OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

EREÇÃO DA PARÓQUIA DE SÃO JOÃO DO CARÚ-MA 

No dia 14 de Dezembro do ano corrente um ônibus sai de Zé Doca com aproximadamente 45 pessoas, sendo que a maioria eram padres e freiras que estavam indo participar da posse do Reverendo Padre Pedro Eduardo Silva Lira, primeiro pároco de São João do Carú. 

Em Bom Jardim seguimos por uma estrada em péssimas condições, que pesquisando fiquei sabendo que foi construída em 1978 na administração do senhor Miguel Meireles, prefeito de Bom Jardim, e atualmente é chamada de MA 318. Porém ganhou apenas um nome, pois a estrada contínua a mesma, sem asfalto e sem tráfego no período do inverno. 

A alegria era contagiante em todos, mas acredito que talvez em mim era maior (com toda a modéstia), pois estava indo prestigiar um padre da minha geração e, muito mais do que isso, um grande amigo. Também estava indo a uma cidade que meus avôs maternos ajudaram a fundar. 

Como São João do Carú talvez seja uma cidade desconhecida de muitos leitores deste blog quero aqui informá-los de alguns dados que acredito que sejam importantes. 

AS ORIGENS 

A região aonde hoje é a cidade sempre foi ocupada apenas por povos nômades, os índios da etnia Awá Guajá, que tinham como costume explorar as margens dos rios e igarapés onde houvesse palmeiras de babaçu e caça. 

Os primeiros exploradores começaram a chegar no início da década de 60 e eram caçadores que passavam semanas nas proximidades do rio Carú, mas não fixaram morada pois ano após ano seguiam o curso rio a cima, deixando suas marcas como cabanas abandonadas, limoeiros que nasceram das sementes que os mesmo jogavam fora. 

Em 1965 o Senhor Aldenor Leôndidas Siqueira acompanhado de outros caçadores oriundos do povoado Barra do Carú, aportaram no localidade aonde hoje é a cidade com o intuito de caçar, pescar e quebrar coco babaçu, permaneceram por alguns dias e após explorar a região, o Sr. Aldenor decidiu convocar os parentes e vizinhos para se mudarem para o local por ele descoberto. 

Assim, em 17 de julho de 1966 chegaram os primeiros moradores do novo povoado, o Senhor Aldenor Leôndida Siqueira, sua esposa Joana Fernandes de Oliveira e seu irmão José Leônida Siqueira. Nos anos seguintes chegaram outras famílias dentre elas, a família do Senhor Faroal Leônida Siqueira; do Senhor Raimundo Nonato Siqueira; do Senhor José Grande; do senhor Mariano José Nunes (Popular Mariano Macaxeira) e sua esposa Carolina Botelho (Dona Calú Butey). Também lembramos o primeiro farmacêutico da região o senhor José Botelho Marques (Popular Zé Butey) que diante da necessidade chegou até a fazer pequenas cirurgias. 

O povoado foi fixado entre dois rios: o rio Carú e o rio São João. A princípio, o nome do povoado era Igarapé São João. Em seguida foi denominado São João do Caru, para homenagear seus dois rios. 

A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA 

Como o povoado aos poucos foi crescendo e não tinha a devida atenção de Bom Jardim foi nascendo no povo um desejo de emancipação. Dentre muitos que lutaram por esta causa destaca-se o senhor José Abreu de Oliveira, mais conhecido como Marinheiro; o senhor José Rodrigues Neto, popular Dedezão e avô do atual prefeito eleito; e também o senhor João de Deus Nunes, popular João Macaxeira. 

Após décadas de lutas e frustrações, finalmente em 1994 acontece o plebiscito. Assim, Fica criado, pela Lei Estadual Nº 6.125, de 10 de novembro de 1994, o município de São João do Caru, com sede no Povoado São João do Carú, desmembrado do município de Bom Jardim, subordinado à Comarca de Bom Jardim. 

Somente em 1º de Janeiro de 1997 foi instalado o município, logo após eleições municipais cujo vencedor foi o Senhor James Ribeiro de Sousa. 


A PRESENÇA DA IGREJA CATÓLICA E A EREÇÃO DA PARÓQUIA 

A organização do catolicismo teve início na localidade graças a iniciativa dos leigos da própria comunidade. Segundo o Senhor Samuel Nunes, a primeira igreja católica da atual cidade foi construída em 1976 por iniciativa do senhor José Simão e da senhora Francisca Pereira dos Santos, popular Dona Morena. E em 1981 foi realizado o primeiro festejo de São João Batista, padroeira da cidade. 

Destacou-se também o senhor Abdias, hoje Frei Franciscano Conventual, que foi um dos fundadores das Comunidades Eclesiais de Base em toda a região. 

A comunidade Eclesial de São João do Carú, assim como as outras de seu município sempre foram atendidas pelos Frades Franciscanos Conventuais de Bom Jardim-MA, mas devido as estradas este atendimento sempre foi prejudicado e a Diocese de Zé Doca sentia o desejo de criar a Paróquia de São João do Carú, porém não tinha padres diocesanos suficientes para atender a demanda da Diocese. Como este ano Dom Carlo ordenou três padres e um diácono, o mesmo não pensou duas vezes em atender os clamores dos fiéis de São João do Carú. 

Assim, no dia 8 de Dezembro de 2012, por ocasião da festa de Nossa Senhora da Conceição, Dom Carlo assinou o decreto de ereção da Paróquia São João Batista em São João do Carú e nomeia o Revendo Pedro Eduardo Silva Lira seu primeiro pároco. 

No dia 14 de dezembro do ano corrente São João do Carú realizou uma das maiores festa que tive a oportunidade de participar para a posse de seus primeiro pároco. Além do bispo estavam presente quase todos os padres da Diocese e muitas religiosas e sem falar no povo de Deus que foi de diversas paróquias da Diocese e das comunidades de São João do Carú. 

