OBJETIVO GERAL

OBJETIVO GERAL: Criar e fortalecer comunidades eclesiais missionárias enraizadas na Palavra de Deus e nas realidades da diocese, tendo a missão como eixo fundamental.

terça-feira, 30 de julho de 2024

FESTEJO DE SÃO TIAGO MAIOR - MARACAÇUMÉ

FESTEJO DE SÃO TIAGO MAIOR NA COMUNIDADE CIDADE NOVA NA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO, EM MARACAÇUMÉ.



Dentre os 12 apóstolos São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso testemunhou vários milagres e acontecimentos, um deles foi a transfiguração de Jesus se revelando como Filho de Deus. Por ser um dos Santos mais importantes da Igreja, ele é celebrado todos os anos pela comunidade de São Tiago Maior, que fica no Bairro Cidade Nova, a mesma faz parte da Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da cidade de Maracaçumé - MA. 



Neste ano de 2024 a Comunidade de São Tiago teve a realização do seu 22° ano de festejo desde 2002 até o ano atual, e ainda completou 28 anos de comunidade com início em 1996.





O tema central deste ano foi extraído do livro de (São João 17, 18) onde diz: "Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo". O lema escolhido foi o seguinte: "Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais" sendo retirado do livro de (São João 13, 15).



A preparação para a grande festa do padroeiro começou com o Pré-Festejo nas famílias, que teve início no dia 1 de Julho e foi até o dia 13. Houve dez noites de festejo na capela, tendo início dia 16 de Julho e terminando dia 25 do mesmo mês. Além disso, no dia 19 de Julho a comunidade recebeu a visita missionária da Comunidade Novo Ardor, sendo no total de quarenta e oito missionários, neste dia fizeram visitas missionárias e concluíram o dia participando da Santa Missa, retornando para Zé Doca, logo depois.





Foram dias muito participativos durante o Pré-Festejo e o Festejo e de muita graça para todo povo de Deus, temos certeza que Deus se inclinou e ouviu com amor e atenção cada oração feita com fé.Assim como São Tiago busquemos ser amigos íntimos de Jesus e ser seus discípulos, a cada dia buscando viver a sua Palavra, somos todos chamados a santidade como diz a palavra de Deus, devemos imitar os santos, pois eles são o modelo de vida que agrada ao Senhor e que nos leva ao Céu, portanto, concluímos dizendo esta frase que o Pai dirige a nós "Sede Santos como Vosso Pai Celeste é Santo" (Mt 5, 48).


VIVA SÃO TIAGO!!!









segunda-feira, 8 de julho de 2024

1° LUGAR NA CATEGORIA DE CONTOS - RODRIGO DE SOUZA SANTOS

 


Na primeira colocação, da categoria de contos do II Concurso Literário de Zé Doca, temos o premiado Rodrigo de Souza Santos, consagrado da Comunidade Católica Novo Ardor. Confira abaixo o conto premiado:

HAVIA MISERICÓRDIA NAS PÁGINAS DAQUELE LIVRO 

 Rodrigo de Souza Santos  

Havia um lugar especial que se tornou um refúgio em minha busca interior: a Capela de Vidro. Um santuário de paz, com suas paredes transparentes que permitiam a entrada suave da luz, do sol, criando um ambiente celestial. As cores eram encantadoras e se espalhavam pelo chão em um espetáculo sem igual, enquanto o ambiente vibrava com uma serenidade divina, minha alma ali se rejubilava com uma paz profunda.  

Foi ali, naquela serenidade, que percebi que muitas vezes a solidão não consiste necessariamente em estar sozinho, mas em estar vazio. Explico: vazio de Deus, vazio da adoração vazio da comunhão com Aquele que o criou. Não sei nem ao certo descrever o que sinto cada vez que vou à Capela de Vidro. Sei que quando não vou, sinto-me exatamente vazio como há pouco descrevi. Por isso, esforço-me para que mesmo em meio à correria de cada dia, eu posso muitas vezes ir visitá-la.  

O aspecto mais intrigante que ela possui são os espelhos estrategicamente posicionados. Não tem como entrar nela e não ser visto, ou mais especificamente, ver-se. Em todos os seus espelhos, eu mesmo vejo-me refletido. O detalhe é que não são simples reflexos; são reflexos de um eu que muitas vezes desconheço, pois se constitui mistério e mais se assemelha ao Divino que todos os dias ali busco.  

