Por Dom Fernando Arêas Rifan*
Visitar os enfermos é uma das obras de misericórdia corporal, assim como consolar os aflitos é umas das obras de misericórdia espiritual. Ambas são inseparáveis.
Nesse mês, exatamente no dia 11, ocorreu a XXIV Jornada Mundial do Doente, que coincidiu com a festa de Nossa Senhora de Lourdes, porque ali afluem milhares de enfermos de todos os países e continentes para pedir a cura e a consolação, pela intercessão de Nossa Senhora, que a muitos tem curado e a todos consolado. Além dos milagres de cura corporal, ali acontecem conversões de milhares de pecadores, a cura da alma e o consolo das aflições.
Em sua mensagem para essa jornada, o Papa Francisco nos convida a meditar “a narração evangélica das bodas de Caná (Jo 2, 1-11), onde Jesus realizou o primeiro milagre a pedido de sua Mãe. O tema escolhido –Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: ‘Fazei o que Ele vos disser’ – insere-se muito bem no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia”
“A doença, sobretudo se grave, põe sempre em crise a existência humana e suscita interrogativos que nos atingem em profundidade. Por vezes, o primeiro momento pode ser de rebelião: por que havia de acontecer precisamente a mim? Podemos sentir-nos desesperados, pensar que tudo está perdido, que já nada tem sentido... Nestas situações, a fé em Deus se, por um lado, é posta à prova, por outro, revela toda a sua força positiva; e não porque faça desaparecer a doença, a tribulação ou os interrogativos que daí derivam, mas porque nos dá uma chave para podermos descobrir o sentido mais profundo daquilo que estamos vivendo; uma chave que nos ajuda a ver como a doença pode ser o caminho para chegar a uma proximidade mais estreita com Jesus, que caminha ao n osso lado, carregando a Cruz. E esta chave é-nos entregue pela Mãe, Maria, perita deste caminho”.
“O banquete das bodas de Caná é um ícone da Igreja: no centro, está Jesus misericordioso que realiza o sinal; em redor d’Ele, os discípulos, as primícias da nova comunidade; e, perto de Jesus e dos seus discípulos, está Maria, Mãe providente e orante. Maria participa na alegria do povo comum, e contribui para aumenta-la; intercede junto de seu Filho a bem dos esposos e de todos os convidados. E Jesus não rejeitou o pedido de sua Mãe. Quanta esperança há neste acontecimento para todos nós! Temos uma Mãe de olhar vigilante e bom, como seu Filho; o coração materno e repleto de misericórdia, como Ele; as mãos que desejam ajudar, como as mãos de Jesus que dividiam o pão para quem tinha fome, que tocavam os doentes e os curavam. Isto enche- nos de confiança, fazendo-nos abrir à graça e à misericórdia de Cristo. A intercessão de Maria faz-nos experimentar a consolação, pela qual o apóstolo Paulo bendiz a Deus ‘o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação! Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus’ (2 Cor 1, 3-5). Maria é a Mãe ‘consolada’, que consola os seus filhos”.
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