A alegria foi geral, muito mais de Pe. Pedro Eduardo e do Diácono Saris Verde que assumiram a nova paróquia. Boa sorte aos dois e muito sucesso nesta nova missão. 

Texto de Pe. Elinaldo C. Nunes- Pároco nomeado de Centro Novo do Maranhão-MA 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012


CARTA ABERTA AO POVO DE GOV. NEWTON BELLO-MA 

“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração” (Jr. 3, 15). Esta é promessa de nosso senhor e ao mesmo tempo nossa esperança. Neste espirito de ser um pastor segundo o coração de nosso Deus entrei no seminário e mesmo diante das dificuldades no decorrer dos dez anos de convívio no mesmo, concluir os estudos e cheguei na cidade de Governador Newton Bello no dia 02 de janeiro do ano corrente para uma experiência pastoral. 

Depois de um ano posso fazer uma melhor avaliação dos ganhos desta experiência e dizer que do ponto de vista pastoral tive a oportunidade de comparar a teoria que aprendemos na faculdade e a prática com o convívio do nosso povo, como diz a poetisa Cora Carolina: “O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.” 

Motivado e com o desejo de sempre aprender algo novo, pois “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar” como diz o pensador Esopo, percorri todas as comunidades, sempre ouvindo os moradores mais antigos, assim como os fundadores das comunidades eclesiais da nossa paróquia e desta escuta originou-se um trabalhos que narra algumas informações sobre as origens das comunidades desta paróquia que dei o nome de “Apontamento para uma história da Paróquia de Governador Newton Bello-MA” como o próprio título sugere não é uma história da paróquia, mas apenas uns apontamentos para ajudar quem vai narrar no futuro esta rica história. 

Também organizamos encontros para estudar o valor e a importância da missão na igreja nos povoados Currupião, União, Rio Sangue e Nova Conquista e em seguida mutirões de missões aonde leigos evangelizavam os próprios leigos no povoado Rio do Sangue, Vitória da Conquista, Centro do Rosa, Nova Esperança e Nova Conquista. 

Também com vocês compartilhei os dois maiores momentos da minha vida: minha ordenação diaconal e sacerdotal. Foi por estas terras que realizei os primeiros batizados fazendo nascer novos cristãos através da água batismo; também os primeiros casamentos. 

Baseado na poetisa Cora Carolina guando afirma que: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” termino a minha jornada por estas terras muito feliz, pois na medida do possível tentei ensinar aquilo que aprendi, mas na verdade aprendi com o que ensinei. 

Resta agora agradecer ao bom Deus pela oportunidade que me deu de conhecer tantas pessoas maravilhosas que levo no meu coração. À Dom Carlo que me concede esta nova oportunidade de conhecer outras pessoas em Centro Novo do Maranhão. À Pe. Ricardo pela acolhida e oportunidade de estreitarmos os laços de amizades que não vem de hoje, mas cresceu muito durante este ano. E, sobretudo, cada um de vocês que foram minha família e acredito que sempre serão. 

Agora é preciso avançar para águas mais profundas (Lc. 5,4). Águas que me levam a cidade de Centro Novo do Maranhão, aonde serei o primeiro pároco de sua história. Rezem por mim que rezarei por vocês, pois “o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher” como diz Cora Carolina. Que eu possa ser um eterno semeador a exemplo do nosso Bom Deus. 

Muito obrigado a todos e todas da paróquia de Governador Newton Bello e a todos um Feliz Natal e um próspero ano de 2013. 

Governador Newton Bello-MA, 16 de Dezembro de 2012 

Pe. Elinaldo C. Nunes 
Pároco Nomeado de Centro Novo do Maranhão-MA

sábado, 1 de dezembro de 2012

ADVENTO UM TEMPO DE GRAÇAS: Comunicado da quase Paróquia de Centro Novo – MA 

Caros irmãos e irmãs do Município de Centro Novo do Maranhão e de toda a Diocese de Zé Doca, vivemos este período um tempo de graça, de esperança e de preparação para a chegada do menino Jesus. Período este que o denominamos na liturgia como Advento, e para efeito de informação, Advento quer dizer "chegada", do verbo Advenire: "chegar a" é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal

A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal.

O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. 

A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais, como a esperança, a pobreza, a conversão. O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc. 

O Advento também é tempo propício à conversão, poi sem um retorno de todo o ser a Cristo, não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra. 

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos. Pobreza que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino. 

Desta forma, o Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Assim, neste clima de fé montamos o Presépio, a Árvore de Natal e a Coroa do Advento. E, sobretudo, desejamos que todas as comunidades vivam o advento como, de fato, um tempo de preparação para a grande festa do nascimento do menino Jesus. 

Também queremos informar da festa de ereção da Paroquia de Centro Novo do Maranhão que acontecerá dia 06 de janeiro de 2013 as 09:00 hs na Igreja Matriz. Ocasião também da minha posse como primeiro Pároco da Cidade. 

Portanto, contamos com a presença de todas as nossas comunidades e desde já desejamos a todos um abençoado Natal e um feliz 2013. 

Padre Elinaldo C. Nunes 
Pároco nomeado da Paróquia de Centro Novo-MA

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


NOTA DA CNBB SOBRE A SECA NO NORDESTE

Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados” (2Cor 4,8)

Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, reunidos em Brasília-DF, nos dias 27 e 28 de novembro de 2012, vimos manifestar nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem com a seca no Nordeste. Esta situação, que se prolonga de forma desalentadora, exige a soma de esforços e de iniciativas de todos: governo, Igrejas, empresários, sociedade civil organizada - para garantir às famílias a superação de tamanha adversidade.