Ao contemplar meu próprio reflexo, vejo-me não apenas como eu era, mas como posso ser. É verdadeira jornada interior, onde cada espelho conta uma história, um trecho da minha vida e revela uma verdade escondida no fundo do meu ser. Em um dos vitrais magnificamente decorados, a luz do sol projeta uma imagem especial: Jesus Misericordioso. Seu olhar compassivo penetra as profundezas da alma, enquanto Suas mãos estendidas emanam uma bondade que transborda os limites da Capela de Vidro. 

Durante uma dessas visitas à Capela de Vidro, recebi um presente peculiar das mãos de um homem que, de tempos em tempos, aparece em minha vida. Na verdade, creio que nunca se ausentou, eu que às vezes não percebo sua presença. Esse homem, cuja presença é um tanto enigmática e profundamente divina, tem o costume de fazer-me visitas frequentes. Ele sempre traz consigo algo especial, algo que serve de guia para minha jornada espiritual e fortalecimento da minha fé. 

 Dessa vez, enquanto eu estava na Capela de Vidro, entregou-me um livro com uma capa simples mas repleta de significado. O título, gravado em letras douradas, chamava-se "Aquele que o tratou com misericórdia". Havia no plano de fundo a imagem de um homem ferido ensanguentado. Curioso e ansioso por desvendar as páginas dessa obra, decidi que ao adentrar a Capela de Vidro, onde a luz do sol dançava em reflexos prismáticos, levaria aquele livro para que pudesse fazer minha adoração e logo após meditá-lo.  

Que livro fantástico! Aliás, seus presentes eram sempre maravilhosos! Sabe aquelas obras literárias fabulosas das quais você não sabe ao certo se o narrador é personagem ou observador? Eram tão minimalistas e bem entrelaçados os elementos narrativos que não consegui desprender os olhos daquela obra. Logo virou meu livro de cabeceira e à medida que avancei na leitura entendi que deveria torna-se um itinerário de vida, uma proposta a ser amadurecida dia após dia e assim, como fez o bom samaritano que a obra fazia menção, colocado em prática.  

Quem seria capaz de largar tudo que tinha de ocupação para ocupar-se exclusivamente de um estrangeiro que apareceu ferido e fragilizado à sua porta? Aquele homem o foi! No livro, havia detalhado este exemplo que fundamenta-se em uma das parábolas que o referido homem havia me contado em outras ocasiões e nem sequer eu havia percebido. Talvez eu estivesse muito ocupado  comigo mesmo e não atentei-me para olhar ao lado, aquele que estava ferido. Percebi ainda ser aquela uma atitude comum da nossa humanidade, e que quando assim agimos nos assemelhamos aos tantos que passaram pelo caminho e ignoraram aquele homem. 

 Basicamente, a narrativa do livro está fundamentada na passagem bíblica presente no Evangelho de São Lucas, capítulo 10, versículo 37. Nesse trecho, Jesus responde à pergunta de um mestre da Lei sobre quem seria o próximo. Ele conta a parábola do bom samaritano destacando como aquele que tratou o homem ferido com misericórdia foi verdadeiramente próximo dele. 

 Nossa, quantas reflexões! O que falar então do outro homem, que pagou os cuidados e a hospedaria de um desconhecido? Para o tal Jesus, que o homem que me visitava com insistência também falava. Ele, sendo inocente, deixou-se ferir para salvar os que nem sequer conheciam e o desprezavam. Seu destino foi mais cruento do que o do homem ferido que foi resgatado,  mas era tão poderoso e divino que nem sequer a maior lástima humana (a morte) o fez parar, Ele ressuscitou e venceu-a.

Neste mesmo livro, havia ainda menções ao que o homem que me visitava chamou de "Expoentes da Misericórdia". São santos da Igreja Católica - leia-se por santos, aquelas pessoas virtuosas que alcançaram notoriedade na vivência da fé cristă através do seu testemunho de vida - passo a passo, destacara a vida de cada um deles em uma narrativa envolvente e encantadora. Aliás, espero que eu esteja conseguindo aqui, bem sintetizar tantas informações e emoções que aquela experiência me trouxe, toda essa narrativa aconteceu em algumas horas, enquanto eu adorava o Santíssimo Sacramento e recebi a visita, e posteriormente na leitura que empenhei em fazer do livro " Aquele que o olhou com misericórdia", o grande presente que recebi naquele dia. 

