conheceram o memorial da Serva de Deus e mais histórias sobre sua vida. A atenção fraterna do Padre José Raimundo Pinheiro não é apenas generosa, mas também criativa: ele ganhou as pedras do lugar das aparições e quebrou em pedaços menores para cada um de nós ganharmos um pequeno presente. Obrigado Padre José!
Eu tenho muitas lembranças de Cimbres. Pela primeira vez visitei o lugar em julho de 1995. E depois, ao longo dos anos 90, várias vezes voltei neste lugar abençoado. Conseguimos organizar uma peregrinação paroquial de Juçaral, da Paróquia São José, que na época administrei. Acompanhei as romarias do Recife. E durante uma delas, tive o privilégio de conhecer a Irmã Adélia e conversar um pouco com ela. A última vez que me encontrei com ela, de passagem pelo colégio, no Recife, já acamada, na enfermaria, mas como sempre, com aquele sorriso discreto.
Cimbres – Guarda Julho de 1995
Vou repetir aquilo que escrevi no início: as vezes encontramos as pessoas muito especiais e nem sempre percebemos a graça que a gente tem. Por quê? Porque a santidade é simples, não é barulhenta, não procura destacar-se, sua alegria não é circo. A impressão que se tem que a santidade tenta-se esconder na multidão e passar despercebida. Não precisa de aplausos humanos, porque já possui algum vínculo, com ALGUÉM. Mas por incrível que pareça, ainda assim, deixa marcas profundas de sua presença, de sua passagem pelas nossas vidas.
Dom João Kot, OMI
Zé Doca, 04 de março de 2024
Deus nos proporciona muitos momentos de riqueza com pessoas especiais.
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