Os recursos liberados pelo governo e o auxílio das Cáritas Diocesanas e de outras entidades são, sem dúvida, imprescindíveis para o socorro imediato dos afetados por tão longa estiagem, considerada a pior nos últimos 30 anos. Estas iniciativas têm contribuído para diminuir a fome, a mortalidade infantil e o êxodo. Sendo, porém, a seca uma realidade do semiárido brasileiro, é urgente tomar medidas eficazes que possibilitem a convivência com este fenômeno. Considerem-se, para esse fim, o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a região e o aproveitamento das potencialidades das populações locais.

Preocupa-nos o risco de colapso hídrico urbano devido à falta de planejamento para um adequado fornecimento de água. Especialistas na área vêm nos mostrando que há meios mais baratos e de maior alcance social do que os megaprojetos, como a transposição dos recursos hídricos do Rio São Francisco, construção de grandes açudes, dentre outros.

No meio rural, as cisternas para a captação de água de chuva, iniciativa da Igreja Católica, mostraram-se eficientes para enfrentar períodos de estiagem prolongada. É importante ampliar essa iniciativa e também investir na construção de cisternas “calçadão” para a produção de hortaliças. Já a aplicação dos recursos financeiros e técnicos necessita ser ampliada e universalizada, levando-se em conta o protagonismo das populações locais e de suas organizações, no campo e na cidade. Torna-se necessário o controle para que os recursos sejam otimizados e cheguem realmente aos mais necessitados. Um planejamento adequado pode garantir soluções permanentes e duradouras que assegurem as condições de vida digna para todos.

A fé e a esperança, distintivos de nossos irmãos nordestinos, animem seus corações nesta hora de sofrimento e de dor. “Esperando contra toda esperança” (Rm 4,18), confiem-se ao Deus da vida e por seu Filho clamem: “Fica conosco, Senhor, porque ao redor de nós as sombras vão se tornando mais densas, e tu és a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e tu os fazes arder com a certeza da Páscoa” (DAp 554).

Que o Divino Espírito Santo e Maria iluminem e inspirem a todos na esperança e na construção do bem.

Brasília, 28 de novembro de 2012.

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

HOJE DIA DE SANTA CECILIA PADROEIRA DA MÚSICA

Hoje a Igreja celebra o dia de Santa Cecilia, padroeira da música das pessoas que cantam e que tocam, pedimos a Ela que interceda por cada um de nós ministros e ministras de música para que possamos exercer com perfeição este ministério confiado a nós.

É festa também para todos nós ministros e ministras de música que evangelizamos através do canto e da música, pois sabemos o papel fundamental que ela exerce sobre nós com seu poder de cura e libertação. Quando cantamos é o nosso espirito que canta. Somos todos instrumentos do Senhor, assim como Santa Cecília que cantava no seu intimo: “que o meu coração e o meu corpo permaneçam imaculados”. Daí irmãos e irmãs, deixemo-nos conduzir pela ação do Espírito Santo, é Ele que dá ânimo para a nossa alma e para a nossa vida. Pedimos, portanto, que Santa Cecília interceda por nós cantores (as) e tocadores(as), para que possamos sempre estar a serviço do Rei Jesus, pois quando nos deixamos ser guiado por Jesus somos todos mais felizes e mais animados para o serviço de nosso ministério.

Parabéns a todos (as) nós ministros e ministras que cantam e que tocam nas paróquias que compõem a Diocese de Zé Doca - MA.

Um abraço bem forte em todos.
Parauapebas - PA 22 de novembro de  2012

 HALISON  BARROS
. Ex-Secretário da Pastoral da Música
 Diocese de Zé Doca - MA

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ESTUDO SOBRE A 5° SEMANA SOCIAL BRASILEIRA 

No dia 08 de novembro foi realizado no Centro Educacional La Salle, no município de Presidente Médici (MA) em nível de diocese de Zé Doca- MA, o estudo sobre o texto da 5° Semana Social Brasileira: “O Estado que temos e o Estado que queremos” com ajuda do professor Jean Marie Van Damme onde pela parte da manhã fizemos memória de 20 anos de Semanas Socais Brasileiras: 

1° Semana Social Brasileira: Mundo do trabalho, desafios e perspectivas (03 a 08 de novembro 1991) - Tratava-se, entre outras coisas, de confrontar as inovações tecnológicas emergentes com as relações que elas implicavam no mundo do trabalho. O que significava colocar em pauta o desemprego e subemprego, formas de trabalho escravo, infantil, temporário e degradante. 

2° Semana Social Brasileira: Brasil, alternativas e protagonistas (24 a 29 de julho de 1994) - O tema principal foi o fortalecimento do debate sobre “O Brasil que a gente quer, o Brasil que nós queremos”. Tratava-se de buscar alternativas ao modelo econômico neoliberal, imposto através das privatizações e do sistema financeiro internacional. Ao fim desta Semana chegou-se a uma síntese: “Brasil economicamente justo, politicamente democrático, socialmente solidário e cultural- mente plural”. Destaca-se como resulta- do desta 2a SSB o nascimento do Grito dos Excluídos. 

3° Semana Social Brasileira: Resgate das Dívidas Sociais – justiça e solidariedade na construção de uma sociedade democrática (semana de 3 anos – 1997 à 1999) - Esta 3a Semana incentivou um processo plural e participativo de reflexão e mobilização da sociedade em torno do resgate das dívidas sociais e da conquista de direitos, sobretudo dos excluídos. Motivados pelo processo da SSB realizou-se simpósios, tribunais e um plebiscito nacional sobre a Dívida Externa como continuidade. Neste perí- odo surge a Rede Jubileu Sul no Brasil, nas Américas, Ásia e África atuando na defesa de um mundo sem dívidas finan- ceiras e sociais. 