 Amo narrativas interconexas, que se entrelaçam não só no texto, mas em fragmentos da nossa própria vida. Sim, acho que empolguei um pouco... vou dizer quais eram os santos que haviam descritos nos capítulos do livro e fazer deles uma breve apresentação. Ao folhear as páginas do livro, mergulhei em um relato envolvente e cheio de profundidade. A narrativa se desdobrava diante de mim como um tapete estendido, revelando os caminhos da misericórdia divina através da vida de personagens extraordinários.

Enquanto eu me aprofundava nas palavras, percebi que a história estava entrelaçada com os nomes de santos que, de alguma maneira, personificavam a misericórdia de Deus. Dulce, Faustina, João Paulo e Teresa de Calcutá tornaram-se protagonistas de uma narrativa que transcendia o tempo e o espaço, e o que todos eles tinham em comum é o fato de trilharem com maestria este Caminho de Misericórdia. 

 A primeira personagem que surgiu diante de mim foi Dulce, conhecida como Santa Dulce dos Pobres. Sua vida foi um testemunho vívido da misericórdia, dedicando-se aos menos favorecidos e oferecendo amor aos marginalizados. Seu legado resplandeceu como um farol de compaixão, guiando-me para compreender a grandiosidade da misericórdia nas ações mais simples. 

 Logo após, mergulhei na vida de Santa Faustina, a Apóstola da Misericórdia. Seu relacionamento íntimo com Jesus e a missão de divulgar a mensagem da Divina Misericórdia  revelavam que a misericórdia não é apenas um atributo de Deus, mas uma fonte inesgotável de esperança para todos nós. Cada página ressoava com as palavras: "Jesus, eu confio em vós."

O livro continuou a desvendar a vida de São João Paulo II, um Papa que se tornou conhecido como o "Papa da Misericórdia". Sua vivência das adversidades do século XX e seu chamado à humanidade para abraçar a misericórdia ecoavam como uma prece constante. Seu pontificado trouxe a consciência de que, mesmo em meio às trevas, a misericórdia de Deus é uma luz que nunca se apaga.

Por fim, a história se voltou para Santa Teresa de Calcutá, a Missionária da Misericórdia. Seus passos humildes nas vielas empoeiradas de Calcutá ressaltaram que a verdadeira misericórdia é encontrada nos gestos simples de amor. Ela ensinou que, ao servir os menos favorecidos, encontramos o próprio Cristo. A cada capítulo, as vidas desses santos entrelaçavam-se de maneira única, formando uma tapeçaria de misericórdia que se estendia até os dias atuais. Enquanto eu lia, senti-me envolvido por uma corrente de compaixão, como se a misericórdia divina estivesse, de fato, tocando minha vida.

À medida que as páginas do livro da misericórdia se desdobravam diante de mim na serena atmosfera da Capela de Vidro, percebi que estava imerso em algo maior do que uma simples leitura. As vidas de Dulce, Faustina, João Paulo e Teresa convergiam em um ponto de encontro, onde a misericórdia divina se manifestava em toda a sua plenitude. Era como se cada página virada fosse um convite para que eu também me tornasse um instrumento da misericórdia, espalhando amor e compaixão em meu próprio caminho.

Ao erguer os olhos para o vitral que retratava a imagem de Jesus Misericordioso, senti- me envolvido por uma profunda sensação de paz e gratidão. Era como se o próprio Cristo estivesse ali, presente em cada palavra lida, em cada vida testemunhada. E então, num instante de epifania, compreendi que a verdadeira essência da misericórdia residia em nosso próprio encontro com Jesus, em nosso desejo sincero de nos rendermos ao amor infinito que Ele nos oferece.