4° Semana Social Brasileira: Mutirão por um novo Brasil – Articulação das forças sociais para a construção do Brasil que nós queremos. - A 4a Semana teve como motivação juntar as forças vivas e ativas da sociedade, em vista de uma maior incidência política, maior visibilidade e maior impacto sobre a transformação social e na construção do Brasil que queremos. Partiu-se do pressuposto de que o panorama da concentração da riqueza e da renda, das injustiças e desigualdades sociais, da violência institucionalizada, do desemprego estrutural e da exclusão social, entre tantos outros problemas, continuavam a fazer parte da realidade econômica, política, social e cultural do Brasil e do mundo. Daí a necessidade da reflexão e ação sobre esse quadro de uma situação que clama por justiça. Deste acúmulo, junto com as forças sociais que vinham da Campanha contra a ALCA, surge a Assembleia Popular.

No período da tarde fizemos o estudo sobre o texto da 5° Semana Social Brasileira que tem como proposta a reflexão sobre o papel do Estado na vida dos brasileiros e brasileiros em uma perspectiva crítica e propositiva ainda com ajuda do professor Jean Marie Van Damme, onde pudemos perceber algumas características do Estado que temos como, por exemplo, PATRIMONIALISTA onde o corpo de leis foi criado para manter o patrimônio acima de tudo; CLIENTELISTA que está a serviço de uma classe privilegiada; ELITISTA que protege determinado grupo em detrimento dos outros; AUTORITÁRIO especialmente na relação com o movimento social e NEODESENVOLVIMENTISTA onde o desenvolvimento econômico é mais importante do que a população. 

Onde também realizamos trabalhos em equipe para discutimos o Estado que queremos da qual surgiram varias proposições que aqui se ressaltar: Estado com uma justiça transparente; que respeite a dignidade de todos os seres humano e o meio ambiente; que valorize a participação popular; que dialogue e escute os anseios da sociedade... 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Toda a humanidade tem que lutar sem cessar contra a pobreza" diz Bento XVI


Celebra-se esta quarta-feira, 17 de outubro, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Na Audiência Geral desta quarta-feira, o papa Bento XVI saudou os que estavam presentes na Praça São Pedro, encorajando-os em seu compromisso de proteger a dignidade e os direitos dos que são condenados a sofrer a chaga da miséria, “contra a qual toda a Humanidade deve lutar sem cessar”. 

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), para promover a conscientização sobre o problema e para motivar os esforços de erradicação da pobreza em todas as partes do mundo. 

Em 17 de outubro de 1987, em Paris, o padre Joseph Wresinski, fundador do "Movimento Agir Todos pela Dignidade do Quarto Mundo" inaugurou, na presença de 100 mil pessoas, uma placa de pedra em memória das vítimas da pobreza. Nela, estava gravada a seguinte mensagem: "Onde homens e mulheres estão condenados a viver em extrema pobreza, direitos humanos são violados. Unir-se para fazer com que sejam respeitados é um dever sagrado”. 

Na última década, milhões de pessoas saíram da pobreza, e obtiveram um melhor acesso à saúde e à educação. Todavia, apesar destes avanços importantes, há ainda lacunas críticas a serem preenchidas. O tema para o Dia Internacional de 2012 é "Pôr fim à violência que a extrema pobreza representa: promover a responsabilização e construir a paz". 

Isabelle Perrin, diretora-geral do Movimente, em sua mensagem do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, afirmou: "É um dia para recusar o inaceitável. (...) 17 de outubro é uma data para honrar os milhões de pessoas que enfrentam o impossível, aqueles cuja coragem e cuja existência desafiam nossas certezas, nossos modos de pensar e agir”. 

Nessa mesma data, os salesianos da Região Interamérica estão empenhados na 10ª reunião regional de opção preferencial. Uma semana de conferências sobre o empenho da Congregação no continente americano e a opção preferencial pelos pobres. Responsabilizar quem vive na pobreza, especialmente os jovens, é um dos principais temas discutidos durante este encontro. 


SAUDAÇÃO AO NOVO BISPO DE PINHEIRO (MA)


Na manhã desta quarta-feira, 17 de outubro, a Santa Sé anunciou oficialmente a nomeação do novo bispo de Pinheiro (MA). Trata-se do padre Elio Rama, superior provincial do Instituto Missões Consolata (IMC). A nomeação ocorreu após o papa Bento XVI acolher o pedido de renúncia de dom Ricardo Pedro Paglia, por motivo de idade, conforme prevê o cânon 401.1 do Código de Direito Canônico.
Padre Elio Rama nasceu na localidade da Rocinha, município de Tucunduva (RS), aos 28 de outubro de 1953. Em 1967, ingressou no antigo seminário de Três de Maio (RS). Cursou o segundo grau em Erexim (RS) e fez os estudos de Filosofia em São Paulo. Após o noviciado, emitiu os votos religiosos em 1978, e foi enviado a Roma, ao Seminário Maior dos Missionários Consolata, onde cursou Teologia. Ainda em Roma, especializou-se em missiologia na Universidade Urbaniana.
Foi ordenado presbítero em 1984, partindo no ano seguinte para as missões em Moçambique, na África, onde trabalhou por 18 anos. De volta ao Brasil, em 2002, foi reitor do Seminário Teológico do IMC, em São Paulo e atuou no Centro de Animação Missionária, em Cascavel (PR). Em 2009, foi pároco da paróquia Nossa Senhora da Penha, região norte de São Paulo, função que deixou de exercer, em setembro de 2011, ao ser eleito superior dos Missionários da Consolata da Província do Brasil.

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/alteracao-no-episcopado/10566-papa-nomeia-novo-bispo-para-diocese-de-pinheiro-ma

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
PEDRO EDUARDO SILVA LIRA
e Ordenação diaconal de
SARIS REBEIRO VERDE
Zé Doca, 12 de outubro de 2012


2 1.  Faz poucos dias a nossa Igreja de Zé Doca ordenou Presbíteros dois jovens da nossa terra: Pe. Márcio Júnior e Pe. Elinaldo Nunes. Naquela ocasião eu quis esclarecer para o povo de Deus alguns aspectos da vida do Padre, pois nem sempre é bem entendida e, por isso talvez, ela seja freqüentemente criticada, às vezes com motivos e às veze sem motivos. Em Godofredo Viana parei sobre a grande e única tarefa di Cristo nos dias que passou aqui na terra e nossa também: a evangelização em primeiro lugar; já em Cândido Mendes parei um pouco para refletir sobre a disposição fundamental do Padre da Igreja católica: o serviço integral e a disponibilidade total ao povo. Hoje gostaria fazer mais um passo nestas reflexões para entender melhor a vida do Sacerdote e afirmar que o trabalho dele é trabalho pastoral. De fato Cristo disse a Pedro – três vezes – e, por ele aos Apóstolos (hoje somos nós os destinatários dessas palavras), “apascenta as minhas ovelhas”. Estas palavras abrem a nossa vontade para o trabalho próprio do padre e que nós chamamos de trabalho pastoral.
2.      Muitas vezes nos Evangelhos (Novo Testamento) e nas Escrituras do Antigo Testamento, a Palavra de Deus faz referência ao pastor, às ovelhas, ao rebanho e ao redil. A comparação insinua e indica claramente que Ele é o Pastor e as ovelhas somos nós, os cristãos. Poucos, infelizmente, no meio do mundo que, nas sua grande maioria, não conhece ainda o pastor, que não obedece ao pastor. Moisés reza assim: “Ó Senhor, Deus dos espíritos... estabelece sobre a comunidade alguém que tome iniciativas ... a fim de que a comunidade do Senhor não seja como ovelhas sem pastor (Núm 27,16-17)

3.      Jesus se apresenta como o bom pastor e condena os que vieram antes dele como “ladrões e assaltantes” (Jo. 10,8): de fato nem sempre os pastores foram e são verdadeiros pastores, que apascentam com amor as ovelhas: alguns não amam as ovelhas e, mais do que pastores, parecem com os mercenários; outros pensam mais em si do que nas ovelhas; outros exploram; outros não defendem dos lobos; outros ainda não curam as ovelhas doentes e feridas. Há também, a certa altura, a vontade firme de Deus de tirar o pastoreio dos pastores-mercenários e ele mesmo tomar conta pessoalmente das ovelhas.... para que se forme, em fim, “um só rebanho com  um só pastor”. Ele, Jesus, é o “bom pastor que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).

4.  As indicações, quase comandos, do verdadeiro pastor aos pastores colaboradores;
 
- o pastor conhece as ovelhas e as chama pelo nome; precisa conhecer o ambiente e as condições sociais, econômicas, religiosas... numa palavra, precisa conhecer o mundo onde vivem as ovelhas;
- precisa curar as doentes e feridas ou desnutridas sem descuidar das que estão passando bem; o amor para as ovelhas é a solução;
- precisa oferecer pastos substanciosos para o rebanho: nós diríamos hoje:   oferecer cursos e encontros, palestras e estudos, possibilidades de externar os seus sentimentos e necessidades;
- precisa vigiar para os mercenários não tomar conta do rebanho com propostas enganosas e ilusórias; a confusão é grande demais nos nossos dias;
- precisa defender o rebanho dos lobos sempre prontos para devorar, distrair, estragar; as ovelhas não podem e nem devem ser exploradas,  encurraladas, obrigadas,  pois são pessoas que gozam da liberdade, dom de Deus, respeitada por Deus mesmo e, muito mais, deve ser respeitada  por nós.
- o pastor, o sacerdote, precisa ser disposto a dar a vida para defender as    ovelhas, a exemplo do Senhor Jesus Cristo, o bom pastor; o trabalho do pastor é trabalho de dedicação extrema e inteligente, pois não é apenas um conjunto de ações ou iniciativas postas uma ao lado da outra sem   interdependência: as iniciativas devem propor e apontar para um   programa ou plano pastoral inteligente;
- precisa privilegiar as perdidas: deixar as 99 e procurar a que se perdeu:   Jesus fez assim e foi ao encontro dos pequenos, das prostitutas, dos   pecadores, dos doentes e afastados.

5.  Este é o trabalho do sacerdote que, evidentemente, não exclui o trabalho de conscientização social: o Evangelho, que Cristo manda pregar e que de fato pregamos, tem o poder de transformar a sociedade para melhor, comunicando os valores da honestidade, da verdade, da partilha, da justiça, do respeito e do amor verdadeiro. Esses valores são fermento: pois por eles mesmos mexem com a sociedade qualificando os poderes dos governantes, dos legisladores, dos juízes dispensando os sacerdotes de entrar em partidos políticos, agremiações e atividades onde trabalham muito bem os leigos e as leigas devidamente preparados/as, usando a capacidade e a liberdade que lhes pertence e iluminados pelo Evangelho anunciado com a nossa ação pastoral.

6.  O nome “Pastoral” vem do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas que Cristo lhe confiou. Toda atividade e iniciativa terá em vista a construção, já aqui na terra, do Reino de Deus. Este é o grande e sublime objetivo: difícil de ser alcançado porque comporta muito sacrifício e bastante dedicação. Mas ele é fonte de alegria e de paz que moram em quem sente de ter cumprido com o seu dever e ter realizado sua missão.