Com o coração transbordando de emoção, fechei o livro, sabendo que essa jornada pela misericórdia não teria fim. Era apenas o começo de uma vida renovada, de um compromisso renovado de viver cada momento como um testemunho do amor de Deus. E enquanto saía da Capela de Vidro, senti-me impelido a levar adiante essa mensagem de esperança e compaixão, sabendo que, assim como aqueles santos antes de mim, eu também poderia ser aquele que trata os outros com misericórdia. Dentro de mim ressoava a frase que aprendi no livro: "Jesus, eu confio em vós!" Pergunto-te, caro leitor (a), você tem 1 minuto para partilhar com o Espírito Santo e entrar na sua Capela de Vidro? Você está disposto a ler o livro "Aquele que o tratou com misericórdia" e colocar em prática seus ensinamentos?


Abaixo, o conto vencedor, pode ser apreciado pela declamação de Elisa:








domingo, 7 de julho de 2024

1° LUGAR NA CATEGORIA DE POESIAS - BENEDITO MORENO NOGUEIRA JUNIOR

 


Na 1ª colocação do II Concurso Literário de Zé Doca, temos o poema de Benedito Moreno Nogueira Junior, que você pode conferir abaixo:


COM MISERICÓRDIA, SE FEZ ABENÇOADO 

Benedito Moreno Nogueira Júnior


Tenha misericórdia de mim, com meus erros e com meus pecados 

misericórdia do são, do santo e do sacro

daqueles vem em nome do bem 

sem nenhuma intenção de espalhar o sagrado


Ter misericórdia do senhor, do mestre e do doutor 

misericórdia do excelentíssimo que se vende por valor 

daquele que trai em nome do pai 

causando no povo dor e mais dor


Ter misericórdia do ladrão, do político e do vilão 

misericórdia do rico, que não se dispõe a doar um pão 

daqueles humilham em nome do filho

buscando chegar ao céu não merecendo nem a poeira do chão


Ter misericórdia do mentiroso, do exibido e do invejoso 

misericórdia do soberbo, do avarento e do guloso 

daquele que não troca a grife pelo manto em nome do espírito santo 

acreditando que excesso é de cunho virtuoso


Teve misericórdia do machucado, nu e espancado 

misericórdia mesmo sendo por ele julgado 

aquele que não fechou os olhos e ajudou ao próximo 

aquele que com misericórdia se fez abençoado


O poema premiado foi declamado pelo Mizael, que você pode conferir abaixo:



sábado, 6 de julho de 2024

2° LUGAR DA CATEGORIA DE POESIAS - ELAINE ALVES DA SILVA MELO

 


No segundo lugar na categoria de poesias, do II Concurso Literário de Zé Doca, temos a premiada Elaine Alves, cujo poema você pode apreciar logo abaixo:


COMPAIXÃO: O RITMO DO BOM SAMARITANO 

Elaine Alves da Silva Melo


Pelos trilhos da poeira, sob o sol radiante,

O Bom Samaritano, coração vibrante, 

Seu passo ressoava, um ritmo solidário, 

Na partitura da compaixão, um gesto necessário.


Na estrada da vida, onde a esperança é rara, 

Encontrou um viajante, ferido à beira da cara. 

Sem hesitar, estendeu a mão, como acorde sincero, 

Comprometido com a melodia do companheirismo verdadeiro.


Suas mãos, qual suaves acordes de cura, 

Óleo e vinho, notas que aplacam a amargura. 

Carregou-o nos ombros, qual dança da empatia, 

Levou-o à estalagem, em busca de harmonia.


No compasso do amor, sem olhar a quem, 

Superou barreiras, criando laços além. 

O Bom Samaritano, uma melodia celestial, 

Na sinfonia da compaixão, um tema imortal.


Que possamos, como ele, seguir o compasso, 

Estendendo mãos, criando um laço. 

Na melodia da vida, ser luz a brilhar, 

Celebrando o amor, um ritmo a pulsar.


Este poema foi recitado por Rhâmilla, no vídeo abaixo:



sexta-feira, 5 de julho de 2024

2° LUGAR DA CATEGORIA DE CONTOS -


 Na segunda colocação na categoria de contos ,do II Concurso Literário de Zé Doca,  está a Layane Sousa de Oliveira Pereira, da qual tivemos o seguinte conto:

O CAMINHO DA MISERICÓRDIA

 Layane Sousa de Oliveira Pereira


No caminho poeirento de uma antiga estrada, onde o sol escaldante beijava a terra ressequida, um viajante solitário seguia seu destino incerto. Seus passos eram pesados, carregados pelo peso das preocupações que o mundo lançara sobre seus ombros.