.   7. Agora entendemos melhor certas palavras de Jesus: Lc 9,57-62; “..as raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça... Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus... Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.  Jesus, quando se trata de falar dos pastores é extremamente severo e exigente; ele não tem medo de eliminar, excluir do trabalho para o Reino. Se ele não encontrar pastores de qualidade e decididos, está disposto a ficar só: “... vós também quereis ir embora?”. Naquele tempo muitos saíram das fileiras dos discípulos de Cristo; mas Pedro falou por si e em nome dos outros: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna”. E acompanharam Jesus até à morte.

8.  Neste momento estão na minha frente dois jovens: o Seminarista Saris que vai ser ordenado Diácono e o Diácono Pedro Eduardo que vai ser Ordenado Sacerdote. Estas reflexões valem para os dois e também para nós já sacerdotes e em pleno trabalho pastoral.  Mas ninguém desanime olhando para objetivos tão altos. Deus não costuma carregar pesos em alguém que não tenha condições de levá-los. Jesus, o Pai e o Espírito Santos são o nosso sustento e a nossa força. A oração dos parentes, amigos, do povo de Deus ao qual seremos enviados somam com as nossas forças, nos dão a coragem de que precisamos. E se a infidelidade bater à nossa porta, nós sabemos que o povo entende e Cristo é bom, perdoa e dá força depois da caída. Esta é uma realidade documentada milhares de vezes pelos nossos santos que veneramos e pelos santos do nosso povo que não cansam de rezar para os sacerdotes. Olhem quanta gente está ao vosso redor, torcendo e rezando.

  9.  Mais uma observação: a Pastoral não é apenas obra de conservação de quantos já estão na Igreja e nas nossas pastorais, ela é atividade de “ataque”, de missão para espalhar a Boa Notícia. Na realidade à Pastoral interessam mais as ovelhas que estão lá fora do que ás ovelhas que já estão no redil. A elas nós devemos ir; são elas que precisam mais da nossa ação, seja porque, talvez, nunca conheceram Jesus e a Igreja dele, seja porque saíram do redil, a casa do Pai, procurando outros abrigos que só alimentam ilusões. Elas precisam voltar à casa do Pai, ser bem acolhidas e recebidas, estimadas nos valores que elas têm e precisam ser colocados à disposição de todos. É também a justificativa do mês missionário (outubro) que estamos vivendo.

10.  Na casa do Pai, a Igreja, as ovelhas encontrarão alimento em abundância e para todas as necessidades. Os Sacramentos, que Jesus Cristo inventou, são para sustentar, enriquecer, fortalecer a nossa vida. O trabalho pastoral leva o cristão a descobrir os sacramentos e aproveitar a riqueza destes dons divinos.

11.  Amigos ordenandos e Sacerdotes do nosso presbitério: neste trabalho de pastoral não irá faltar a ajuda materna de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e de todos os Brasileiro. Com ela ao nosso lado nada poderá nos vencer ou desanimar. O trabalho é muito, não fácil, mas bonito. O nosso povo reconhece e agradece, como eu vos agradeço agora, de coração.



HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
ELINALDO CARDOSO NUNES
Cândido Mendes, 30 de setembro de 2012


1.    A nossa Igreja de Zé Doca, neste ano de 2012, está sendo agraciada com a ordenação de três Sacerdotes que concluíram os estudos, a formação Oficial (porque a verdadeira formação nunca acaba, todos sempre estamos em estado de formação). A experiência pastoral nas periferias de São Luís e numas das nossas Paróquias: a nós nos parecem prontos para abrir as asas e iniciar o grande vôo pelo qual se prepararam: a grande e bonita aventura do Ministério ordenado a completo serviço dos fiéis.

2.      O Seminário foi um momento – quero dizer: anos – de bastante reflexão, de trabalho formativo junto com os formadores, de oração. Não sempre foi fácil porque a formação exige também cortar na própria carne para modificar atitudes, aceitar rumos novos, disciplina que freqüentemente mortifica a nossa liberdade e a nossa vontade. Mas o trabalho e os resultados estão aí, na frente do povo de Deus. Nos pareceu a nós e nos parece que o Espírito Santo aprova e aprovou os resultados, que ainda não terminaram e estão ainda imperfeitos, mas estão bem encaminhados: todos sabemos que a formação de todos nós é contínua e só termina com a morte. Aí será o bom Deus que nos aprovará na nossa formação e no nosso trabalho. Mas um trabalho bonito e sério foi feito no Seminário: é o que nos alegra e dá a garantia humana e moral da preparação em vista do Sacerdócio.

3.      Ontem foi o Márcio Junior que se tornou Padre; hoje é a vez do companheiro dele Elinaldo a ser Ordenado. Estão cheios de poderes: consagrar a Eucaristia, perdoar os pecados, ser anunciadores da Palavra de Deus... cheios também de deveres: oração que se concreta na reza do Ofício Divino rezado todos os dias para eles mesmos, para os fiéis e para a Igreja toda; trabalho desinteressado; dedicação total e irrestrita ao povo a eles confiado pela Igreja. Não faltará a ajuda de Deus, do Espírito Santo que continua trabalhando de forma incansável na Igreja. Não faltará a amizade sacerdotal do Presbitério, quer dizer do Bispo e dos outros Padres da nossa Diocese. Não faltará a oração constante do povo de Deus das Paróquias, dos Seminários, Religiosos/as e dos familiares. Por isso dá para começar esta caminhada, confiar nos bons resultados...  tudo para a Maior Glória de Deus, como dizia Santo Inácio de Loyola.     