Numa reviravolta do destino, encontrou um homem caído à beira do caminho. Seu rosto marcado pela dor clamava por ajuda, enquanto seus olhos imploravam misericórdia. O viajante, tocado pela cena, aproximou-se com cuidado.

Feridas marcavam o corpo do homem, vestígios de uma jornada difícil e solitária. Sem hesitar, o viajante ergueu-o com gentileza, envolvendo-o com a sombra de sua compaixão.

"Quem é meu próximo?" perguntou-se em silêncio o viajante, recordando as palavras de um antigo ensinamento.

Sem julgamento, sem hesitação, ele cuidou do homem caído. Suas mãos tornaram-se instrumentos de cura, seus lábios sussurraram palavras de consolo. Não havia pressa, não havia distinção. Apenas a nobreza da humanidade revelada naquele ato de misericórdia.

Ao partir, o viajante não olhou para trás em busca de recompensa ou gratidão. Seu coração sabia que a verdadeira riqueza residia na bondade compartilhada, na luz que brilha quando dois estranhos se tornam irmãos na estrada da vida.

E assim, na simplicidade de um gesto, na profundidade de um olhar, o viajante descobriu o segredo da verdadeira grandeza: aquele que o tratou com misericórdia, essefoi o seu próximo, esse foi o seu irmão.


Abaixo temos esse conto premiado, retratado pela Kelayne:






quinta-feira, 4 de julho de 2024

3° LUGAR NA CATEGORIA DE POESIAS - EDSANDRO JANSEN

 


Na terceira colocação da categoria de poesias, no II Concurso Literário de Zé Doca , temos Edsandro Jansen. 


DEUS NOSSO-IRMÃO

Edsandro Jansen Teixeira


Fala meu Deus

A quem estender a mão?

Onde está ele?

Quem é meu irmão?

Meu irmão é meu Deus

Meu Deus é meu irmão.


Pecamos Fugindo da ágape

E esquecemos o mandamento do amor

Buscamos Te encontrar em templos

Esquecemos que moras na dor


Os cidadãos de bem 

De ontem e de hoje 

Não te reconhecem 

No pobre sofredor


Deus nosso irmão, onde estás? 

No bom samaritano ou no sofredor? 

Deus nosso irmão Faz de nós 

Templos de Misericórdia 

Santuários do Amor


Faz no humano, o divino 

Encarna esta oração 

Meu irmão é meu Deus 

Meu Deus é meu irmão


Abaixo o poema foi recitado por Eloíza:








quarta-feira, 3 de julho de 2024

3° LUGAR NA CATEGORIA DE CONTOS - PE. ELINALDO NUNES CARDOSO

 

No II Concurso Literário de Zé Doca, tivemos o Pe. Elinaldo Nunes como terceiro colocado na categoria de contos. Segue abaixo o conto:

PARUÁ: A NOVA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO


Pe. Elinaldo Nunes Cardoso


"Nada morre. Tudo se transforma." Repetia na prisão constantemente o antigo cacique Paruá, na verdade um ensinamento de seu pai o velho Tury-Açú. Enquanto isso, Padre Figueira estava convencido que Paruá iria aceitar o batismo assim como suas mulheres que agora se chamavam Teresa e Luzia e os demais indígenas sobreviventes e tentava mais uma vez convencer o índio:

- Meu filho, aceite nosso Senhor bom Deus, saia desta vida pecaminosa e abandone estas duas mulheres e se redima com a água do santo batismo.

Paruá, mesmo compreendendo poucas coisas que o velho padre lhe dizia, ainda valorizava os ensinamentos de seu pai e se lembrava de suas palavras:

-Meu Paruá, os brancos não entendem que Deus é como o mar em que todos os rios desaguam nele. Embora nós o chamemos com nome diferente, Deus é Deus em qualquer lugar. Mas os brancos acham que só eles estão certos.

Então, Paruá lembrava também do tempo que os indígenas habitavam por todas as partes até a chegada do Capitão Bento e seus soldados. Uma chegada que trouxe queimadas às cabanas dos indígenas e morte às mulheres e crianças. E os índios, por sua vez, liderados agora por ele Paruá, tentavam reagir, mas enquanto os soldados brancos vinham com espingardas e outras armas de fogos, os indígenas usavam arcos e flechas.