4.      Se ontem à noite, na homilia pela Ordenação do Padre Márcio Junior aqui presente, eu quis frisar a dimensão mais importante do sacerdote da Igreja Católica, que é a evangelização, hoje gostaria me deter sobre a atitude essencial do Sacerdote, atitude que faz dele o verdadeiro sacerdote de Cristo que imita o Mestre e se torna ele mesmo um “alter Christus”, um outro Cristo.

- Estou me referindo à atitude essencial do sacerdote: o serviço, a disponibilidade, o sentir com os fiéis as mesmas dores e as mesmas alegrias.
- Estou me referindo ao fato que o Sacerdote não é tal para si mesmo, e sim para o povo.
- Estou me referindo ao fato que o Sacerdote não pode e não deve viver isolado, ilhado, preocupado apenas  em si e nos seus interesses. Ele é feito para os outros. São Paulo, na I Coríntios, 3,5 escreve: “Pois o que é Apolo? O que é Paulo? Não passam de servidores, pelos quais chegastes à Fe”. Numa palavra: o Sacerdote é servidor do Evangelho.

   5.    Domingo passado Jesus, se dirigindo aos Apóstolos que “tinham discutido quem era o maior..., chamou os doze e lhes disse: se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos. Em seguida, pegou uma criança, (a criança naquele tempo representava os mais desamparados, pobres, desprotegidos) colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: Quem acolher em meu nome uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolhe está acolhendo não a mim, mas aquele que me enviou” Mc 9,35.

6.  Na I Cor: 4,1-16 Paulo escreve: “Irmãos, que todo mundo vos considere como servidores de Cristo e   administradores dos mistérios de Deus. A este respeito, o que se exige      dos administradores é que sejam fiéis... Irmãos, apliquei  esta doutrina a mim e a Apolo, por causa de vós, para que o nosso exemplo vos ensine a não vos inchar de orgulho, tomando o partido de um contra outro... O que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?... Escrevo-vos tudo isso, não com a intenção de vos envergonhar, mas para vos admoestar como meus filhos queridos...”

7.   Qualquer atividade pastoral e evangélica ela deve ser encharcada de espiritualidade bíblica; ela deve transmitir as verdades do Catecismo da Igreja Católica. Ele, Elinaldo, se preparou para ser lançado no meio do povo com um espírito e uma formação que possa ajudar o povo a se tornar ele também servidor, altruísta, compartilhador das dores e alegrias dos outros.

   8.  O Sacerdote não é, na mente da Igreja, aquele que chegou a ter um “status”, uma posição privilegiada na sociedade, de honra e, por isso, gozar ou pretender submissão irrestrita, obediência cega priva de qualquer possibilidade de discussão ou respeitosa discordância. Ele deve ser o conciliador, sem colocar em risco a verdade; ele deve ser o amigo de todos com aquela amizade verdadeira que chega até ao ponto de chamar atenção, fazer uma discreta e amigável pressão, orientando sempre aos valores evangélicos.

9.  A composição, que vou propor, diz, em forma muito poética e com poucas palavras, quem é, quem deve ser o Sacerdote. É um texto manuscrito do século XI, mais ou menos 800 anos atrás, mas válido até agora e para sempre.

O SACERDOTE
Um sacerdote deve ser ao mesmo tempo pequeno e grande,
nobre de espírito, como de sangue real,
simples e natural, como de raiz sertaneja,
um herói da conquista de si mesmo,
um homem que lutou com Deus,
uma fonte de santificação,
um pecador que Deus tenha perdoado,
de seus desejos o senhor,
um servidor dos tímidos e fracos,
que não se abaixa diante dos poderosos,
mas se curva diante dos pobres,
discípulo de seu Senhor,
guia de seu rebanho,
um mendigo de mãos generosamente abertas,
um portador de inúmeros dons,
um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes,
com a sabedoria da idade
e a confiança de um menino,
voltado para o alto,
os pés na terra,
feito alegria,
revestido de gratidão,
especialista do sofrer,
longe de toda inveja,
visionário profeta,
que fala com franqueza,
um amigo da paz,
um inimigo da inércia,
fiel para sempre...
Assim tão diferente de mim!  
                                                     (Manuscrito medieval)
HOMILIA
Ordenação Presbiteral de
MÁRCIO JUNIOR DE JESUS SODRÉ
Godofredo Viana, 29 de setembro de 2012


1.        Esta celebração, organizada e bem preparada desde muitos meses, muito bem frequentada e, espero, também participada com proveito e com verdadeiro espírito cristão, oferece também a oportunidade de conhecer melhor alguns aspectos da vida do padre:
– a caminhada percorrida, durante 8-10 anos, pelos jovens chamados à vida sacerdotal e que se prepararam e formaram em vista do sacerdócio;
- as dificuldades encontradas: como foram vivenciadas, enfrentadas e superadas com a ajuda dos formadores, dos companheiros e, sobretudo, do Espírito Santo;
- neste momento, mais do que para os sacerdotes aqui presentes, estou refletindo junto com o povo de Deus, que está aqui reunido e deseja conhecer melhor e aprender melhor. Os Sacerdotes estão ao par do sentido desta celebração porque a estão vivendo no dia-a-dia, quem mais anos quem menos anos e, penso eu, com alegria, como se fosse hoje o início do seu sacerdócio. Foi um “sim” dado conscientemente e que vai valer pela vida toda;
- afinal: o que quer dizer chegar a ser Ordenado Ministro de Deus como Sacerdote? Todos nós sabemos que este acontecimento da Ordenação não modifica o caráter, a personalidade; a Ordenação não faz deste jovem um santo embora o ser santo seja uma exigência importante na vivência deste  Ministério; este trabalho é feito no tempo dos estudos, do Seminário e da formação (e são oito anos ou mais!!). A Ordenação de hoje apenas dá poderes extraordinários e sobrenaturais a Márcio Júnior, como: perdoar os pecados, celebrar a Eucaristia, administrar e dirigir a comunidade.
- e a tarefa do sacerdote é, sobretudo e antes de tudo, a de evangelizar, visto que Jesus nunca batizou, nunca fez casamentos, nunca crismou, nunca deu a Unção dos Enfermos, nunca ordenou, mas unicamente evangelizou. Nos evangelhos aparece sim que Jesus tenha inventado os sacramentos para transmitir a graça da redenção e da salvação. Eles, os sacramentos, devem ser administrados pelos seus sucessores, mas não tem sombra que ele, Jesus, tenha administrado os sacramentos. Ele era o verdadeiro sacramento. Por isso “Cristo instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres... (Ef, 4,11-13). É o caso desta Celebração de Ordenação de Màrcio Júnior.

Proponho alguns textos que evidenciam e enaltecem a missão do Sacerdote: a missão de evangelizar em primeiro lugar:
* Pertinente a escolha da leitura de Jeremias 1,4-9: “...Não tenhas medo deles, pois estou contigo para defender-te....Eu ponho minhas palavras na tua boca...”
* Lc 4,44: “...eu devo anunciar a boa-nova do reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado...”
* Lc 5,3: “Depois, sentou-se e, da barca, ensinava as multidões”
* Jesus aplica a si mesmo as palavras lidas na Sinagoga de Nazaré: Lc 4,18-19:  “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor...”
* I Cor 1,1-2: S. Paulo declara publicamente aos Coríntios: “Irmãos, que todo mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. A esse respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis... De fato, - continua São Paulo poças linhas depois -Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho – sem sabedoria de palavras, para não esvaziar a força da luz de Cristo” (I Cor 1,17).
*por isso mesmo também nos enviou a evangelizar, antes de tudo: “Ide pelo mundo inteiro, anunciar a todos a boa-nova e batizai a todos em nome do Pai...  Eis que eu vos envio como ovelhas no meio dos lobos...       Cristo nos lança no mundo para anunciar a todos que o Reino de Deus     está próximo. O risco é grande, mas a aposta é bem superior e   compensa qualquer sacrifício e dificuldade.
- Atos dos Apóstolos: 5,41-42: “Os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de           ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo”.

2.        Fica claro que a tarefa principal do Sacerdote não é celebrar os sacramentos – inclusive a Eucaristia – e sim anunciar a boa-nova do evangelho através de cursos, encontros, palestras, homilias, catequese, círculos bíblicos, liturgia orante, atividades evangelizadoras as mais variadas, usando todos os meios, inclusive eletrônicos, que estão a nossa disposição. Tudo deve concorrer e favorecer o anúncio do evangelho. (Aí funciona a criatividade do sacerdote, a pastoral verdadeira que leva as pessoas ao encontro com Cristo...).  É através dessas atividades que nasce a fé nas pessoas e fica preparado o terreno para receber com proveito os sacramentos que, inventados por Cristo, oferecem ao povo cristão a salvação, pois eles são os canais que nos comunicam a salvação. Fica também preparado o terreno para a construção de uma sociedade justa e fraterna, onde os valores verdadeiros e perenes do evangelho formam o alicerce de uma sociedade especial que Cristo chama de Reino de Deus.
3.        Encontrei algumas frases que dizem a grandeza do sacerdote e as dificuldades do trabalho no meio do povo. Elas não são poesia, nem fantasia, sentimentalismo em vista de uma comoção barata.


O SACERDOTE
O Sacerdote vive e opera no mundo, mas não pertence ao mundo.
Ele é filho dos homens, mas tem a autoridade de fazer os homens ”filhos de Deus”.
Ele é (deve ser) pobre, mas tem o poder de comunicar aos irmãos riquezas infinitas.
É fraco, mas fortifica os fracos com o pão da vida.
É servo, mas na sua frente ajoelham-se os Anjos.
É mortal, mas tem a tarefa de transmitir a imortalidade.
Caminha sobre a terra, mas seus olhos estão fixos ao céu.
Colabora ao bem-estar dos homens, mas não os tira da meta final que é o Paraíso.
- Ele pode fazer coisas que nem Maria e os Anjos podem fazer: pois ele celebra a Eucaristia e perdoa os pecados.
Quando celebra, está uns degraus mais alto, mas sua ação alcança o céu.
Quando perdoa, revela a potência de Deus, que perdoa os pecados e devolve a vida.
Quando ensina, propõe a Palavra de Jesus: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida”
Quando ora para nós, o Senhor o escuta, porque o constituiu “Pontífice”, isto é ponte que une Deus e os irmãos.
Quando o acolhemos, se torna o amigo mais sincero e fiel.
- Ele é o homem mais amado e mais incompreendido; o mais procurado e o mais recusado.
É a pessoa mais criticada, porque precisa confirmar com o seu exemplo a autenticidade da mensagem.
É o irmão universal, cuja tarefa é apenas a de servir, sem nada querer de volta.
- Se ele é santo, nós o ignoramos;
Se é medíocre, o desprezamos.
Se é generoso, o exploramos;
Se é “interesseiro”, o criticamos.
Se estamos na necessidade, o procuramos;
Se acabam as necessidades, o esquecemos.
- Somente quando nos será tirado compreenderemos quanto nos era indispensável e precioso.

“Se eu encontrasse ao mesmo tempo um Anjo e um Sacerdote, cumprimentaria primeiro o Sacerdote, pois ele é “um outro Cristo” (São Francisco de Sales)
Efésios, 4,11-13:
“Cristo instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude”.

Efésios, 2,19-22:
“Já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. É nele que toda construção se ajusta e se eleva para formar um Templo santo no Senhor. E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito”.