Enquanto isso, Padre Figueira se orgulhava pelo seu apego a tradição e por ter trazido os últimos indigenas sobreviventes daquela região para a religião crista. Entre eles, a família do famoso Tury-Açú, como Tracuá que recebeu o nome de Luzia e Urubuçú, que se tornou Teresa; ambas eram esposas de Paruá. Também o índio Levi, que agora desejava ser padre e estava sendo preparado para isto.

Paruá, depois de um tempo na prisão, chegou à conclusão de que aquelas palavras que o padre dizia no batismo não iriam tirar sua fé e nem lhe fazer uma outra pessoa. Então, mandou chamar o Padre e disse que aceitava ser batizado. O padre condicionou o batismo de Paruá com a separação de suas duas mulheres. Tendo a resposta afirmativa, imediatamente providenciou os padrinhos, mandou darem banho no índio e lhe vestirem roupa adequada.

Assim, naquela manhã, batizou-se o pobre infeliz e lhe deram o nome de José. Não se deram conta, porém, do significado do nome na bíblia. Justamente José um profeta entre os irmãos e da cadeia do Egito saiu para uma grande missão de governar o Egito num período de grande sofrimento e escassez. Seria assim uma profecia sobre a vida de Paruá?

Levi, o índio batizado que agora era coroinha e se preparava para ser sacerdote ajudou em toda cerimônia e se imaginou sendo um grande padre que converteria todos os seus irmãos indígenas para a religião de Cristo.

O tempo passou e a floresta tinha uma tonalidade de pacificada pois os índios tinham sidos trazidos para Deus e até mesmo seu Cacique agora era um cristão. Naquela manhã, parecia tudo normal até Levi presenciar Paruá comendo cru o coração de uma anta que tinha acabado de caçar. Esta pratica repugnou Levi. A ideia de um cristão fazer aquilo só poderia ser heresia e deveria ser denunciada ao Padre Figueira.

Também haviam comentários sobre Paruá continuar se relacionando com suas duas antigas esposas. Isso assombrava Padre Figueira, pois a ideia de um cristão ter duas esposas era absurda e as lembranças que os três afirmavam que eram descendentes do famoso Tury-Açú assombrava o velho padre, apesar de não ser claro o nível de parentesco dos mesmos, pois não se sabia ao certo se as duas mulheres eram sobrinhas de Paruá ou até mesmo irmās.

Diante disto, Padre Figueira mandou os soldados capturar Paruá para um julgamento dessas suspeitas, no entanto, quando os soldados chegaram a cabana de Paruá, o índio já tinha fugido.

Naquele dia a floresta parecia um paraíso de tão calma que estava. Paruá atentamente contemplava cada árvore e planta que encontrava pelo caminho do antigo lugar de cultos indígenas, um santuário sagrado, queria consultar seus antigos deuses sobre seu destino e fazer com tudo aquilo que estava acontecendo na sua vida e de seu povo. Paruá não sabia aquela região agora era bastante perigosa, pois havia vários assaltantes e todos tipos de mal fazeres que viviam de pequenos roubos e ataques a viajantes que por ali passavam. Foi neste clima de nostalgia ao decorrer da viagem que Paruá, então percebeu o mato mexer e, antes de se dar conta, estava sendo atacados por ladrões que estavam numa tocaia esperando o primeiro viajante que por ali passasse. Lhe levaram as poucas coisas que tinha consigo e depois de lhe espancaram muito, jogaram-lhe a beira do caminho para morrer sozinho.

Ferido na beira da estrada Parua agonizava e seus pensamentos voavam como uma andorinha no verão. E no meio de seus desvarios pensava no velho seu pai Tury-Açú e tantas outras coisas e momentos de sua vida.

Enquanto isso, escuta uns passos longe que cada vez mais vão se aproximando. Percebe que é Levi, um parente seu. Então, imagina que o socorro estava próximo, com certeza. No entanto, Levi, num olhar distante se lembra que está indo a outro posto de guarnição para estudar com um padre que estava por lá estes dias e não podendo se atrasar para seus estudos vai por outro caminho se distanciando de onde estava Paruá.

O tempo passa mais lento do que Paruá lembrava. Com o tempo Paruá escuta os pássaros voado como se se aproximasse alguém e com o tempo escuta passos e pensa: com certeza sua agonia estava próxima do fim. De repente está ali próximo Padre Figueira, um homem de Deus com certeza não negaria socorro. Paruá ergue a mão em direção de onde esperava o socorro e faz um grunhido como alguém que tenta falar e não consegue. O Sacerdote muito ocupado em seus afazeres não poderia perder seu tempo com um moribundo herege e seguiu sua viagem.

Esperança era algo que Paruá não tinha mais naquele momento e quando parecia tudo perdido estava ali mais um passante e não era ninguém mais do que o Capitão Bento. Paruá não conseguia ver direito, mais tinha certeza que era o capitão e seu coração encheu de ódio diante daquele que matou seus parentes e acabou com sua aldeia e se lamentava não poder vingar o seu povo naquela situação que se encontrava. Foi então que o Capitão se aproximou do moribundo e teve compaixão dele, limpou suas feridas e o colocou em seu cavalo. Levou-o para a guarnição mais próxima e recomendou que cuidassem do índio até quando ele voltasse.

Ali numa rede Paruá variava com alguns momentos de lucidez e vinha em sua mente as lembranças de seu Pai, o ódio que sentia pelo Capitão Bento e não compreendia porque o mesmo lhe socorreu. Lembrava do seu povo e aos poucos sentia suas forças voltarem. No entanto, seus pensamentos voavam e ele só se perguntava: Onde estava Teresa e Luzia? O que aconteceu com elas?

E Paruá tinha certeza que deveria procurar suas esposas e que não poderia morrer e sim se transformar, se transformar em algo novo diante de toda aquela nova realidade que ele estava passando e seu povo e concluía seus pensamentos com a famosa frase de seu pai Tury-Açú: "Nada morre. Tudo se transforma."


Abaixo, um trecho do conto proclamado por Soraya Aires:







terça-feira, 2 de julho de 2024

POEMA DESTAQUE DE ROBERT PAIXÃO

 

Seguimos a sequência de postagens dos destaques e premiados do II CONCURSO LITERÁRIO DE ZÉ DOCA. Hoje apresentamos o poema destaque de Robert Paixão:


BENEVOLÊNCIA

Robert Lima da Paixão


Em amor a Deus e sua lei em concórdia

De coração, alma, força e entendimento

Herdará a vida eterna com merecimento

Aquele que o tratou com misericórdia


O pobre homem, vítima dos salteadores 

Que caminhava de Jerusalém a Jericó

Roubado, humilhado, espancado sem dó

Debruçado com o rouco cirro dos pavores


Em conduta decrépita de total omissão

Foi avistado por quem ali passou de largo

Um levita e um sacerdote muito amargo


Mas eis que o viajor de íntima compaixão

Atou-lhe as feridas num gentil ato humano

Prestando-lhe socorro, o bom samaritano

segunda-feira, 1 de julho de 2024

POEMA DESTAQUE DE ADRIELLY MACEDO

 


O poema destaque de Adrielly Macedo, chamou a atenção dos jurados e mereceu esta menção honrosa.

Segue abaixo, o poema:


OLHAR DIVINO

Adrielly Macedo de Lima


O amor manifesta-se num olhar, 

No gesto de quem se aproxima.

 Estoicamente o sagrado ensina

 Será seu próximo quando perto está.


Com o olhar divino a ação é de cuidado. 

Na estrada, alguém caído e sem esperança

 Em meio a olhares de desconfiança 

A compaixão surge do inesperado!


Estando o olhar turvo, os passos se apressam,

 O impuro torna-se servidor. 

Como vinho e óleo se derramam o amor, 

Nas feridas que as mãos justas não tocam.


Sendo o olhar divino 

a ação é misericordiosa. 

Com o olhar mesquinho a doutrina prevalece. 

De mãos fechadas eleva-se aprece

 Dos lábios onde a justiça é copiosa!


O que faço para contemplar o eterno? 

Olhar com ternura, estender a mão.

 Quem foi o próximo? Foi irmão

 Impuro de coração terno


O poema foi interpretado pelo professor Ezequias no vídeo abaixo:





ANIVERSARIANTES DO MÊS DE JULHO